Quem persegue a putaria são os religiosos, não estou me referindo ao religioso que alguém possa encontrar no ponto de ônibus e perguntar a ele o que acha da prostituição. Ele vai responder que é a favor ou é contra, tem muita gente que se diz religioso e vem para a putaria.
Quando digo que são os religiosos que perseguem a prostituição, estou afirmando que são os religiosos organizados institucionalmente em ONGs ou em governos que o fazem, bem como o Estado do Vaticano.
Na Espanha, o PSOE tem um seção feminina totalmente dominada pelos religiosos e são eles que elaboram as leis repressivas do país. Na França, são também os religiosos participantes dos partidos políticos quem ditam as regras, especificamente no PS Francês. Lembrem-se que, recentemente, a França fez uma lei que visa perseguir os clientes, como na Suécia.
Nos Estados Unidos, diversas ONGs atuam juntamente com o governo para proibirem e perseguirem a prostituição na elaboração de leis. Este vídeo da jornalista canadense
Paula Stromberg faz uma denúncia disso. As agências governamentais norte-americanas ao concederem empréstimos para o desenvolvimento, exigem que os locais persigam a putaria, que é o que ocorre no Cambodja.
A antropóloga
Laura Agustín realizou uma pesquisa com as ONGs, a maioria delas norte-americanas, e as nomeou como "Indústria do Resgate", porque são, na realidade, uma indústria para pegarem dinheiro dos governos, para perseguirem e criminalizarem a prostituição. Esse
livro aqui dela explica direitinho como acontecem essas coisas, eu comprei a versão em espanhol.
O criminologista norte-americano de tendência conservadora,
Ronald Weitzer tem diversos artigos denunciando as ONGs norte-americanas como desperdício de dinheiro público, muitos desses artigos estão por aí na Internet, basta pesquisar.
A atual lei do tráfico de pessoas foi impulsionada pelo Estado do Vaticano em aliança com o governo norte-americano e considera como traficada toda mulher que sai de um país para ir trabalhar em outro como puta, isso é uma forma de criminalizar a putaria e justificar a repressão. Quer saber mais a respeito, coloque na pesquisa do Google "tratado de Palermo tráfico de pessoas" e aparecerão diversos artigos que justificam a repressão a putaria. Uma pesquisadora da universidade de Essex chamada Jo Doezema quis participar da elaboração desse tratado, para incluir o ponto de vista das prostitutas, mas foi cerceada. Neste
livro ela fala que o tráfico de brancas é mito, mentira.
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Por que o Folhão, o Estadão, o Globo e o JB não tocam nesse assunto? Porque não querem perder assinantes e preferem deixar as coisas como estão, para não ter de enfrentar os fanáticos religiosos.
Como a imprensa não cumpre o seu papel, de informar corretamente, as pessoas imaginam que eu esteja inventando algo, mas eu tenho a mais convicta certeza de que são os religiosos que perseguem a prostituição.
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Quanto a Suécia, país majoritariamente ateu, é necessário informar que o seu feminismo é de base religiosa e que as feministas mais ligadas ao meio acadêmico no exterior (aqui no Brasil, mesmo as universidades são dominadas pelo discurso cristão), são contra essa perseguição aos clientes da putaria.
Este
Blog aqui também traz diversos artigos que denunciam os meios religiosos como promotores da perseguição a putaria.