Pintura - Fotografia - Escultura - Exposições - Publicidade - Design e Afins

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Pintura - Fotografia - Escultura - Exposições - Publicidade - Design e Afins

#1 Mensagem por Maestro Alex » 05 Abr 2006, 15:04

Continuando com a série Arte & Putas...

Toulouse-Lautrec

"Só a figura conta. A paisagem é e deve ser sempre, um acessório". Henri de Toulouse Lautrec pronunciava essa frase de vez em quando.

O "mini-Degas", como ficou sendo conhecido por algum tempo, pela sua semelhança com aquele, pode ser ainda considerado o inventor da litografia e do cartaz. Degas ressentia-se de Lautrec por supostas expropriações, e o humilhava em público. Ele próprio, porém, foi quem reconheceu em Lautrec um impressionista, quando disse em uma das suas exposições: "Bem, Lautrec, está claro que você é um dos nossos". A arte dos dois era semelhante. Ambos escolhiam os seus temas a partir da vida contemporânea parisiense. Suas pinturas tinham momentos de movimento e privacidade através dos fatos da vida. As assimétricas derivavam pela admiração que ambos tinham pelas gravuras japonesas.

Quase todos os quadros de Lautrec são cenas de interiores, iluminadas com luz artificial forte. Suas figuras favoritas eram os atores, animadores de circo, acrobatas e prostitutas, dos quais ela fazia caricaturas, dando ênfase aos seus atributos essenciais.

Lautrec desenhou a si próprio, com uma aparência deformada. Era descendente dos Condes de Toulouse, família de sangue mais azul da França, com mais de mil anos de tradições. Quando criança, Lautrec quebrou as duas pernas que ficaram atrofiadas, atrapalhando o seu crescimento físico.

O artista tinha somente 1,50 m de altura. As pernas eram curtas, o torso de adulto e cabeça desproporcional. Desta forma, Toulouse Lautrec se auto exilou da alta sociedade a que pertencia. Suas paixões de adolescente, montar e atirar, foram trocadas pela arte. Seu primeiro professor de pintura declarou que seus desenhos iniciais eram "simplesmente horríveis".

Na idade adulta, Lautrec tornou-se alcoólatra e contraiu sífilis. Seus amigos eram boêmios e marginais. Acabou se mudando para um bordel a fim de pintar sua série, famosa no mundo inteiro, de prostitutas entediadas, sentadas pelos salões.

Contudo, sua maior contribuição para a pintura foi na arte gráfica. Transformou sozinho, utilizando meios artísticos criados por ele, as novas formas de litografia e do cartaz.

A partir de 1890, desenhou cartazes com tamanha simplicidade que as ruas de Paris foram tomadas, imediatamente, por esse novo estilo de pintura.
Editado pela última vez por Maestro Alex em 21 Jun 2006, 11:29, em um total de 2 vezes.

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#2 Mensagem por Maestro Alex » 05 Abr 2006, 16:55

Continuando com arte & mulheres... este tinha tara por bailarinas...


Degas

Nascido em uma família rica, Degas (1834-1917), cujo pai era banqueiro, freqüentou os melhores colégios de Paris e concluiu seus estudos de direito sem dificuldade. Depois inscreveu-se na Academia de Belas-Artes, onde assistia às aulas de Lamothe, que foi aluno de Ingres. Entre os anos de 1856 e 1857, fez uma viagem à Itália, para estudar a obra dos mestres do cinquecento. Voltando à França entrou em contato com o grupo de
impressionistas, embora tivesse continuado a se dedicar aos quadros históricos e de gênero. A partir de 1870, interessado nas teorias de seus amigos do café Guerbois, Monet e Renoir, entre outros, fez uma série de quadros de balé, ópera e corrida de cavalos. Todos esses temas lhe permitiram fazer experiências com a cor e o movimento e, principalmente, com a força descritiva do traço, algo que Degas admirava em Ingres.

Nos primeiros quadros, não hesitou em aplicar todas as teorias renascentistas sobre espaço e perspectiva, mas ampliou depois esses critérios, fazendo tentativas com planos e pontos de vista inusitados. O tema principal de suas obras se concentrou nas cenas cotidianas e íntimas do mundo feminino, tendentes à desmitificação da
mulher. Isso lhe valeu críticas e o apelido de solteirão misógino.

De todos os impressionistas, Degas foi, tecnicamente falando, o que melhor se utilizou da fotografia. Também se interessou vivamente pelos quadros de Ukiyo-e japoneses, fato que se reflete ainda mais em suas últimas obras, quando, quase cego, só podia pintar com pastel. Suas obras se encontram nos museus mais importantes do mundo.

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#3 Mensagem por Maestro Alex » 06 Abr 2006, 09:19

Continuando com os pintores chegados em mulherada de vida fácil...
o terror de Tahiti... Paul Gauguin:

