http://cinema.uol.com.br/ultnot/2006/03 ... 21106.jhtm
Filme "Mulheres do Brasil", com Camila Pitanga, retrata histórias em 5 Estados; veja fotos e making of
SÃO PAULO (Reuters) - "Mulheres do Brasil", da diretora estreante Malu de Martino, estréia em 100 salas de cinema do Brasil nesta sexta-feira. O filme só perde, no tamanho do lançamento, para o sucesso "Se Eu Fosse Você", que abriu em janeiro com 150 cópias e já acumula mais de 3 milhões de espectadores.
Outra semelhança unindo os dois filmes é o elenco global -- Camila Pitanga, Débora Evelyn, Dira Paes, Stepan Nercessian, Luciano Szafir e Dalton Vigh são alguns dos nomes da longa lista de atores.
Mas a proposta é inteiramente diferente. Um pouco como havia feito a diretora Mara Mourão no filme "Avassaladoras" (2002), "Mulheres do Brasil" pretende fazer um retrato de diversas personagens, de diferentes idades, profissões e moradoras de várias regiões do país.
Reforçando a intenção de se aproximar da realidade, o filme inclui diversos trechos documentais, com depoimentos das rendeiras do Pontal da Barra (Maceió), imagens de romeiros de Bom Jesus da Lapa (Bahia), além de cenas do Carnaval carioca e da vida urbana de Curitiba e São Paulo.
A parte ficcional é construída sobre cinco histórias. A primeira é de Esmeralda (Camila Pitanga), menina mimada da Bahia que não tem nenhum juízo. Namoradeira e ambiciosa, entra pela vida adulta como amante de um deputado (Stepan Nercessian), uma história que acaba em pancadaria e obriga Esmeralda a uma virada na vida.
Na próxima parada geográfica, Maceió, a estudante de jornalismo Ana (a estreante em cinema Luana Carvalho, filha da cantora Beth Carvalho) está em meio a uma crise existencial. Ela pesquisa um projeto da faculdade no Pontal da Barra e ali conhece uma rendeira (Dira Paes) que é um exemplo de mulher livre e bem-resolvida.
No Rio de Janeiro, recorre-se mais uma vez ao batido estereótipo da escola de samba, com a história de Telma (Roberta Rodrigues), uma porta-bandeira que vive dois dramas às vésperas do desfile no Sambódromo: a perda do emprego e a doença de sua mãe cega (Léa Garcia).
Em Curitiba, as personagens são duas garçonetes de um café (Carla Daniel e Débora Evelyn). A primeira é apaixonada pela voz de um radialista -- uma situação que parece bastante datada. Pior é o tratamento do detalhe de que o locutor é anão -- fato que provoca o vômito em sua fã.
A história final, em São Paulo, é a de Laura (Beth Coelho), uma divorciada na crise da meia idade e à procura de emprego e de um novo amor
O grande problema do filme é que a soma de todas estas histórias não funciona. A estrutura dramática é falha, os diálogos são fracos e a mistura de ficção e documentário nunca se justifica.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)