NEGATIVO Prezados bastardos,
Só quem, por anos a fio, se aventura pelos mais recônditos sítios da zona do meretrício pode afirmar, categoricamente, que o TD “Achei Meu Pau No Lixo” não é uma lenda urbana.
Ao contrário disso, ele é bem mais comum do que se imagina. O que eu não podia imaginar é que ele poderia ocorrer num lugar que eu considerava, com o perdão do trocadilho, uma “zona de segurança”: a Mansão da Madame Vany.
Em contraponto a tudo de bom que aconteceu no TD anterior, nessa mesma semana afundei num mar de lama que foi fazer um TD com a tal de Cristal, que se revelou um vidro fumê dos mais vagabundos.
Estava eu lá, pronto pra ir embora sem esvaziar o saco – tanto porque o plantel estava fraco naquele dia, quanto porque me decepcionei com o retorno daqueles churrascos nefastos que fazem a alegria no baixio das bestas; esses eventos são tão repletos de bêbados inconvenientes que esvaziam aquele sossego no ambiente que tanto agrada a clientela mais antiga e selecionada da Madame Vany – quando a mencionada puta se pôs a desfilar pelo salão.
Rebolando a bunda e balançando os peitos, a puta parecia se movimentar ao som imaginário da Banda KY, com toda a falta de classe que é peculiar do ritmo paraense.
Achei que valia um TDzinho de 1/2 hora.
Tem momentos na vida em que seu QI zera qual o conteúdo de uma entrevista de jogador de futebol de time que perde há mais de 10 partidas seguidas. Escolher subir com essa puta para o quarto me ocorreu num desses momentos de QI zerado.
Eu deveria ter assimilado os sinais pelos quais o Grande Arquiteto do Universo estava me alertando da roubada.
A puta ficou enrolando pra pegar a toalha, preferindo terminar o raio da cerveja que parecia ser seu único propósito naquele dia na casa. Antes eu tivesse abortado a operação.
No quarto, estranhamente ela reagiu mal às passadas de mão na sua bunda, denotando que toda aquela safadeza manifestada ao se apresentar era pura encenação.
Sua conversa inicial sem empolgação e nitidamente ensaiada veio carregada de bobagens típicas de puta barata, de “Vintão”, que não mantém qualquer sintonia com o exercício da profissão para um nível mais elevado de clientes.
Para minha surpresa, a puta não tomou banho!
Ora bolas, sempre que faço um TD, procuro tomar um banho antes e outro depois. Higiene é o primeiro cartão de visitas. Imediatamente vi que ela não estudou pela mesma cartilha. A atitude, por si só, retirou uma parte crucial da minha vontade na transação, levando em conta a minha costumeira dedicação no banho antes dos TDs.
Nem cogitei beijo na boca, em razão do seu mau hálito de cerveja e sei lá mais o que.
Depois, ao meu pedido de uma chupeta, ela respondeu com exigências de que eu me deitasse, não levantasse a cabeça (???), abrisse as pernas (???) para que ela ficasse ajoelhada entre elas (???). Seu jeito de chupar conseguiu aniquilar a minha ereção: ela punha a cabeça na boca – que estava inusitadamente seca, sem saliva alguma -, olhava para minha cara e apertava o pau com as duas mãos a ponto de machucar. Até certo ponto, me dispus a fechar os olhos e imaginar uma cena erótica qualquer, para desassociar daquela experiência desagradável e quase dolorida e desagradável que era a chupeta da Cristal – se é que aquilo pode ser chamado de chupeta.
Sentir o pau, que estava duro, amolecer ao ser chupado por uma puta não tem preço!
Minha capacidade de endurecer o pau nas condições mais adversas é um orgulho que, no entanto, eu sinto que não deve ser abusado, sob pena de rarefazer.
Mesmo sob esse risco, endureço o pau para vestir a camisinha e peço que ela se deite de bruços. Normalmente eu fico excitado com a visão de uma mulher deitada de bunda pra cima, mas não foi o que aconteceu desta vez.
A boceta exalava um odor esquisito, não muito forte, mas certamente um misto de creme lubrificante e o cheiro vindo das entranhas sem higiene, bem desagradável. Como diz o porteiro do meu prédio, com seu inconfundível sotaque pernambucano “ôche, é um cheiro, mas um cheiro que vem de dentro da mulher”.
Mal eu acomodei o pau dentro daquela boceta e me deitei sobre ela, veio uma reclamação sobre o meu peso, sobre eu estar apertando o seu ombro – reclamações essas contraditoriamente intercaladas por aquelas odiosas frases: “Ai gostoso!”, “Ai tesão!”, “Goza pra mim!”, “Vai, me fode!”
O fundo do poço foi quando ela dobrou as pernas e as levantou para encostar os pés... na minha bunda!
Sei muito bem que algumas putas fazem isso para, quiçá, estimular o cliente, porque há clientes que gostam que as putas mexam na sua bunda. Não é o meu caso.
Nesse exato momento eu disse “Chega! Parou!”
Levantei e fui para o chuveiro, para sua total perplexidade. Recuperada do torpor, começou a me perturbar com perguntas sobre o que havia acontecido, o que ela havia feito. Perguntas que ela mesma se encarregou de responder: ela não tinha feito nada.
De fato, tive de concordar com ela: não fez NADA... que prestasse!
Eu já estava vestido e vi que a garota começou a procurar sua roupa e a enrolar no quarto. Perguntei na lata: “Você não vai tomar banho?” Como ela continuava enrolando, insisti na pergunta e, em sentido figurado, quase cheguei a colocá-la debaixo do chuveiro até que ela cedesse. Um absurdo!
Mas o pior ainda estava por vir.
Quando eu estava me despedindo do Takuma, a puta me aparece no quintal frontal da casa vestida apenas de toalha, obviamente para ouvir sobre o que conversávamos e, depois, para fazer intriga. Com toda certeza, ela deve ter inventado um monte de mentiras.
Se ela resolveu descer imediatamente depois, com uma toalha enrolada no corpo, pouco se importando com o que diriam os clientes na sala de apresentação, era porque algum outro cliente já falou mal dela para a gerência e ela achou que isso ia se repetir comigo. E acertou!
Quero deixar claro que todo esse meu relato não é uma crítica à casa, mas, sim, à puta, cuja qualidade do atendimento é de baixíssimo calibre.
Contudo, o que eu não consigo entender, de jeito nenhum, o que uma puta nitidamente de “Vintão” está fazendo ali.
Acho que a Vany deveria ser mais cautelosa com o tipo de garota que ela põe pra trabalhar na sua casa, pra não comprometer a sua credibilidade. Espero, então, que ela entenda esse relato sincero como uma crítica construtiva e reveja alguns conceitos.
Roman Barak.