No caso de Paul Gauguin, o cliché se aplica: ele tornou-se legendário em sua própria época. Depois de sua morte, livros e filmes sustentaram sua fama, e poucos desconhecem a história do corretor de valores que sacrificou tudo por sua paixão pela pintura, acabando por abandonar a civilização e terminar sua vida em um
paraíso tropical. Afinal, a lenda não está muito longe da verdade, embora as arestas mais ásperas tenham sido atenuadas - um processo que teve início com os escritos do próprio Gauguin, adepto que era da autopromoção.
Gauguin nasceu em Paris, em 7 de junho de 1848. Quando tinha um ano de idade, seu pai, um jornalista político, embarcou com a família para o Peru, mas morreu na viagem. Entretanto, graças a pessoas ricas conhecidas de sua mãe em Lima, Gauguin passou os sete primeiros anos de sua vida naquele país, antes de voltar à França em 1855. Aos 17, Paul Gauguin entrou para a Marinha Mercante. Em seus cinco anos no mar, elevou-se ao posto de segundo-tenente e visitou o Panamá e o Pacífico, os lugares tropicais que sempre acompanharam seus pensamentos.
Em 1871, Gauguin retornou a Paris, onde um influente amigo da família conseguiu-lhe um trabalho como corretor de valores. Passou a década subsequente como um respeitável homem de negócios, casando-se com uma moça dinamarquesa, Mette Sophie Gad, com quem teve cinco filhos.
No início da década de 1870, Gauguin tornou-se um entusiasmado pintor de domingo e, em finais de 1876, já dominava suficientemente a pintura para que uma paisagem sua fosse aceita para exposição no Salão Anual Oficial. Entretanto, logo ele preferiu expor suas obras junto aos impressionistas, que eram ainda tidos como
rebeldes inveterados. Trabalhando arduamente durante suas horas de folga, Gauguin adotou a técnica impressionista de pintar paisagens no próprio local, utilizando pinceladas curtas de pura cor para capturar os efeitos atmosféricos. Como seus grandes contemporâneos Cézanne e Van Gogh, considerava o Impressionismo um agente liberador, embora tenha acabado por dar origem a um estilo muito diferente.
Gauguin, sem dúvida, querida abandonar o mundo dos negócios e tornar-se um pintor profissional. O que fica menos claro é se ele o teria feito se não fosse o colapso econômico de 1882; np mínimo, sua má sorte financeira concedeu-lhe a desculpa de que precisava para começar uma nova carreira, na idade de 35 anos, como um
artista em tempo integral.
Foram então anos de dificuldades. Mette foi morar com sua família em Copenhague, onde Gauguin também permaneceu por um tempo. Depois que ele partiu, os dois nunca mais voltaram a viver juntos. Em 1887, Gauguin fez sua primeira turnê artística nos trópicos, passando alguns meses no Panamá e na Martinica.
Forçado de volta à França pela malária e por pobreza, ele levou consigo telas vivas com cores novas e libertas de qualquer movimento artístico antecedente.
Contudo, o progresso artístico de gauguin foi ainda mais marcante durante suas visitas à Bretanha nos derradeiros anos da década de 1880, mostrando-se, nessa época, ainda remota e estimulantemente primitivo. Lá, ele começou a desenvolver seus estilo peculiar, com suas formas nitidamente delineadas e cores fortes. Seu
estilo já estava definido em 1888, quando foi passear dois meses desastrosos em Arles em companhia de Vincent Van Gogh.
Em 1891, Gauguin já tinha se estabelecido como um líder entre os artistas e os poetas de Paris. Porém, ainda extremamente pobre, ele tomou a surpreendente decisão de se fixar no longínquo Taiti. O mais celebrado de todos os seus quadros foi pintado nessa ilha, e as imagens de uma simplicidade incorrompidamente primitiva
tiveram um grande impacto sobre a imaginação ocidental. Embora Gauguin amasse as terras tropicais, a vida continuava dura, e em 1893 ele retornou a Paris, na esperança de que suas telas taitianas viessem a ser uma sensação e, por fim, trouxessem-lhe fama e segurança.
Após dois anos de decepções, Gauguin voltou para o Taiti, Já estava então doente, e seu mal foi agravado por uma condição sifilítica não-diagnosticada. Hospitalizado com muita frequência, engajava-se em trabalhos braçais e às vezes na política e no jornalismo locais. Sua produção artística era irregular; ainda assim, neste
período produziu alguns de seus melhores quadros.
Em 1901, Gauguin retirou-se definitivamente da civilização que o intimidava, estabelecendo-se nas Ilhas Marquesas. Seu prazer nesse novo paraíso foi rapidamente estragado por sérios conflitos com as autoridades locais. Ele ainda estava recorrendo contra uma sentença de três meses por crime de difamação quando sua vida turbulenta foi difinitivamente cortada por um ataque cardíaco, em 8 de maio de 1903.

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#4 Mensagem por Maestro Alex » 06 Abr 2006, 10:00

Mais um pintor que gostava de sexo & droga, Amadeo Modigliani:

Amedeo Modigliani nasceu na cidade italiana de Livorno, em 12 de julho de 1884, filho de abastada família judia.

Por causa da saúde precária não recebeu educação formal e voltou-se para o estudo da pintura, que iniciou na cidade natal e prosseguiu em Veneza e Florença.

Em 1906 mudou-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boêmia, executou uma de suas obras mais importantes: "O violoncelista", que expôs no Salão dos Independentes de 1909.

O encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani, que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do Gabão.

Também a influência dos kouroi (esculturas gregas que representam jovens atletas desnudos) se faz sentir nesses trabalhos, que Modigliani esculpia sempre diretamente na pedra, na tentativa de preservar a unidade plástica do bloco.

Essa fase se prolongou até 1914, quando o artista, sem dispor dos recursos necessários à produção de esculturas, retornou à pintura.

Os temas preferidos de Modigliani foram, a partir de então, os retratos e os nus femininos com modelos que, segundo o artista, expressavam "a muda aceitação da vida". Com o raro dom de conseguir uma imediata empatia entre seus retratos e o observador, dotou suas figuras de uma sensualidade que se transmite não pela nudez, mas pelo movimento e pelo alongamento dos traços.

Essa breve fase final do artista foi a mais importante de sua obra, caracterizada por um despojamento que alguns críticos creditaram a sua inclinação para a escultura. Modigliani morreu em Paris, em 24 de janeiro de 1920.

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#5 Mensagem por Maestro Alex » 06 Abr 2006, 13:20

Surreal... como o Jurássic:

SALVADOR DALI (1904-1989)

Salvador Dali nasceu em 11 de maio de 1904, na cidade catalã de Figueras (Espanha), região que foi também uma espécie de pano de fundo para grande parte de sua obra. Tornou-se uma figura popular com aqueles bigodes enormes. Era artista e showman na divulgação da própria obra. Filho de um prestigioso tabelião, estudo escola pública (Colégio Salle). Começou a estuar desenho quando tinha 13 anos. Em 1919 participa de uma exposição de pintura. Em 1922 obtém o reconhecimento da Associação Catalã de Arte e no mesmo ano matricula-se na Escola de Belas Artes de Madrid, onde fica até 1926 conhecendo Frederico Garcia Lorca, Luís Brunuel.Vinha de uma família sólida de classe média. Era rodeado por amigos ricos e cultos que incentivavam Dali e mantinham bem informado sobre os desenvolvimentos no mundo das artes.

