Depois de uma bela caçada de assunto no tópico dos bambis, aqui estou.
Há uma pergunta que paira no ar, que não quer calar: Romarinho deve entrar jogando no Pacaembú? Ou seria melhor que entrasse no decorrer do jogo, caso a maionese ameaçasse desandar?
Amigos, sou daqueles que acreditam que um peido, para quem está cagado, não é merda nenhuma.
Bonito, hein? Poético, eu diria.
Amigos, o prélio de quarta feira difere e muito do que o que jogamos nas semis contra o San7os. Naquela oportunidade, o time vinha de vitória fora de casa e poderia empatar que seria tão lindo quanto uma vitória.
Nesta partida, contudo, o time vem de um empate que caiu do céu. Se empatarmos, teremos que decidir uma Libertadores nos penaltis. Penalti é o fim da picada. E justo na final?
Me parece, portanto, que se faz necessário uma formação que permita que o time jogue como mandante. Que jogue na jugular do rival e não o contrário.
Não nos enganemos: se Tite optar pela continuidade, o risco que em tese se evitaria ao optar um por uma escalação mais ofensiva seria ainda maior. Chamaríamos Larissa e companhia para o nosso campo. Cederíamos a eles a posse de bola, em troca de meros contragolpes. Não vejo essa estratégia com bons olhos, mesmo que Tite não imagine que seja assim.
Não acho que estaremos mais vulneráveis se jogarmos em cima deles. Não vejo o Boca como um time perigoso no contra golpe. O perigo está justamente no contrário, como viu quem tem olhos e inteligência pra isso no segundo tempo da partida de Buenos Aires. O Boca se torna letal quando tem a posse de bola e quando Larissa tem espaço para acionar o Mouche e aquele perna de pau do Santiago Silva.
Larissa é um jogador que os nossos não estão acostumados a marcar. Porque ele é mesmo um espécime em extinção. Como foi falado por alguém na transmissão do jogo, ele passa aquela impressão de lentidão, de quem não vai chegar na bola, de quem não vai conseguir dar o chute, de quem não vai conseguir dar o passe. E, no entanto, ele chega nas bolas, chuta com muito perigo e larga os caras na cara do gol quase sempre com um passe que parece simples e óbvio, mas é de uma inteligência e de uma visão de jogo ímpares.
Mais do que isso: Larissa, se estiver bem a vontade, manda no jogo. Dita o ritmo do time, acelera, segura e catimba. Fica no ouvido do árbitro o jogo todo. Mais do que falar , ele mostra que é capaz, que pode fazer o time dele ganhar.
Larissa é o mapa da mina, seja pra vitória, seja pra derrota. Se deixarem esse cara livre, ele vai causar muitos estragos. Se conseguirem anulá-lo, o time do Boca vira um Chacaritas de grife.
O melhor jeito de perder esse jogo , ou de empatar, é repetir uma fórmula que sabemos que traz uma pseudo segurança mas que nos deixa muito longe do gol. Não adianta roubar uma bola se estivermos no nosso campo, na entrada da nossa área. O cara vai fazer o que com a bola? Enfiá-la no cu do Tite? Além disso, essa é a senha para que o Boca goste do jogo.É tudo o que esses caras querem e nós proporcionamos lá: a posse de bola,liberdade para circulá-la na entrada da nossa área, o que nos faz sofrer muitas faltas perigosas ou ceder escanteios em demasia, que podem redundar em bolas aéreas fatais. Isso sem mencionar que Riquelme sempre acha um arrombado livre na cara do goleiro.
Quem quer passar por isso de novo porra?
O melhor caminho pra ganhar, na minha opinião, é sufocar o Boca de uma forma como ele não está acostumado. É deixá-lo desconfortável. Seja na pressão da massa ensandecida empurrando o rival, seja pela frustração que terão de não conseguir jogar e de se limitar a correr atrás da bola na maior parte do tempo.
Mais do que uma estratégia correta, vai ser uma postura que surpreenderá demais o adversário. Andei lendo o que eles estão falando depois do jogo da Bomomerda. A impressão deles é que somos um time que não tem capacidade de ditar um ritmo de jogo capaz de empurrá-los pra trás. Eles esperam, eles tem convicção de que virão pra cá e seguirão com a posse de bola, acuando o Corinthians até que o gol saia.
Em tempo: se Tite não mudar a formação inicial e o posicionamento defensivo do último jogo, sinto dizer meus amigos, mas eles estão certos. Tite fala muito em merecimento. E fala com razão. Mas a questão aqui não é só merecer: é ter aptidão para este tipo de jogo. Não é jogo pra empatar. É jogo pra ganhar.
Você pode ganhar um jogo na espera. Mas precisa fazer isso direito.
É preciso mais do que a solidez defensiva habitual. Você precisa anular o ponto forte do adversário e precisa de um contra ataque avassalador. E isso deve ser feito sem abdicar do ataque. É possível atuar dessa forma e escalar o Romarinho entre os onze. É impossível fazer isso jogando com os dez atrás da linha da bola, cerrados na entrada da nossa área.
Pra fazer isso com eficiência e CONTUNDÊNCIA, o time tem de marcar pelo menos a partir da linha de meio de campo. Não é cercar, observar, como fizemos na segunda etapa. Mas morder, pressionar pra desarmar o arrombado que estiver na posse dela, que será um zagueiro ou um dos bons volantes deles. Fazendo isso, forçaremos Larissa a vir buscá-la longe de nossa área, onde ele é muito menos perigoso. E o desarme será mais próximo do gol e passaremos a bola pro Emerson ter o que fazer com ela. O Emerson anda muito isolado, essa é que é a verdade. E, pelo que se viu no gol de empate, ele e o Romarinho se entendem muito bem...
Enfim...
A sorte está lançada.
Apesar de não ser um grande fã dele, tenho certeza que essas questões todas passam , de uma forma ou de outra pela cabeça do treinador, seja qual for a escalação que ele utilizar.