Vamos lá, do final para começo, dialogando com o Compson, Marian@ e Pepsicool.
Jamais me imaginei superior ou inferior a qualquer outro ser humano. E não seria diferente com as profissionais do sexo nem com os colegas.
Porém, ao conversar recentemente com uma garota, que atuou muito tempo em casa de massagem, dita de primeira linha, ela salientou que os caras vão lá e simplesmente não querem sequer que a moça converse. Escolhem mulheres como quem escolhe uma camisa ou outro objeto, tanto que a casa citada como exemplo mantém aproximadamente 50 garotas e procura biotipos diferentes em quantidades mais ou menos iguais! (loiras, morenas, mulatas, altinhas, baixinhas... - todas conforme o padrão estético vigente).
Resta claro, então, que não estamos falando aqui de um “humanismo que só serve para se achar melhor que os demais...”, mas de uma realidade um tanto desumana, que existe na putaria. Como já apontou uma das comentaristas do tópico, putas lidam, na maioria das vezes, com pessoas “difíceis”, para dizer o mínimo.
Quanto à renda, obtida pela maioria esmagadora da população, é suficiente para uma vida digna.
Quanto à progressão pelo caminho de outros trabalhos e do estudo, sabe-se que a maioria dos que se dedicam conseguem, sim, ter os bens elementares citados (um carro, uma casa, vestir-se...).
Luxo, evidentemente, poucos conseguem, mas isso nada acrescenta. Pelo contrário, livrar-se de desejos inúteis confere qualidade de vida ao ser humano.
Aliás, há dois dias foi o próprio Bill Gates que salientou a inexistência de grande diferença entre a vida de um milionário e de uma pessoa comum - “é o mesmo hamburger”...
Ou seja, não é preciso ser puta para que uma garota, por mais simples que seja, consiga obter aquilo que a maioria das putas consegue reter em suas carreiras relâmpago. Por outro lado, verificamos que não são exatamente aquelas “bem simples” que dão passos mais largos....
Cheguei a relatar aqui no fórum uma recente experiência que tive, com uma puta da Estação da Luz. A própria relatou que sua filha, com o PROUNI, está cursando veterinária, em uma faculdade do interior. Dificilmente, ao se formar, a garota ganhará menos de 2 mil reais. E dificilmente será puta – conhece bem a realidade de sua mãe. Caso quisesse, por estar na flor da idade, já teria feito a opção e talvez estivesse ganhando 8 ou 10 mil reais, no lugar de ficar duranga, se preparando para um futuro diferente.
Quanto a indicar a carreira para conhecidas, que atuam em outras profissões, poderia fazer sem problemas, vez que a prostituição é uma profissão como outra qualquer – ao contrário do que foi dito, não comete crime que sugere a prostituição como forma de trabalho.
Só nunca fiz isso porque realmente não considero uma carreira viável.
Mas por ter ciência de que trata-se de uma profissão bastante dura e arriscada que tendo a respeitar muito as garotas que a ela se submetem e torcer para que pulem fora tão rapidamente quanto possível.
No mais, vai de cada um, mas entendo que a grande maioria, no fundo, não pensa muito diferente de mim – até os mais toscos.
Ou será que realmente gostariam de ver as mulheres mais queridas (filhas, sobrinhas etc) na profissão em questão?
Certamente a maioria prefere que as conhecidas queridas e que as mulheres de suas famílias atuem em outras atividades e a elas sempre sugerem empregos normalmente menos rentáveis e também sem os ditos “ossos do ofício” da profissão de puta (estigma social, saúde em risco, companhias nem sempre agradáveis etc).
Até mesmo entre as putas! Claro que um jogador de futebol pode sonhar em ver seu filho atuando nos gramados. Mas quantas putas gostariam de ver suas filhas na mesma profissão, considerando as dores e as delícias de serem o que são?
Posso estar enganado, mas o discurso padrão das garotas é que estão fazendo o que fazem para que as descendentes tenham uma vida melhor – e nessa vida está inserido não ser puta, ainda que ganhando muito menos.