Foi estudar pintura em Madri (1921-1926) quando já possuía boa bagagem artística. Foi nessa época que fez amizade com o poeta Lorca. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1925, na Galeria Dalmau (Barcelona). Foi chamado em 1927 para o serviço militar, cumprindo-o no Castelo de Sant Ferran (Figueres). Surrealista desde 1928 (ano em produziu, com Buñuel, o filme" Un perro andaluz" e se incorpora ao grupo surrealista em Paris). Em 1938, fiel aomesmo tipo de pintura, modificou sua orientação temática até chegar a quase mesmo mistricismo.

É cada vez mais atraído para o Surrealismo a partir de 1.929, e influenciada pelas teorias de Sigmund Freud. Casou-se com Gala Eluard que fora antes sua amante, que além de ser a musa inspiradora, foi uma grande colaboradora e organizadora de seus afazeres. Mas foi ela também que sua ganância incentivou Dalí a banalisar a sua arte.

Sua melhor produção é considerada a que ocorreu entre os anos 29-39.Dalí pintou suas obras mais famosas. As pinturas desenvolviam interpretações e associações irracionais, dependendo do ponto de vista, de acordo com o método crítico-paranóico por ele criado. Conferiu à sua obra sempre uma aparência acadêmica com impecável precisão fotográfica. No final da década de 1930, Dalí estava começando a ser reconhecido nos Estados Unidos, onde as atitudes face às novidades artísticas eram menos conservadoras do que na Europa. O início da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos alemães sobre a França, em 1940, levaram Dalía fugir para os EUA, onde ficou oito anos. Durante a Segunda Guerra Mundial, com a invasão alemã em 1940, vai para os Estados Unidos, onde teve inúmeras oportunidades para usar seu talento. A América também despertou seu lado exibicionista, tornou-se uma super-celebridade. Em 1962 cria grandes pinturas como a "Batalha de Tetuán".Recebe em 1964 a Cruz de Isabel a Católica e un ano depois; realiza una grande exposição em Tókio. Em 1973 é inaugurado o Museu Dali.

Os últimos anos de Salvador Dalí foram obscurecidos por um distanciamento de Gala, que morreu em 1982. No mundo das artes crescia a preocupação com a quantidade de obras falsas que lhe eram atribuídas a Dalí.

O próprio Dali sabia de sua parcial culpa, pois que muitas vezes chegou a assinar centenas de folhas em branco que seriam obviamente usadas de forma ilícita. Em 1986 sofreu graves queimaduras por causa de um incêndio,ocorrido em seu quarto.

A partir de então vive prostrado em uma cama na torre do Museu de Figueres. Faleceu em 20 de janeiro de 1989, anos 84 anos deidade. Seu corpo embalsamado está enterrado em uma tumba sob a cúpula do Museu de Figueres (Espanha).

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#6 Mensagem por Maestro Alex » 06 Abr 2006, 20:30

