Literatura – HQ´s - História – Filosofia –

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Erico
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Bráulio

#31 Mensagem por Erico » 23 Dez 2005, 08:22

Agora, do Bráulio:

Poema da buceta cabeluda

de Bráulio Tavares

A buceta da minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono-das-secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo-baiano.

A buceta da minha amada
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do Universo.

A buceta da minha amada
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.

A buceta da minha amada
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.

A buceta da minha amada
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme
quando a gente fode.

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Erico
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Padre

#32 Mensagem por Erico » 23 Dez 2005, 08:24

Mais cânticos putanhescos de um padre:

Pêsames às putas de Lisboa na ausência do seu Meireles

do Pe. Braz da Costa de Mendonça

Enormes cagaçais, putas rafadas
que, cheias de pulmões e de bostelas,
sofreis sobre mil males, mil mazelas
cegas, fanhosas, coxas e aleijadas.

Agora, mais que nunca desgraçadas,
vos podeis chamar já todas aquelas
que nas portas da rua ou das janelas,
fostes do Grão Meireles requestadas.

Inconsolável é o vosso pranto
pois vos chega a roubar o fado esquivo
um fiel chichisbéu que vos quis tanto.

Nem vossa dor admite lenitivo
porque todas ficais postas de canto
órfãs daquele pai tão putativo.

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Cu

#33 Mensagem por Erico » 23 Dez 2005, 08:27

Homenagem ao Cu:

De redondo cu

de E. M. de Melo e Castro

de redondo cu
eu cúbica te quero
como cólera química ou paz comum
que nada tão navega
a tua nádega núbica
de redondo nenúfar
nu furioso.

no volume do cu
velo o teu lume
ocioso cio de culher
nos colhões que te encosto
pelas costas
no cu que te descubro
pelo olho
no volume que rasgo
pela vela
do duro coração na cumoção
de ter-te pelas tetas
culocada na posição
decúbita
culada
da comunicação.

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Erico
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Bu

#34 Mensagem por Erico » 23 Dez 2005, 08:32

Já que se falou do cu, falemos pois da bu:

Vagina

de Alex Fagundes

Tenho a ânsia infinita de te possuir
até o fundo, sem qualquer constrangimento.
E ao mesmo tempo quero fazer-te sentir
-se, então, senhora nem que por um momento.

Em meio à faina, meio da batalha.
Espada em riste, sem traço de clemência.
Afasto as portas de tua residência
e cravo tudo rompendo a tua malha.

E ao sentir-se tão fundo lancetada
tua vagina entrega-se de todo,
vibra por dentro, toda encharcada
e me domina enquanto eu a fodo.

E a luta afasta de nós todas as éticas
no afã de possuir a alma alheia.
Uma ciranda entoada sem poéticas,
uma charanga expressa em carne, nervo e veia.

E eu te domo, gazela desfreada.
E eu te como, boceta enfurecida.
Eu te quero assim, escancarada,
pra despejar em ti a minha vida.

E se aproxima a última estocada
o frenesi expresso, uníssono dueto
tua boceta me traga esfaimada
e te devoro no teu fundo aposento.

Mas num momento em que tudo é mais tudo,
como se fizesse a morte inquilina.
nesse instante supremo eu fico mudo
e me rendo, inteiro, em tua vagina.

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Erico
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Raimunda

#35 Mensagem por Erico » 23 Dez 2005, 08:36

PRS escreveu:::raimunda::
Os segredos de Raimunda Toada

de Rodrigo de Souza Leão

Desnudou-se toda a realidade,
Posso vê-la desnuda flor,
Tão intensa a flor do amor.
Digo-te isso sem maldade.

Minha paixão feminina.
Dos prazeres é sacerdotisa,
Toca em mim feito brisa.
Me banha tal água cristalina.

Ó sublime paz que me devora,
Ao vê-la cavalgando corcunda.
Beleza em seu corpo mora.

Mas prefiro, sincero sua bunda.
Por isso Raimunda Toada.
Empina, mostra a bundinha danada.

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Putanheiro Jr.
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#36 Mensagem por Putanheiro Jr. » 23 Dez 2005, 09:51

Olha só, o poeta desbravou um achado completinha, pois não rolou a taxa do anal :lol:


=D> =D> =D>

Putaria também é cultura! Grande Manuel Bandeira.

