Fui ver o filme em questão.
Tomei o cuidado de não ler a respeito antes, para não entrar de opinião formada.
Impossível deixar de notar, desde a primeira cena, uma intenção de homenagear um outro momento histórico do cinema americano, que foi THE LAST PICTURE SHOW.
Até porque, o roteiro adaptado de ambos os filmes tem LARRY MCMULLEN como autor. Randy Quaid estabelece uma identidade física, por ter atuado em ambos os filmes. Há cenas evocativas, e o substrato emocional é o do Oeste Americano abandonado da década de 1960.
E as referências são tantas, que se torna mais fácil contar as diferenças.
Na minha opinião, a "diferença" tão comentada, é a que menos importa.
Trata-se de um filme sobre o amor em dificuldades.
Aliás, esta era a temática de "The last Picture Show".
Enfim, fui ver, achei importante ter ido ver.
E, creio que Peter Bogdanovich (Diretor de "A última sessão de cinema", título brasileiro de "The last picture show") e ainda, John Huston, com o seu "The Misfits" (Clark Gable como Gay ... Gay Langland, nome do personagem), estes sim estabeleceram as bases para que Ang Lee "requentasse" o tema.
Importante lembrar que, no tocante à suposta "diferença" deste filme em relação aos anteriores, não há propriamente "originalidade", já que o cinema americano já teve a coragem de enfrentar o (mesmo) tema em outros filmes, talvez não tão "de arte", talvez não tão profundos.
Um exemplo fácil de lembrar, foi Será Que Ele É? - (In & Out) 1997, Dirigido por Frank Oz. Com, Kevin Kline, Joan Cusack, Tom Selleck, Debbie Reynolds, Matt Dilon, Wilford Brimley, Bob Newhart, Gregory Jbara. Um pouco mais esquemático, e com vontade de estabelecer uma "moralzinha" a respeito de um tema que não comporta julgamentos.
Interessante, a criação deste tópico já irá ser julgada por muitos. E justamente os que "condenarem" o tópico (ou fizerem julgamentos ou rotulagens a respeito de minha pessoa) talvez sejam as almas mais atormentadas, precisamente as almas que mais necessitam de compreensão, e aceitação.
Talvez as pessoas que se recusem a ir ver esta obra, sejam justamente as que necessitam olhar além da tela, ouvir além da voz, para perderem o medo de sí próprias. Seja lá o que esteja lá dentro de cada um.