Tricampeão escreveu:Boa noite, Maestro. Uma sugestão para seu ciclo de resenhas de artistas malditos: Caravaggio.
Caravaggio
"Não sou um pintor valentão,como me chamam,mas sim um pintor valente, isto é: que sabe pintar bem e imitar bem as coisas naturais."Assim Caravaggio se manifesta perante o tribunal que julga a primeira acusação, entre muitas, de perturbar a ordem pública. Jamais parou de crescer seu rol de vítimas com ferimentos leves ou graves, nos duelos em que se envolvia. Os amigos influentes, que intercediam para libertá-lo do cárcere, compunham uma lista bem menor. Com todas as promessas e traições de sua índole turbulenta, Caravaggio os fazia e desfazia com a mesma facilidade: num instante de brilho, num aparte fogoso, numa agressão intempestiva.
Eram palavras sacrílegas na Roma de seu tempo, para a qual não existiam nem a linha reta nem a cor em estado puro. A cidade o atraíra pelos grandes mecenas, pelo fausto da corte papal, pelo passado artístico. Mas agora Caravaggio cuspia nas estátuas clássicas e declarava nada ter a aprender com elas. Não lhe interessava mais a Roma sepultada pelos séculos, que o Renascimento tentou ressuscitar com o mito do homem heróico. Preferia a humanidade vulgar mas atual das feiras e tavernas: vendedores de frutas, músicos ambulantes, ciganos e prostitutas.
Ao tomar essa humanidade como modelo, aproxima-se mais de Leonardo da Vinci, para quem a pintura era uma forma de especular a natureza, do que a Michelangelo ou Rafael, cultores de uma arte épica e monumental. "Inventor" da natureza-morta, pelo menos na Itália, Caravagio formula um naturalismo diametralmente oposto ao estilo maneirista dos fins do século XVI. Introduz um tratamento revolucionário da luz, com prisma que decompõe e geometriza os componentes de um quadro, lição aproveitada mais tarde por um Rembrandt ou um Vermeer, e levada às últimas conseqüências pelo cubismo de Paul Cézanne. Passa, portanto, breve mas fulgurante pelos céus da pintura, como clarão que tudo ilumina antes de extinguir-se.
Na pia batismal, ele recebe o nome ilustre de Michelangelo, da família Merisi, residente na paróquia de San Giorgio, junto ao Paço Bianco di Caravaggio. Era uma pequena aldeia lombarda, cujo nome depois adotou. O pai tinha a profissão de maestro di casa - equivalente a "mestre obras" -, e ficou contente quando inscreveu o menino de onze anos no atelier de Simone Peterzano. Era a melhor maneira de livrar-se das traquinadas de quem não queria ajudar nas construções e constantemente fugia da escola para brigar na rua ou gazetear no campo.
Parece que ao entregá-lo a Peterzano, pintor modesto que se intitulava "discípulo de Ticiano", a família se desinteressa do rapaz. Nada se sabe a seu respeito até 1588 ou 1589, quando Caravaggio, aos quinze ou dezesseis anos, foge para Roma. O primeiro período na capital é duríssimo. Boêmio e desordeiro, tem dificuldade em adaptar-se à mediocridade dos pintores oficiais, ávidos de encontrar favores junto aos poderosos. O adolescente de cabelos ruivos passa de um atelier a outro, de um protetor a outro. Um
destes, Monsenhor Pucci, lhe dá alojamento e uma dieta exlusiva de verduras. Recebe em troca alguns quadros e o apelido de "Monsenhor Salada".
Um ataque de malária leva o jovem ao hospital. Em poucas semanas, ainda debilitado pela doença, ele tem que procurar novos empregos. Oferece-se a contragosto ao Cavaliere dáArpino, apreciador da pintura que já detesta: grandiloqüente, alambicada, de temas mitológicos tratados com ênfase teatral e linhas rebuscadas, como nos quadros de Carracci. A ruptura é quase imediata: proibido de pintar figuras, Caravaggio abandona o míope mecenas e freqüenta novamente a gentalha que vegeta à sombra de magníficos palácios e barrocas igrejas.
Após uma seqüência de rusgas, o primeiro processo por difamação. Frente ao juiz, Caravaggio se defende com arrogância. E um outro escândalo vem somar-se a este. O deus do vinho e das orgias - Baco para os romanos, Dioniso ra os gregos - é pintado com ar de travesti ou de gueixa japonesa, o corpo molemente inclinado, a oferecer uma taça e seus encantos de hermafrodita. É o conflito aberto e radical com os cânones artísticos da época, e também a divisão inconciliável entre admiradores e inimigos.
O Repouso no Egito desencadeia essa tempestade que não se amainará enquanto o pintor viver. Encomendada pelo Cardeal Francesco Maria Del Monte, é uma interpretação extremamente livre do conhecido tema sacro.
Sem apelar a um realismo excessivo, poetizando sua visão do homem e da natureza, Caravaggio faz uma pequena concessão ao gosto clássico: coloca um jovem semidespido ornado de asas que lhe conferem o aspecto de anjo musicista. São José lhe ergue a partitura, enquanto a Virgem - tão diferente das Virgens de Rafael - embala o Menino Jesus num gesto trivial. A luz que jorra sobre as faces e sobre os panos já antecipa a descoberta de Cézanne: a cor de um objeto determinada pela fusão da cor que lhe é própria com o raio de luz que nele incide. Porém Caravaggio tem da luz não só um conceito colorista, herdado dos venezianos de que era discípulo seu primeiro mestre em Milão, como também um conceito nitidamente plástico. Suas figuras destacam-se pelo ritmo dos gestos, pelo relevo quase físico das formas. Os elementos acessórios do quadro - flores, regato, mochila, folhas - são reproduzidos com a minúcia reveladora de um amor panteísta a cada ente da natureza.
Em Jovem Mordido por um Lagarto, a mesma atenta observação dos reflexos da luz sobre a água contida num vaso de flores casa-se a uma precoce e realista caracterização pessoal do personagem, que externa o espanto, a dor, o arrebatamento que o próprio pintor conhece diariamente.
Igualmente, a Santa Catarina de Alexandria mostra sua independência em relação à representação católica tradicional. Os personagens sacros vivem e agem num plano humano, não em estado hierático. Sem mobilizar céus ou nuvens, arcanjos ou santos, o pintor realiza uma severa síntese: o fundo passa a ser quase uniformemente escuro, e toda atenção se concentra na figura, incontestavelmente santa, mas de uma santidade conquistada a partir do caráter humano.
Desde logo, essa teoria e essa prática tomam Caravaggio o primeiro "pintor maldito" da era moderna, aquele que não falava mais o idioma pictórico seu contemporâneo, mas a linguagem futura da arte. Pelas mãos do amigo e protetor Del Monte, freqüenta ambientes cultos e refinados. Mas é capaz de abandonar uma recepção aristocrática para confraternizar com a pequena burguesia ou a ralé que se reúne nas 1 022 tavernas romanas, comendo bem e barato, fumando e discutindo ruidosamente até alta madrugada. Liga-se por amizade ao criador do Marinismo, o poeta Marino, do qual diverge em estilo e em gosto. Mas não reconhece regras invioláveis, e testemunha toda a violência de seu tempo: as lutas religiosas da Contra-Reforma, as execuções públicas de parricidas como Beatrice Cenci, decapitada, ou de heréticos como Giordano Bruno, queimado vivo.
É uma violência que também está em seu sangue e lhe arma ciladas arriscadas. Torna-se conhecido, em Roma inteira, pelas roupas extravagantes. Usa os primeiros chapéus de feltro com abas largas. Exibe uma espada na cintura e um cachorro no colo. É constantemente chamado à polícia e encarcerado por causa de rixas sangrentas.
Guiado pela veia popular, infunde a seus temas um ambiente ou uma caracterização humana tipicamente plebéia, combinando o sagrado e o profano. Sem o nu habitual nessas composições, sem atavios elegantes, seu Narciso volta a ser o adolescente da tradição popular helênica. E o monumental afresco Vocação de São Mateus , que pinta na Igreja de São Luís dos Franceses, na barroca e imensa Praça do Povo, pode ser comparada aos de Piero della Francesca em Arezzo ou aos de Michelangelo no Vaticano. Como Deus animando Adão na obra de Michelangelo para a Capela Sistina, Jesus aponta para o velho e barbudo Mateus, ordenando que O siga. E tudo se passa num botequim, em meio a um prosaico jogo de cartas: estupefação geral perante essa heresia, como se os apóstolos não fossem buscados nos refúgios de sua humílima condição social. Há uma luz que se esbate sobre as fisionomias para modelá-las corporeamente e envolvê-las numa aura imaterial. Há uma singular variedade de expressões: a dúvida de Mateus quanto ao endereço do chamado, a expectativa dos jovens à direita, a indiferença do outro à esquerda, absorto no jogo. Há uma serenidade levemente desfeita pelo apelo da mão.