Imaginem se daqui a 10 ou 20 anos Tds de foristas como Smegman, Clinton, Canalhocrata e Elpatrio entrassem para os "anais" da poesia putanhística? :lol:

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Ragazzo ; cwb
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#37 Mensagem por Ragazzo ; cwb » 23 Dez 2005, 11:42

Aproveitando o ensejo, vejam que pehrola (Odair Jos vcs at podem questionar esteticamente, mas este cara naum:

de CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A BUNDA, QUE ENGRAÇADA


A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por
sina cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
redunda

Isso naum parece coisa de BOP?

Ragazzo

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Tricampeão
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Jurassic you mean?

#38 Mensagem por Tricampeão » 28 Dez 2005, 12:16

Juro que eu ia ignorar esse tópico, mas os posts do Érico me inspiraram um bocado:


Gaius Valerius Catullus
Carmina

LVIII
Caeli, Lesbia nostra, Lesbia illa.
illa Lesbia, quam Catullus unam
plus quam se atque suos amavit omnes,
nunc in quadriviis et angiportis
glubit magnanimi Remi nepotes.

LXX
Nulli se dicit mulier mea nubere malle
quam mihi, non si se Iupiter ipse petat.
Dicit. Sed mulier cupido quod dicit amanti
in uento et rapida scribere oportet aqua.


Minha (provavelmente inepta) tradução:

Celio, nossa Lesbia, aquela Lesbia,
aquela mesma Lesbia que Catulo outrora
mais que a si e a todos os seus amou,
agora por esquinas e ruelas
ordenha os netos do magnânimo Remo.

A ninguém, disse minha amada, se uniria
senão a mim, ainda que o próprio Júpiter a convidasse.
Disse. Mas o que diz a mulher tesuda ao namorado
escreve-se no vento e na superfície volúvel dos riachos.

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Gringo Aposentado
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#39 Mensagem por Gringo Aposentado » 28 Dez 2005, 12:44

Noc tiše zpívala, šum prvních zelení a jarních vod
byl její melancholické písně doprovod ;
ve výši hvězdy, světelné kalichy nesmírné,
dýchaly těžkou vůni nadzemských vegetací ;
a ruce bratří mých, jak při smrti na prsou zkřížené,
ležely tiché a zklamané a jako kámen ztížené,
zlomeny prací.

Však jejich ruce duchové k hvězdám se rozepjaly,
miliony duší na zemi a ve všech světech objaly
a dlouhý oddech radostných procitnutí,
sváteční vření věčného města,
duchových křídel šumění, hra větrů v mystickém osení,
orchestrů neviditelných zapění
zdvihlo se v taktu jejich tajuplného gesta.

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Gringo Aposentado
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#40 Mensagem por Gringo Aposentado » 28 Dez 2005, 13:58

xana-town escreveu:Uê..........

Tudo bem, thumbs up, prezado Gringo Aposentado.

Poesia de Otakar Březina...vc me impressiona!

O nome do poema é «Jarní noc» = A noite da primavera

Minha reacção a esse tópico (em checo): mrda'm na to!...Que vá para os quintos...
Exato. Inclusive este texto não tem absolutamente nada a ver com putaria, nem de longe. Mas já que é para alimentar o tópico e que você aprecia a poesia checa, que tal uma pitada dos Cantos de Silésia do Petr Bezruč ?

Šel starý Magdon z Ostravy domů,
v bartovské harendě večer se stavil,
s rozbitou lebkou do příkopy pad.
Plakala Maryčka Magdonova.

Vůz plný uhlí se v koleje zvrátil.
Pod vozem zhasla Magdonova vdova.
Na Starých Hamrech pět vzlykalo sirot,
nejstarší Maryčka Magdonova.

Kdo se jich ujme a kdo jim dá chleba ?
Budeš jim otcem a budeš jim matkou ?
Myslíš, kdo doly má, má srdce taky
tak jako ty, Maryčko Magdonova ?

Bez konce jsou lesy markýze Géra.
Otcové když v jeho pobiti v dolech,
smí si vzít sirotek do klínu drva,
co pravíš, Maryčko Magdonova ?

