POSITIVO Nome da Garota:Astrogilda
Fez Oral sem camisinha:SIM
Fez Anal:SIM
Beijou na Boca:SIM
Nota:10
O frio é somente um obstáculo a mais na batalha de um guerreiro.
Tendo isso em mente rumei para estação da luz quando o termômetro da rua apontava 10 graus de martírio. Então parti usando luvas para esquentar as mãos avidas por tocar um corpo quente de uma bela mulher, sobre a malha aquela blusa que te faz parecer um boneco da Michelin bastante na moda entre os faria limmers. Para completar o figurino de inverno, no pescoço um cachecol Naoshima blue jeans combinando com a jaqueta e no rosto já tomado por rugas óculos de sol da Cartier para esconder olhos enrubescidos por uma noite mal dormida. Com o descrito uniforme de batalha o soldado aqui adentrou as fronteiras do território hostil. Meus primeiros passos, assumo, foram vacilantes afinal a cautela se faz necessária diante de inimigos tão perigosos. Nesse momento de grande tensão, a torre da estação ostentava ponteiros prenunciando o cair da tarde. Sol não havia para concordar com o relógio inglês sobre a via férrea, encoberto que estava por nuvens borralhas. Contudo por um breve instante parei para olhar para meu pulso observando plena sintonia entre o relógio da estação e meu Tag Heuer. Deixando para trás um motorista de ubber assustado, surpreso e confuso, segui adiante irrompendo pelo que sobrou da parte da rua que tangencia obras em frente à estação. Ao adentrar aquela viela improvisada que mal cabem duas pessoas juntas ou uma daquelas gordas do parque, logo o cheiro de esgoto invadiu minhas narinas antes que eu pudesse me proteger do fedor com o cachecol Naoshima. Tomando cuidado por onde pisava completei o curto percurso antes que aquela podridão invadisse minha alma. Logo na esquina já de frente para a estação pude avistar algumas gurias que pareciam não sentir frio tamanha desenvoltura traduzida em pouca roupa. O famoso psiu me era música para os ouvidos conforme eu caminhava até entrar na estação. O travesti que mais parece um porteiro ou segurança da estação, me olhou torto mas não mexeu comigo. Já dentro da estação atravessei o pontilhão e fui adiante. Dei a volta no retângulo sob a via férrea pra chegar ao saguão principal da estação. Lá em baixo, cidadãos se amontoavam na plataforma a espera do trem que os levaria para o triste destino. Que é o destino de todos nós, ricos ou pobres, um destino triste, por mais que nos iludamos do contrário. Quando cheguei à área central, de ornamentos da arquitetura vitoriana, avistei mais mulheres da vida totalmente perceptíveis em meio a multidão, menos pelos trajes e mais pela postura de ficar ancorada pelos cantos portanto uma bolsa e observando atentamente quem passa. Quando não abordando alguma infeliz vítima tão ou mais pobre que ela.
Mas não há vítimas ali, há apenas pessoas buscando ser felizes, nem que por um breve instante até a hora do quarto ou do gozo. Entendam a minha ironia, por favor. Estamos todos no mesmo barco. Só queremos nos divertir e seria no parque da luz que encontraria minha diversão. Como o movimento da estação não me agradou atravessei a rua em direção ao parque para procurar por lá algo que pudesse me trazer a tal felicidade. Devido ao frio o vai e vem de populares era modesto o que facilitou a investida do soldado por aquele território verde e pantanoso. Não demorou muito para eu ter dado a volta por todo o parque e , quando já estava pensando em sair para tomar um café na Pinacoteca, avisto algo ou alguém que meus olhos pareciam me enganar. Loira fatale, de sobretudo preto térmico talvez da marca CHAMONIX, olhos de esfinge, pés pequenininhos, portava no rosto o sorrido da Monalisa acolhida pela sombra de uma árvore se Sol houvesse. Mas ela não precisava de Sol, a loira tinha luz própria com o poder mil sóis. Logo pensei, desconfiado, será que tem uma tromba??? Porém não queria carregar essa dúvida comigo então me aproximei. Pisando o chão de pedras fui em direção a ela sem me importar com uma velha que resmungava algo que parecia ser para mim. Acelerei os passos, cruzei o jardim principal e cheguei nela. Ela piscou e me disse – Oi, vc tem cigarro aí? Cigarro, tem cigarro aí?
Antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa ela me pediu cigarros. Eu tinha cigarros, puxei o maço de Marlboro e ofereci um cigarro para ela.
Ela balançou a cabeça recusando meu cigarro – eletrônico, ela disse, só eletrônico.
Gesticulei com a mão e com a cabeça em sinal de paciência, esse não tenho.
Pelo inusitado começo de conversa até havia me esquecido de prestar atenção ao fato que a voz a emanar daqueles lindos lábios era a voz mais feminina de todo o planeta terra. Mas, para ter certeza, resolvi apertar as mãos dela fingindo cumprimentá-la, pois dúvidas desse tipo não resistem a um aperto de mão bem dado. O truque é o seguinte, aperte bem forte se a pessoa apertar de volta mais forte ainda é porque entre as pernas da mesma jaz um pau, não necessariamente avantajado, mas um pau. Então apertei com a força necessária para uma reação no mínimo proporcional.
- Aiii cara, tá doido. Tá achando que eu sou viado? Quer quebrar minha mão?
- Desculpe...é que o frio congelou meu aperto de mão. Eu nem sei o que dizer, sinto muito. Machuquei?