Já o Martírio de São Mateus se caracteriza pelo dinamismo. A figura do carrasco, que brutalmente arrebata o ancião adormecido para assassiná-lo, é como eixo de uma roda humana, na qual se refletem as mais diferentes atitudes diante da morte: desde a impassibilidade do jovem ricamente vestido, até o grito de horror do menino que foge, e o socorro sobrenatural trazido pelo anjo. Mas a carnalidade palpitante dos nus, ao lado da originalidade da concepção, despertou a reprovação de muitos.
Em 1601, depois de mais uma reconciliação com seus ofensores, Caravaggio parece tranqüilo. Não se irrita quando uma obra para a Igreja de Santa Maria del Popolo é recusada, juntamente com outra, que reproduz o martírio de São Pedro, crucificado de cabeça para baixo. A primeira das recusadas, a Conversão de São Paulo,
representa outra revolução na iconografia religiosa. "Onde está o santo?" - indagavam os maus entendedores -
Aqui só se vê um cavalo!" Escapava-lhes tanto a simbologia do momento - quando São Paulo, o homem, caiu ao chão ofuscado pela visão de Jesus, na estrada de Damasco - como também a expressiva beleza transcendente que brota do vago foco de luz vindo de cima, a banhar o ventre do cavalo e inundar de claridade o rosto do santo. Colocando o centro do afresco no chão, Caravaggio documenta a insignificância do homem perante a divindade.
A Crucifixão de São Pedro é toda em diagonais agudas que se entrechocam, simbolizando o conflito da brutalidade com a pureza. A colocação destacada, em primeiro plano, do traseiro de um dos algozes mereceu a acusação de vulgaridade. Na Deposição de Cristo, acentuam-se os elementos popularescos. A figura de Maria Cléofas, na extrema direita, que abre os braços num gesto incomum em Caravaggio, é considerada por críticos autorizados como um adendo posterior e anônimo. Tal posição é confirmada pela famosa cópia desse quadro feita por Rubens e que exclui essa figura. Embora relativamente inferior, a tela apresenta notável realismo nas pernas dos santos atendentes, com as veias saltadas pelo esforço, e no rosto envelhecido da Virgem. "Como ela devia ser exatamente", dizia o pintor quando, mais afável, se dignava a explicar um pouco sua concepção da divindade que se encarna temporariamente como criatura mortal, assim vulnerável a todos os malefícios da carne.
São Jerônimo traduz a austeridade do personagem nas próprias cores e linhas: o dinamismo se limita ao braço estendido do eremita; o cromatismo se reduz ao vermelho de seu manto e a dois tons de marrom e amarelo-pálido, com toques de branco; a caveira é uma advertência moral.
Davi com a Cabeça de Golias combina a violência com um de seus temas permanentes: a beleza equívoca do adolescente. A tradição afirma ser a cabeça decepada do gigante um auto-retrato de Caravaggio, expressivo do desalento em que viveu seus últimos anos, atormenntado pela perseguição inclemente dos adversários.
A Ceia em Emaús foi feita em seguida à representação do mesmo tema com o Cristo totalmente imberbe. Os que se escandalizaram ignoravam a tradição bizantina que mostrava Cristo, de preferência adolescente, como que simbolizando fisicamente a eterna juventude e validez da Sua mensagem. Mas Caravaggio não dava importância à ira dos que consideravam seus quadros "heréticos": ele já não havia pintado uma morte da Virgem Maria que a mostrava com o ventre inchado, os pés para fora do leito, como uma mulher da plebe que sucumbisse de inanição ou de parto, numa atmosfera carregada de miséria?
Esta ceia - sem a pompa de um Tiepolo ou um Veronese - apresenta os santos como figuras do povo, campônios rudes mas de expressão firme. A luz que inunda a cena antecipa de um.século o chiaroscuro de Rembrandt ou o tratamento requintado de Vermeer.
A trajetória de Caravaggio aproxima-se do fim. Em Roma, corroído de dívidas, recusa a oferta do Príncipe
Doria Pamphili para decorar uma parte de seu palácio, hoje sede da embaixada brasileira na Itália. Insiste em pintar "quadros verdadeiros", certo de encontrar compradores e assim melhorar de situação. É dessa fase a Virgem do Rosário, também denunciada por "vulgaridade". Peca apenas, porém, pelo excesso maciço e confuso de personagens, enquanto Virgem de Loreto caracteriza-se pela sobriedade clássica, pelo realismo das poucas figuras retratadas, e pela ausência de qualquer sentimentalismo no orgulho da mãe que apresenta o filho à veneração de dois humildes peregrinos. Na Adoração dos Pastores, Caravaggio atinge talvez o ponto supremo de uma pintura sacra ortodoxa que constitui exceção dentro de sua tendência sempre inovadora.
Da adoração dos Reis Magos, tradicional na pintura toscana ou norte-européia, a tônica social se desloca para os pastores, num quadro simples e comovente, onde a intensificação dos tons escuros prenuncia o desenlace fatal de uma vida perigosa.
No turbilhão que o agita, Caravaggio mata um certo nobre Tommasoni, durante um jogo de pallacorda, antepassado do tênis. É o último dia do mês de maio de 1606.
Ferido ele próprio, e protegido pela família dos Colonna, escapa para Nápoles, onde muitos admiradores o acolhem. Ali pinta As Sete Obras de Misericórdia, ilustração dos atos de bondade enumerados no Evangelho (dar de beber aos sedentos, consolar os aflitos, etc.), que influi no desenvolvimento da pintura napolitana, e bem reflete o momento psicológico do autor: adensam-se as sombras, acentua-se o clima dramático.
Enquanto em Roma seu perdão é pleiteado, ele se dirige à ilha de Malta, onde recebe a Cruz de Malta outorgada pelo grão-mestre da Ordem, Alof de Vignacourt, de quem executa dois retratos, além de uma Degolação de São João Batista. Mas, fora de controle, revida a ofensa de um nobre maltês e é encarcerado pelo severo regime militar ali vigente. Ajudado por amigos - crê-se que entre eles o próprio Vignacourt -, galga os muros da prisão e embarca à noite para a Sicília. Pressente a vingança no seu encalço. Muda de cidade seguidamente: de Siracusa a Messina, daí a Palermo, desta a Nápoles, no outono de 1609.
É melancólica sua última obra, dilacerada pelo sofrimento e pela inquietação: A Flagelação. Apenas o Cristo é plenamente iluminado, e irradia parte do brilho em tomo dos algozes, de corpos retesados num bailado grotesco e cruel.
Pela segunda vez, Caravaggio fora abrigado em Nápoles por pessoas influentes, algumas ligadas à própria Ordem de Malta. Mas era tarde: os sicários do cavaleiro maltês ultrajado descobrem seu esconderijo. Perto de uma taverna, ferem-no a espada repetidas vezes. Sua robustez prevalece sobre os graves ferimentos. Recolhido e medicado, parece convalescer. A notícia de que o papa está prestes a conceder-lhe perdão e permitir-lhe o regresso a Roma anima-o a deixar Nápoles por via marítima. Todavia, não totalmente
recuperado, vertendo sangue, minado pela malária, ele morre numa praia deserta, no dia 18 de julho de 1610.
Dias depois, junto com a barca onde tinha abandonado seus haveres, chega a Roma apenas um pregão lutuoso:
"Tem-se notícia do falecimento de Michelangelo Caravaggio, pintor famoso como colorista e retratista baseado na natureza..."
Alheio a qualquer maneirismo, mas sensível à interpretação poética e transfiguradora do mundo real, Michelangelo Merisi da Caravaggio foi um artista despojado numa época marcada pelo excesso ornamental barroco. Contra a corrente saudosista de seu tempo, plasmou uma arte arraigadamente humana, realista e original. Seu critério quase "funcional" de pintura, à moderna, teve o condão de enfurecer muitos donos da cultura e árbitros do gosto da época. A esses, Caravaggio sempre deu de ombros: pintava para todos os séculos, não para o seu.