Maryčko, mrzne a není co jísti...
Na horách, na horách plno je dřeva...
Burmistr Hochfelder viděl tě sbírat.
Má mlčet, Maryčko Magdonova ?

Cos to za ženicha vybrala sobě ?
Bodák má k rameni, na čapce peří,
drsné má čelo, ty jdeš s ním do Frydku,
půjdeš s ním, Maryčko Magdonova ?

Cos to za nevěstu ? Schýlená hlava,
fěrtoch máš na očích, do něho tekou
hořké a ohnivé krůpěje s lící,
co je ti, Maryčko Magdonova ?

Frydečtí grosbyrgři, dámy ze Frydku
jízlivou budou se máti ti řečí,
ze síňky uzří tě Hochfelder žid.
Jak je ti, Maryčko Magdonova ?

V mrazivé chýši, tam ptáčata zbyla,
kdo se jich ujme a kdo jim dá jísti ?
Nedbá pán bídných. Co znělo ti v srdci
po cestě, Maryčko Magdonova ?

Maryčko, po straně ostré jsou skály,
podle nich kypí a utíká k Frydku
šumivá, divoká Ostravice.
Slyšíš ji, rozumíš, děvucho z hor ?

Jeden skok nalevo, po všem je, po všem.
Černé tvé vlasy se na skále chytly,
bílé tvé ruce se zbarvily krví,
s Bohem buď, Maryčko Magdonova !

Na Starých Hamrech na hřbitově při zdi
bez křížů, bez kvítí krčí se hroby.
Tam leží bez víry samovrazi.
Tam leží Maryčka Magdonova.

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johnnielx
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Um pouco de história

#41 Mensagem por johnnielx » 16 Jan 2006, 23:21

"Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem novinhas e gentis, com cabelos muito pretos e compridos pelas costas; e suas vergonhas, tão altas e tão cerradinhas e tão limpas das cabeleiras que, de as nós muito bem olharmos, não se envergonhavam… ... uma daquelas moças era toda tingida de baixo a cima, daquela tintura e certo era tão bem feita e tão redonda, e sua vergonha tão graciosa que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhe tais feições envergonhara, por não terem as suas como ela." (Pedro Vaz de Caminha, MAIO 1500)

Assim nasceu o Brasil.... :wink: e assim tambem pelo que parece começou a fama de gostosa da mulher brasileira...

::estudando::

Saudações a todos os camaradas da patria da "Ordem e Progresso"

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Carnage
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#42 Mensagem por Carnage » 17 Jan 2006, 09:45

Das índias é que não vei a gostosura não!

As mulheres índias são muito feias.... Pode ver qualquer documentário!

Sempre me disseram que os navegantes criaram a estória de mulheres espetaculares no Novo Mundo porque os caras ficaram meses em alto mar, sem ver mulher nenhuma, e quando chegaram aqui deram de cara com um bando de mulher pelada e ficaram loucos! A secura via eles verem um monte de baranguinhas como deusas maravilhosas!

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Ridi, Pagliacci
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#43 Mensagem por Ridi, Pagliacci » 17 Jan 2006, 09:59

Carnage escreveu:
As mulheres índias são muito feias.... Pode ver qualquer documentário!
Já imaginou o camarada navegando semanas ou meses, só vendo marinheiro... daí ele aporta numa praia da Bahia e vê aquele monte de buceta correndo prá lá e prá cá ...

Os portugas devem ter achado que morreram e chegaram no paraíso !!!!!! E prá eles devia ser tudo "miss" hehehehe

TUDO DEPENDE DO PONTO DE VISTA MERRRRRRRMÃO :lol: :lol:

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Carnage
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#44 Mensagem por Carnage » 17 Jan 2006, 10:22

Como bem observado por Einstein no século passado, o importante é o referencial!

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johnnielx
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#45 Mensagem por johnnielx » 17 Jan 2006, 11:16

Eu acho que no que toca a buceta os Tugas onde aportaram nunca passaram fome...

Foi assim na Africa, No Brasil, Na India, Na China, no Japão, Em Timor...

Acho que fomos os primeiros putanheiros globais mesmo...

Como dizia o poeta Camões, sobre os Portugueses : "E se mais mundo houvera, lá chegara".

Eu tomo a liberdade de trocar para: "E se mais buceta houvera, lá trepava."

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