Lendo este material, fiquei imaginando o que foi que pegou mais pesado:
A carreira profissional:" Percebeu que minha dominação lhe era deletéria, porque eu dominava seu tempo, suas ações e seu corpo."
A consciência:"Percebeu que o que eu escrevia, enquanto o utilizava como um cavalo, como se diz nos terreiros de umbanda, influenciava outros, que viam em meus escritos uma inofensiva ode aos prazeres da vida, como se isto fosse algo sem maiores conseqüências."
A grana: "Mesmo que recolhido num canto, viu-se alertado por um forista e percebeu que me deixava incitar a intolerência e divulgação de comportamento e idéias que poderiam levar à ruína de muitas famílias, pois a palavra escrita influencia e inspira ações."
Será que Clinton está realmente aposentado?
Estes dias, em meio às dificuldades da vida, estive lendo um livro: Ser Homens, a virilidade em um mundo feminilizado, de Cláudo Risé. O livro, além de ser chatissímo, tem partes bem interesssantes, que gostaria de reproduzir aqui:
"A imagem pessoal, a carteira, a conta no banco podem variar, mas você é, em todo caso, estas três coisas. Você pode mudar os seus consumos mas não pode mudar o destino de ser o que consome, de ser definido pelo consumo. Mas o fato de você se identificar com as coisas, o dinheiro, as mercadorias, o petrifica, lhe tira o sentido, direção e dinamismo profundo. Mesmo se você atravessar o Atlântico duas vezes por semana você estará no mesmo lugar."
Mais adiante - e esta é a parte mais interessante:
"A errância profunda, psicológica, é, ao contrário, dirigida para a curiosidade, para a partilha autêntica com sujeitos e grupos diversos, escolhidos ou encontrados a cada vez, em vez da partilha convencional ou coletiva com grupos fixos, estabelecidos uma vez por todas pela estática da sociedade da Grande Mãe, em cuja base é preciso escolher quanto antes com quem ficar: o gay com gay, o heterossexual com os heteros, os piemonteses com os piemonteses, os vegetarianos com outros como eles e, uma vez ali dentro, no gueto tranquilizador, não sair mais dele."
Além disso: " Justamente por isso a errância, a verdadeira, isto é, a interior, não é de modo algum apreciada"
E complementando, já que uma coisa leva a outra, como em Curitiba há uma discussão a respeito de vampiros: "As narrações sobre vampiros, hoje particularmente populares, repropõem a força da natureza e de seus recursos no universo fabricado da técnica" Mais: "Esse banquete de vitalidade às custas do gênero humano é naturalmente, um 'pecado', A irrupção no corpo e no sangue dos outros violando laços conjugais e integridades prescritas socialmente contamina a multidão ...."
Sangue, o quente sangue, que pulsa no corpo e no membro, corre nas ruas, como é bom.
Ragazzo
P.S: Editei o texto para esclarecer alguns pontos: Acho que devemos prezar a liberdade, de ir, vir, pensa, mandar a merda, gostar, desgostar, trepar, o que for, sem prestar contas a ninguém, somente à nossa consciência.
Naturalmente, é preciso fazer concessões, já que temos de viver em sociedade, e a tolerância é, ao meu ver, uma condição básica e indispensável de civilização. A intolerância é uma condição de existência da barbárie.
Fiz minhas as palavras que recortei do livro, uma boa leitura, embora difícil. Acho que o autor faz uma bela discussão sobre muito do que discutimos aqui, neste fórum, que embora limitado, ainda é um espaço livre. Como alguns sabem, sou um putanheiro aposentado, e estou muito satisfeito. Compreendo os dilemas e as contradições com que somos obrigados a conviver.
Antes que eu provoque uma discussão, acho que o fórum, quando aceita anúncios de GPs, de clínicas, de termas, etc., perde uma parte importante de sua liberdade e de seu espírito, mas é preciso pagar as contas, portanto são necessárias concessões. Teno andado um pouco inflamável e incendiário ultimamente..........
Por último, mas não menos importante, é fácil identificar alguns dos verdadeiros putanheiros deste fórum neste tópico. Sem infiltrados, sem Gps, fazendo média.
Além disso, acho que isso tudo pode ser um trote do Clinton..................