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#7 Mensagem por Maestro Alex » 07 Abr 2006, 21:15

Voltando aos pintores... dentro do POPART...

Tom Wesselman

Os nus de Tom Wesselman (1931) provocam efeitos paródicos: uns põem em evidência os seios, a púbis e os lábios; outros reproduzem maliciosamente as pin up dos cartazes publicitários.
Apesar das diferentes origens, ao longo de toda uma década, a Pop foi um dos movimentos centrais da arte britânica e americana, impondo várias personalidades como artistas de 1ª categoria, afectando directamente, em todo o mundo, o curso da arte subsequente e reconfigurando o nosso entendimento da cultura do século XX. A Pop Art evitou deliberadamente as severas críticas de algumas manifestações do modernismo, em prol de uma arte que era tanto visual como verbal, figurativa e abstracta, criação e apropriação, arte manual e produção em massa, irónica e sincera, complexa e dinâmica como o momento, e como os artistas que lhe deram vida.

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Pintura - Fotografia - Escultura - Exposições

#8 Mensagem por Maestro Alex » 07 Jun 2006, 08:59

Aberto para postagem... breve dados do Jurássic 2.0
Editado pela última vez por Maestro Alex em 07 Jun 2006, 18:01, em um total de 1 vez.

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#9 Mensagem por Zé Cifrão » 07 Jun 2006, 17:52

Maestro, caso o assunto não se encaixe aqui, favor encaixá-lo :D :D :D

Mais informações sobre as exposições e algumas fotos no www.bodyworlds.com



No centro da arena, o cadáver de um homem de 72 anos – cuja pele adquiriu um tom azulado depois de permanecer por oito meses no formol – repousa sobre uma bancada. Usando um jaleco azul e o chapéu preto que se tornou sua marca, o mestre-de-cerimônias entra em cena com um bisturi. Depois de fazer uma incisão em forma de Y no tronco do morto, ele extrai seus órgãos: coração, pulmões, estômago, fígado e rins. Em seguida, abre seu crânio com uma serra, retira o cérebro e o coloca numa bacia. A platéia vem abaixo.

Esse espetáculo mórbido ocorreu na Inglaterra no último dia 20, quando 350 pessoas disputaram a tapa ingressos para assistir a uma autópsia pública conduzida pelo anatomista alemão Gunther von Hagens. Além delas, cerca de 1,4 milhão de espectadores acompanharam o evento pela TV. Foi a mais recente empreitada de um personagem polêmico. Von Hagens é o responsável pela exposição Body Worlds ("Mundos de Corpos"), que desde 1996 já foi vista por 10 milhões de pessoas em sete países e encontra-se em cartaz em Londres e Seul, na Coréia do Sul. Suas "obras de arte" são feitas com cadáveres de verdade, que têm a pele retirada para que se revelem em detalhes os órgãos, nervos, ossos, veias e artérias. As bizarras criações de Von Hagens – apelidado de doutor Frankenstein pela imprensa britânica – fazem sucesso, mas também têm causado mal-estar. O médico está sob investigação, porque se suspeita da origem dos corpos de que ele se utiliza. Há também outra questão em jogo: aquilo que Von Hagens faz é arte ou simplesmente um show de horrores, que explora o corpo humano da maneira mais vulgar? Na exposição de Londres, pode-se ver uma mulher grávida deitada numa pose clássica, com um feto à mostra em seu ventre aberto. Outra figura é a de um homem que ergue para o céu a própria pele. Sobre um cavalo empinado, com todos os músculos à mostra, encontra-se um cavaleiro cujo corpo foi seccionado em várias partes. Von Hagens alcança tais efeitos graças a uma técnica de conservação de cadáveres que inventou no fim dos anos 70: a plastinação. Ela consiste em substituir todos os líquidos do organismo, como o sangue e a gordura, por um tipo especial de silicone. Um corpo "plastinizado" não só pode ser conservado indefinidamente como também fica livre de odores e tem as cores de seus tecidos realçadas. É um processo meticuloso e caro. Para preparar cada cadáver, consomem-se dois meses de trabalho e cerca de 140.000 reais. A invenção fez de Von Hagens um anatomista respeitado em seu meio profissional. Só que ele acabou conseguindo bem mais que isso: fez de seu ofício um trampolim para a fama e a fortuna. Von Hagens transformou suas exposições num negócio lucrativo. Em seis anos, faturou o equivalente a 250 milhões de reais em bilheteria. Hoje com 57 anos, ele vive na cidade chinesa de Dalian, onde montou uma verdadeira indústria de conservação de cadáveres. Afirma que sua "matéria-prima" provém exclusivamente de pessoas que o autorizaram a utilizar seu corpo após a morte. Atualmente, haveria uma lista de espera com 4.500 doadores em potencial. Neste momento, no entanto, a lisura de seus negócios é colocada em dúvida. A polícia da ex-república soviética do Quirguistão acusa o médico de ser receptor de 500 cadáveres obtidos ilegalmente por uma academia de medicina do país, da qual ele é professor emérito. São corpos de prisioneiros, indigentes e deficientes mentais – uma parte dos quais estaria em exibição na mostra Body Worlds, sem autorização dos familiares. Mesmo que essa conexão se revele infundada, o fato é que Von Hagens adentrou um terreno perigoso. "Ele vem tratando cadáveres como uma mercadoria qualquer. E isso fere a dignidade humana", diz Volnei Garrafa, presidente da Sociedade Brasileira de Bioética. Enquanto o anatomista realizava sua autópsia pública em Londres, uma multidão protestava em frente à emissora. Até a quinta-feira passada, a polícia inglesa ameaçava detê-lo por infração ao código de ética médica do país. Nas entrevistas, Von Hagens alega que seu trabalho tem cunho educativo. Em suas exposições, diz ele, o público pode comparar os pulmões de um fumante e de um não-fumante e ver os estragos que o álcool causa ao fígado. Trata-se de um argumento estratégico: em países como a Inglaterra, ele só pode realizar suas exposições e sair fazendo autópsias na TV se reivindicar um objetivo de divulgação científica. O anatomista nunca diz abertamente que o que faz é arte, mas é evidente que tem pretensões nesse campo. Nada modesto, Von Hagens se considera continuador de uma tradição iniciada por ninguém menos do que Leonardo da Vinci. O gênio renascentista foi um precursor da anatomia moderna: dissecou mais de trinta cadáveres numa época em que a Igreja punia severamente essa prática e produziu desenhos com base em suas observações sobre o corpo humano. Também não é à toa que usa um chapéu preto: sua fonte de inspiração é um personagem do célebre quadro A Aula de Anatomia do Dr. Tulp, do holandês Rembrandt, que retrata um grupo de médicos em torno de um cadáver durante uma dissecação. Da pintura e da escultura clássicas, Von Hagens tirou as poses de muitas de suas obras. São paródias grotescas de estátuas eqüestres, de majas desnudas, de atletas helênicos. Da arte moderna, ele parece ter tirado o desejo de chocar. Quem viu sua exposição, no entanto, afirma que o médico está mais próximo dos charlatães que dos verdadeiros artistas. "Não dá para encarar aquilo como arte: é só trucagem", disse a VEJA o crítico de arte inglês David Lee. "Tudo o que Von Hagens quer é se manter sob os holofotes." Fonte: Veja on-line

