Caros F...amigos,
Esse seriado "Jeannie é um gênio" está reprisando aqui em São Paulo no Canal 21. Esses seriados dos anos 60 são cheios de simbolismos, porque várias questões, principalmente de ordem sexual, não podiam ser abordadas abertamente. Assim ocorria com a "Feiticeira", que batia de frente (sutilmente) com o movimento de libertação feminina. A Samanta era a mulher bonita, inteligente e que tudo podia (símbolo=ela tinha poderes mágicos), mas tinha que se limitar a ser uma reles dona-de-casa, uma ama-seca do marido imaturo e incompetente profissionalmente (trabalha anos e anos naquela agência de publicidade e não conseguiu ser promovido ainda). Ele se sente ameaçado pelos "poderes" da esposa, então a proíbe de "usar de bruxarias" no seu cotidiano, devendo se contentar com seu papel de cidadã de segunda classe na sociedade, a despeito dos incansáveis conselhos da sua mãe, que é retratada como vilã simplesmente porque não aceitar a submissão da filha. Esse seriado, em particular, na mimha opinião, além de não ter graça, é um dos maiores retratos da escrotidão e da hipocrisia da sociedade americana. Nunca gostei. Já "Jeannie" é bem moderno e engraçado, apesar da linguagem subliminar de que a mulher quer um amo como marido. Apesar das broncas do Major Nelson, a Jeannie sempre acabava fazendo o que lhe dava na telha, diferentemente da Samanta. Agora, que a Barbara Eden é um tesão, disso ninguém pode duvidar, uma das mulheres mais lindas daquela década e até hoje, porque vi uma entrevista dela recente, uma sessentona muito da interessante...Eu acho que o lance dela com o Major Nelson era que ele queria uma amizade colorida, uma transa sem compromisso, mas ela queria casar, como toda mulher...bom, essa é a mensagem que os produtores da série queriam passar, né? Depois os EUA entraram numa "crise de realidade" e começaram a querer mostrar as coisas com mais veracidade, convergindo, principalmente, para os seriados policiais (Columbo, Baretta, SanFranciso Urgente, etc.), mas que no campo do cinema se mostrou mais fértil. Os filmes americanos voltaram-se mais para a política, para a crítica da Guerra do Vietnã, para a liberação sexual, etc., mas essa é outra história.
Abraços,
RB