japa.cp escreveu:
"Por que a pessoa saiu de casa para pedir um omelete no Dona Onça?".
Um estabelecimento onde alguém (a dona, muitas vezes) vai preparar ovo com arroz e couve, servido por um garçom atencioso --pois esse indivíduo exige tal qualidade.
Ademais, há que considerar a tranquilidade relativa --uma vez que os governos não são capazes de provê-la-- proporcionada por seguranças na porta do estabelecimento, pelo manobrista, por toda a infraestrutura de conforto adquirido que o indivíduo veio buscar.
Há que levar em conta ainda o custo da matéria-prima, adquirida de fornecedores escolhidos a dedo, após minuciosa pesquisa, para oferecer ao indivíduo um bom omelete, preparado com um ovo de qualidade superior ao que ele encontraria no comércio local.
Que esse ovo seja bem mais caro que a média não justifica, porém, o troféu que São Paulo ergue como a cidade dos restaurantes mais caros do mundo; este se deve aos pesadíssimos impostos embutidos no preço final e seus impactos no custo da matéria prima --basta ver o tomate mais caro do mundo.
O custo estratosférico dos encargos e obrigações trabalhistas --e seus absurdos efeitos colaterais
Toicinho escreveu:Ai meu Deus, o camarada quer justificar o preço abusivo pra porra de um pf com omelete, a sorte desses caras é que assim como tem trouxa que paga 500,00 numa puta, tem cara que aceita pagar um preço abusivo por um omelete.
Exato. E a culpa é sempre do governo. Sempre ele, o maldito governo.
Ahan. É a mesma fórmula de sempre, consumidor exigente (no caso o paulista, quando na verdade é o contrário) + impostos = preços abusivos.
O bar da onça citado no texto, localizado no Copan, aquele edíficio da quitinete de mil reais o aluguel onde mora o compson, é apenas um boteco metido a besta. O omelete do bar da Onça não é mais saboroso do que o omelete do bar do seu Leiva, aqui das minha quebrada na ZL, e nem mais seguro do que o do bar do seu Leiva. Que eu saiba ninguém aqui nunca foi assaltado e nem precisa de segurança, porque os próprio truta não deixa mexer com morador. E os impostos que incidem sobre os ingredientes do omelete do seu Leiva são os mesmos impostos que incidem sobre o omelete do bar da Onça. Com relação a cortesia o seu Leiva é imbátivel. E não é aquela cortesia forçada e forjada imposta como padrão de tratamento, pelo dono do bar badalado, dos funcionários em relação aos clientes, do tipo: esse povo tem dinheiro então vamos tratar bem, daí eles voltam pra pagar uma fortuna pela porcaria do nosso omelete. Nada disso, é uma cortesia espontânea de quem considera vc como sendo da família, aquela coisa de bairro, de camaradagem.
A diferença é que o bar do seu Leiva não sai na Vejinha. A diferença é que o seu Leiva não tem amigos influentes, jornalistas e nem grana para pagar alguma matéria jaba sobre seu humilde bar.
Mas paulista adora ostentar, não é mesmo? Até o funk de paulista recebe a conotação de "funk ostentação". Vejam, isso é emblemático.
http://www.youtube.com/watch?v=5V3ZK6jAuNI
O sujeito mora na cidade Tiradentes, bairro distante duas horas do centro, pega busão todo dia lotado, mas fala na música em Camaro, Porshe, moto da hora, bolsa Louis Vitton pras mina, perfume ferrari. Quando na verdade não tem dinheiro nem pra cagar.