Não sei se esse é o melhor local para escrever essas linhas, mas o que vale é o que está escrito. Enfim, eu sempre fui um cara muito apaixonado pela vida, quando entro em uma "onda", eu entro pra valer. Tive uma infância alegre, e na adolescência conheci o que futuramente viria a chamar de meus "pseudo-ídolos" (ícones do rock'n'roll, mais precisamente do Grunge e Punk rock). Pois bem, devem estar se perguntando: "Quem é esse cara e o que ele pretende com isso? Qual o motivo dessas linhas?
A explicação para todas essas perguntas estará implicita no texto que se sucede.
Sempre fui um cara sedento por leitura, anarquismo e rock'n'roll (na adolescência principalmente). Acredito que parte dessa paixão tenha se dissipado com o passar do tempo, mas nada que tenha me feito perder o interesse. Comecei a beber aos 15 anos, aos 17 já entornava o caneco de pinga, mas escondia o meu grande interesse das pessoas que me cercavam, a vida boêmia.
Quando completei meus 18 anos, passei em uma faculdade federal e pra lá rumei, larguei aqui familia e namorada... Fiz um curso bastante conturbado devido a minha ideologia de vida e meu estilo desregrado de levar a vida, acabei voltando a minha cidade.
Sou natural de Belo Horizonte, mas não moro em BH atualmente.
Sempre gostei de sentar na praça 7, acender um cigarro de palha, ler um jornalzinho e passar o tempo. Vez ou outra eu passava na galeria do rock, ou tomava uma cerveja nos arredores, mas nada de mais.
Desde pequeno, vez ou outra eu ia no Oiapoque comprar jogos, filmes, cds, etc... No caminho passávamos pela Guaicurus e sempre quando perguntava ao meu pai o que eram aquelas escadarias onde ficavam aqueles caras mal encarados na porta olhando, meu pai me respondia que eram apenas seguranças e que aquilo eram hotéis.
Pois bem, o tempo foi passando e a puberdade estava no seu ápice. Foi quando determinado dia, a noite já se aproximava, eu respirei fundo e resolvi conhecer de fato aquela tal Guaicurus, que pra mim era apenas uma rua fétida, cheia de mendigos e um comércio popular. Estava sentado na praça 7, a noite começava a cair, apaguei o meu cigarro de palha e com muita adrenalina rumei à rua Guaicurus.
Próximo àquelas escadarias eu fui me informar com um trabalhador nativo na região. Naquela hora eu não sabia, mas estava me aproximando de uma das regiões que futuramente seria frequentador assíduo dali em diante.
Conheci o primeiro hotel, cujo nome, de primeira achei engraçado, Brilhantes... rsrs..
Belas garotas, homens de todos os tipos, cores, caras, credos, condições sociais...
Pensei comigo: "Estou vivendo o que eu almejava"... rsrs
Como nunca estou satisfeito fiquei rondando o hotel em busca de alguma presa, alguma cocota para abater... enfim, eu não poderia sair dali sem cumprir o meu objetivo de "boêmio" (rsrs.. eu com meus 18 anos, mal sabia o significado da palavra).
Depois de muitos "sobes e desce" encontrei a garota que seria a minha primeira puta a ser abatida. Vulgo Jéssica, uma aparência não tão seleta e atributos físicos medianos (Imagina eu... 18 anos, rsrs.. mal tinha comido uma ou outra menininha, ia saber escolher uma mulher). O primeiro TD foi um fiasco, iniciante, na cara e na coragem, me achei másculo, o macho alfa, gostei do meu desempenho...
Do lado de fora do hotel, vi um buteco, mais copo sujo impossível, mas eu né? Tinha que entrar, eu era o boêmio da vez... rsrs
Entrei, tomei uma cerveja. Não sei se foi pela minha cara de jovem ou pela ingenuidade, ou pelos dois, eu facilmente era uma presa fácil para um batedor de carteiras ou até mesmo coisa pior. Não deu outra... logo fui abordado por um sujeito mal aparentado, cheio das más intenções. Podia ser ingênuo, mas trouxa nunca fui, dei logo de meter o pé dali.
Essa foi a minha primeira experiência no CDG... rsrs..
A partir dai, como é a lei natural da vida, eu ganhei experiência e malícia (atributos indispensáveis pra viver nessa sociedade).
E esse itinerário que antes eu fazia (Praça 7 e arredores) deu espaço ao CDG. Claro que ainda tenho muito a aprender, mas podem ter certeza, nada melhor que a rua como uma escola de vida, pois é na rua que o filho chora e a mãe não vê.
Foi muito gratificante escrever essas linhas, para quem teve a paciência de Jó para ler. Que deixe sua opinião, ou crítica também são bem vindas.