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#10 Mensagem por Maestro Alex » 12 Jun 2006, 09:43

EXPOSIÇÃO: FOTOGRAFIA
Planeta Futebol
Exposição apresenta 50 fotografias feitas por profissionais de vários países em diferentes lugares do mundo

Aproveitando o clima de Copa do Mundo, o Teatro Humboldt apresenta a exposição de fotografias Planeta Futebol. A mostra foi produzida pelo Goethe-Institut em parceria com a Magnun Photos, uma das mais conceituadas agências do mundo, criada por Henri Cartier Bresson, Robert Capa e David Seymour.

A exposição deve viajar em turnê por 80 países, apresenta o ser humano como tema central. São 50 fotografias realizadas por profissionais de diferentes nacionalidades em diversos lugares ao redor da Terra. O objetivo é mostrar que independentemente de idade, origem ou posição social, o homem sempre sucumbe ao fascínio exercido pela bola. O futebol une e apaixona as pessoas no mundo inteiro.


SERVIÇO

Local: Teatro Humboldt
Preço(s): Grátis.
Data(s): de 5 a 23 de junho.
Horário(s): segunda a sexta, 7h30 às 16h.

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#11 Mensagem por Maestro Alex » 14 Jun 2006, 19:56

Qua, 14 Jun - 15h11
Obras raras de Picasso são atração de feira de arte na Suíça


Por Robert Evans

BASILÉIA (Reuters) - Trabalhos raros do artista Pablo Picasso foram a maior atração para os colecionadores e investidores na maior feira anual de obras modernas e contemporâneas do mundo das artes, aberta ao público na quarta-feira.

Os responsáveis pela feira Arte Basiléia disseram que compradores estão adquirindo telas de pintores chineses e japoneses, além de trabalhos em grande escala, que incluem um labirinto de espelhos com brocas e um carrossel de bagagens prateado.

"Em vista dos preços que Picasso vem comandando no mercado, não surpreende que vários trabalhos dele poucas vezes vistos até hoje estejam presentes na Feira este ano", disse Thomas Gibson, proprietário de galeria em Londres e expositor na feira Arte Basiléia.

Pelo menos um trabalho do artista espanhol, "Homem com Cachimbo", de 1969, nunca antes foi exposto em público, enquanto outros nunca estiveram no mercado aberto nem mesmo foram reproduzidos em livros sobre sua obra.

A feira Arte Basiléia, que dura quatro dias e este ano está em sua 37a. edição, frequentemente é apelidada de o "Eldorado" do comércio de artes. Por esse motivo, a concorrência é acirrada entre galerias e artistas interessados em estar representados nela.

Este ano, 297 galerias comerciais foram escolhidas pelo júri especializado da feira, entre 800 candidatas. Elas incluem desde uma da China e três do Brasil até 56 da Alemanha e 68 dos EUA.

Após uma abertura para profissionais e convidados, na terça-feira, os organizadores da feira disseram que um dos trabalhos de Picasso -- "Nu Reclinado", de 1971 --, avaliado em 12 milhões de dólares por uma galeria de Zurique, foi reservado por um agente francês.

VENDAS CONCLUÍDAS RAPIDAMENTE

Uma enorme tela em acrílico do estúdio do artista japonês Takashi Murakami, completada apenas duas semanas antes da feira e oferecida a 1,5 milhão de dólares, também foi vendida em pouco tempo. Mas o preço final de venda não foi revelado.

Na Praça de Exposição de Basiléia, a feira anexa Arte Ilimitada estava fazendo bons negócios, incluindo a venda da instalação de um labirinto e brocas criada por Kadar Attia, residente em Paris. Intitulada "Infinities 2006", a obra foi vendida a um colecionador norte-americano não identificado.