- Não, imagina, quase quebra meus lindos ossinhos, cara, vc tá procurando um travesti, não é? Eu sei. Mas travesti só na estação. Apesar de alta e loira, sou mulher. Não tenho aquilo que procura.
- Não, não, muito pelo contrário...
- Então foram as velhas que te mandaram me abordar. Vc é cafetão? Acertei?
- Não, olha, me desculpe, eu apertei sua mão exatamente para ter certeza de que vc era mulher e acabei exagerando um pouco na força.
- Poxa, bastava me perguntar. Não é mais fácil do que sair apertando mãos desse jeito. Acho que começamos mal.
- Me desculpe, olha, vamos sair do parque, aqui parece mais frio do que lá fora, te pago um café e um cigarro eletrônico.
- Agora está melhorando, vamos...o movimento tá fraco mesmo.
E foi assim que tudo começou. Ao aroma de cafés ela me contou que se chamava Astrolgilda, que era filha de pai polonês e mãe húngara, que ela nasceu no porão de um navio rumo ao Brasil e que sua mãe, que acreditava e astrologia, resolveu dar esse nome ao descobrir o significado da palavra astrologia em português, uma das primeiras palavras que aprendeu lendo o manual que portava na bolsa. Não é linda a história? Mas não é só isso, Astrogilda se apaixonou por um cara casado que dizia ser empresário mas depois descobriu ser um golpista após ela própria sofrer um golpe que tomou todas economias adquiridas trabalhando como cuidadora de um velho tarado. Depois de tudo perder partiu para prostituição trabalhando, inicialmente, numa casa de luxo até ser descoberta por um amigo do golpista que, de posse da informação, ainda tentou a chantagear ameaçando contar para família. Por fim a loira fatale veio parar no parque da Luz por iniciativa própria após assistir a uma matéria sobre a prostituição no parque da Luz, Astrogilda decidiu se aventurar no baixo meretrício oferecendo seus serviços para desvalidos, velhos aposentados, camelos e gente de toda espécie.
Por que vc escolheu estar aqui? – do café só sobrara a borra no fundo da xícara quando questionei Astrogilda sobre tal opção um tanto inusitada.
Porque quero sentir o cheiro de pobre, o mesmo cheiro que meus pais sentiam no porão do navio. Descobri que minha mãe traiu meu pai com um marinheiro rústico naquela viagem quando eu ainda estava na barriga dela. Pensar nesses homens rústicos com cheiro de colônia barata me excita, me deixa molhadinha. Só de imaginar esses pobres coitados depositando o ferro em brasa em minhas carnes quentes após comer marmita fria me excita.
Um vento frio soprava pela janela da cafeteria ao cair da noite...
O prédio amarelo da Casper Líbero abriga um hotel decrépito que oferece toalhas mofadas. Esse antro mal falado abrigara nossos corpos quentes, o meu e o de Astrogilda, a loba polaca, cujo corpo nu de pé sobre o piso de lajota fria daquele hotel barato merecia estar exposto a poucos metros dali na Pinacoteca do Estado, como uma peça do renascimento esculpida para representar o belo e sublime de forma hiper-realista. Diante de mim aquela beleza descomunal se oferecia por 50 reais, meu pau rijo apontando na direção do teto, costas inclinadas sobre os braços de cotovelos apoiados na cama. Ela caiu sobre mim abocanhando a rola tesa contornando, com lábios carnudos, minha piroquinha nipônica. Não ria, apenas sugava e serpenteava com a língua o diminuto instrumento másculo e viril porém inexpressivo, tudo na pressão certa. Cansou de chupar minha rolinha e decidiu cavalgar sobre mim como uma amazonas do submundo a domar pangarés de pouco valor. Seus seios de bicos rosados entumecidos se ofereciam para minhas mãos, primeiro, e para minha boca voluptuosa, depois. Enquanto me cavalgava dizia palavrões alternados com um nome de homem que depois descobria ser do carteiro da rua dela. Nada que me afetasse na hora. Sua carne era quente e macia, seus pelos loiros e esparsos. Por fim tomei ela de quatro para ter a visão sobrenatural daquela bunda, domando a amazonas. Não sem antes chupar a bucetinha e o cuzinho com muita dedicação e sorte. Tudo seria perfeito se não fosse um marimbondo que invadiu o quarto pela janela entreaberta. Maroto, o invasor inimigo apontou o ferrão para minha bunda enquanto eu enfiava o meu na bunda dela e, certeiro, desferiu uma picada daquelas. Por razões desconhecidas tal picada injetou ainda mais excitação em mim fazendo com que eu gozasse turbilhões de porra poucos segundos depois. Que se frise que fiquei sem poder sentar por uma semana. Contudo no final o gozo soltei um grito de dor e de prazer, minha parceira, a loba polaca, também gritou, alucinadamente, então gritamos e gozamos juntos loucamente. O grito ecoou pela janela fazendo-se ouvir por toda cracolândia. Reza a lenda que a cidade parou por esse instante tentando compreender de onde vinha o ruído de dor.
Depois do coito nos deitamos silenciosos. Astrogilda buscou o cigarro eletrônica que eu havia comprado para ela. Não dissemos nada. Eu olhava para o teto tentando entender tudo aquilo.
Astrogilda, então repentinamente levantou-se e começou a se vestir. Partiu sem nada dizer, Astrogilda, a loba polaca. O soldado havia vencido a batalha mas perdido a guerra.