Falar de pintura a óleo é uma situação desconfortante...
Pq como arte no conceito básico depende muito do momento e dos gostos pessoais, mas como vale como sugestão e dica vou dar .
Manabu Mabe
Década de 40
Em 1942, Mabe começou a traçar a sua trajetória como um dos grandes mestres da pintura. No início fez muitos estudos em papéis com lápis, passando a utilizar também crayons e aquarelas. Somente no ano de 1945, quando passava pela livraria da cidade de Lins, interior de são Paulo, deparou-se pela primeira vez com um tubo de tinta à óleo. Teve então vontade de experimentar esse novo material.
Diluia a tinta à óleo com querozene e pintava sobre papelão. Os temas pintados eram retirados de calendários pendurados na parede da casa. As obras da década de 40 são puramente acadêmicas. São consideradas por ele mesmo como uma fase de estudo, mas já se nota a habilidade genial que expressa em suas obras.
Década de 50
Esta década é o início de sua participação ativa no contexto da arte brasileira. Envia obras aos principais Salões, como o Salão Nacional do Rio de Janeiro, Salão Paulista e as II e III Bienais de São Paulo. Antes de 1965, sua obra tinha características de abstração neo-cubista, forte influência de Picasso, por quem tinha grande admiração.
1959 seria o ano de Mabe, como relatou a Revista Time.
Participa da V Bienal de São Paulo com as seguintes obras:
"Composição Móvel" - 130x130 cm, "Pedaço de Luz" - 130x120 cm e "Espaço Branco" - 120x100 cm. As três obras de manchas gestuais de forte impacto e traços delicados do Sumi-ê (arte caligráfica japonesa), mas com a clara necessidade de se libertar da abstração neo-cubista e partindo para o expressionismo abstrato.
Com essas mudanças recebeu o "Prêmio de Melhor Pintor Nacional" em 1959, das mãos do então Presidente da República do Brasil, Juscelino Kubitschek.
Passados dez dias recebe o "Prêmio Braun para Melhor Pintor" à óleo na I Bienal de Jovens de Paris, além de uma Bolsa de Estudos de 6 meses.
Manabu Mabe dividiu as fases da seguinte maneira:
1947 a 1949 - Escola Acadêmica
1950 a 1952 - Impressionismo e Fauvismo
1953 a 1957 - Semi-Abstracionismo e Neo-Realismo
A partir de 1957 parte para o Abstracionismo, mantendo ainda algumas figuras em seus trabalhos.
Década de 60
Em 1960 Mabe viaja pela primeira vez ao exterior. Parte para o Uruguai, onde realiza sua primeira exposição individual em Montevideo.
No ano seguinte vai aos Estados Unidos e Europa.
Em 1962, permanece oito meses na Europa, no que chama de "viagem cultural".
Em suas composições busca a forma explosiva do tachismo, deixando o lirismo das formas caligráficas do Japão.
As espátulas cobertas de tintas dão a forma e o vigor de suas obras.
Nota-se claramente a força, a vida, feita com a gestualidade oriental.
As cores antes com predominância do preto vão se tornando claras, sem medo de utilizar as matizes como fundo.
Década de 70
O Abstracionismo lírico de Mabe é a marca constante de seu trabalho. A mescla de inspirações entre o Oriente e o Ocidente é visível em suas composições.
As obras dão continuidade a evolução de um artista, mostrando porque um mestre é um mestre.
A preocupação com a concepção até o produto final é sempre uma marca de Mabe. Nada deve ficar faltando, pois toda a obra deve ter vida.
Década de 80
As figuras voltam em suas telas, mas em formas abstratas e sutís.
As espátuladas mesclam as cores e surgem novas formas, novas cores.
As composições são ricas em detalhes. Cada espaço da tela tem sua própria concepção e surgem as formas geométricas em contradição com as formas gestuais.
As cores são cada vez mais vibrantes, não agredindo o espectador ao contemplar a obra.
A vitalidade e a jovialidade é sempre uma constante no trabalho de Mabe. A obra por si só, caminha para a natural evolução do ser humano.
Toda obra dele tem a sua marca, o "mabismo".
Década de 90
A vibração das cores, a harmonia das formas, o vigor das pinceladas e o amor à arte estão sempre presentes em suas telas.
A temática das obras dos anos 90 continua sendo uma continuação do trabalho dos anos anteriores, mas sempre transformando o abstrato das telas em formas de esculturas bidimensionais, fazendo com que o espectador admire a obra como se ela estivesse viva, e que saltasse da tela para o mundo real.
A obra de Mabe será sempre Mabe.