Outro trabalho que atraiu potenciais compradores foi uma tela enorme sobre o tema dos direitos humanos, criada em três partes, em 1998, pelo artista norte-americano James Rosenquist.

Os especialistas dizem que a Arte Basiléia -- que, em 2002, lançou uma edição nos Estados Unidos, Arte Basiléia Miami Beach, promovida anualmente em dezembro na Flórida -- vem promovendo o crescimento da atividade de investimentos em arte.

O banco suíço mundial UBS, que patrocina a feira de Basiléia, desde 1998 criou seu departamento próprio de Art Banking, que oferece assessoria a clientes ricos sobre a compra e venda de obras e a estruturação de sua coleção particular.

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#12 Mensagem por Maestro Alex » 19 Jun 2006, 11:04

EXPOSIÇÃO: VÁRIOS
Ângela Occhipinti
Exposição traz obras da artista reunidas na mostra A Viagem


A partir de 14 de junho acontece a exposição A Viagem da artista plástica italiana Ângela Occhipinti no MUBE -Museu Brasileiro de Escultura, de São Paulo. A exposição fica em cartaz de terça a domingo, 2 de julho.

As obras apresentadas nessa exposição (pinturas, esculturas, instalações e um vídeo) representam o percurso que a artista realizou na América do Sul, no decorrer dos últimos dois anos. Desde a Patagônia até a Terra do fogo, da cordilheira chilena ao deserto do Atacama, até os confins com a Bolívia, a viagem se realizou em busca de memórias.


SERVIÇO

Local: Museu Brasileiro de Escultura - MuBE
Preço(s): Grátis.
Data(s): até 2 de julho.
Horário(s): terça a domingo, das 10h às 18h.

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#13 Mensagem por Maestro Alex » 21 Jun 2006, 11:28

Qua, 21 Jun - 10h02
Publicidade: Brasil conquista mais leões em Cannes


O Brasil conquistou seis leões na manhã desta quarta-feira na categoria impressos (Press) no Festival Internacional de Publicidade de Cannes 2006. O leão de ouro, o mais cobiçado, foi para peça criada pela agência de publicidade Publicis para Cepacol. Os 5 de bronze foram para Loducca (KM Casa; DPZ (restaurante Rubaiyat); JWT (HSBC) e Loducca (MTV); e Giovanni FCB (Ipas, uma organização não governamental de direitos da mulher. O Grand Prix da categoria ficou com os sul-africanos da FCB Joanesburgo por “Periscope”, criado para Lego.

No Cyber Lions, as agências brasileiras conquistaram 4 leões de ouro, 2 de prata e 3 de bronze. Confira os vencedores dos 4 Leões de ouro:


1-“Crash”, da DM9DDB para Itaú Seguros 2- “Oops”, da Euro RSCG 4D para Poliflor, da Reckitt Benckiser 3- “Water purifier”, da AgênciaClick para purificador de água Brastemp, da Multibras 4-“Scroll”, da F/Nazca S&S para T-fal, da Arno.


Os leões de prata foram:


1- “Paths”, da Publicis para Montana, da General Motors 2- “Shake”, da AgênciaClick para revista Sexy, da Editora Peixes.


Os e bronze foram:


1-“Lesson 13”, da DM9DDB para academias Gym 2-“Dog”, da Lov para Eclipse 2006, da Mitsubishi Motors 3-"Zzzzzzzzz”, da DM9DDB para Speedy, da Telefônica.


A Crispin Porter + Bogusky, agência de publicidade de Miami conquistou o prêmio de Agência Interativa do Ano, seguida da Goodby Silverstein & Partners, de São Francisco e da brasileira DM9DDB, que havia conquistado o posto de Agência do Ano em Cyber Lions no ano passado..


O Grand Prix de Site ficou com a norte-americana Droga5, de Nova Iorque, por “Still free”, criado para Ecko/Marc Ecko Entrerprises; enquanto o de Online Ads foi para a Crispin Porter + Bogusky, pela campanha do GTI, da Volkswagen.

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#14 Mensagem por Maestro Alex » 26 Jun 2006, 18:07

MUSEUS
Museu de História da Medicina

Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 278
Centro - Centro - (11) 3898-1986


Instrumentos, fotos e documentos relacionados a cura, prevenção e tratamento de doenças. Apesar de remeterem a um hospital, todos esses objetos fazem parte da coleção do Museu de História da Medicina.

Livros raros, louças com representações e material cirúrgico são parte do acervo, que traça uma linha de tempo desde seus primórdios na Grécia, Egito e Roma até os dias atuais. Há também painéis que dividem a medicina por suas especialidades e relatam o nascimento e curiosidades de cada área, como a cirurgia e a anatomia.



SERVIÇO

Endereço: Avenida Brigadeiro Luís Antonio, 278
5º andar
Centro - Centro - (11) 3898-1986
Horário: segunda a sexta, das 9h30 às 20h.
Preço(s): Grátis
Perfil: Para ir com os amigos

Público: Descontraído
Quarentões
Trintões

Site: http://www.apm.org.br/museu/default.asp

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#15 Mensagem por Maestro Alex » 26 Jun 2006, 18:09

Museu da Imagem e do Som - MIS

Avenida Europa, 158
Jardim Europa - Zona Oeste - 3062-9197 / 3088-0896


Cinema, fotografia, vídeo, som, televisão, artes gráficas e novas mídias. Tudo isso está reunido no Museu da Imagem e do Som.

O espaço possui um auditório com capacidade de 173 lugares e uma Sala Multimídia com 70 lugares e, ambas, além de abrigar os principais festivais de cinema e vídeo, têm uma programação permanente de cinema, vídeo e televisão, debates e palestras. No 1º e 2º andar encontram- se as áreas expositivas, onde periodicamente acontecem mostras de fotografia.

Para as pessoas ligadas em arte, este é um lugar que vale a pena ser visito.



SERVIÇO

Endereço: Avenida Europa, 158
Jardim Europa - Zona Oeste - 3062-9197 / 3088-0896
Horário: De terça a domingo, das 12h às 20h.
Preço(s): grátis
Perfil: Para ir com os amigos

Público: Descontraído

Site: http://www.mis.sp.gov.br

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