Cientistas Aproveitam o Uso de Células Estaminais na Luta contra o HIV
O virologista Jerome Zack em conjunto com o investigador Ronald Mitsuyasu, especialista de HIV/SIDA, da Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) estão a estudar uma forma de inserir um gene nas células estaminais da medula óssea que pode proteger as células do HIV ou desactivar o vírus já dentro das células. A proeza passa pela substituição dum gene que é vulnerável ao HIV por um pedaço de DNA sinteticamente construído para procurar e destruir o vírus. O fragmento de DNA, chamado ribozima, é programado para se ligar ao HIV e cortá-lo em pedaços inofensivos.
Zack apresentou a sua investigação na quarta-feira em São Francisco perante o Comité de Superintendência de Cidadãos Independentes, um grupo com 27 membros criados sob a Proposta 71 para conduzir o programa de células estaminais na Califórnia.
Recentemente, Mitsuyasu completou um ensaio clínico da segurança do tratamento. Não houve nenhum problema reportado com os 10 pacientes submetidos à prova, e após 3 anos, ainda foram detectadas células sanguíneas resistentes ao HIV. Ele neste momento está a registar mais sujeitos.
Os participantes deste ensaio primeiro receberam um factor de crescimento para estimular a entrada das células estaminais da medula óssea na corrente sanguínea. O sangue é recolhido e as células estaminais de cada paciente são isoladas. Um vírus modificado e inofensivo relacionado com o HIV é usado para introduzir o gene nas células. Assim as células estaminais melhoradas são devolvidas à corrente sanguínea, onde irão gerar todos os tipos de células do sangue, agora cada uma delas com o novo gene anti-HIV.
O método pode inicialmente proteger 10 % das células estaminais do paciente, mas a percentagem aumenta à medida que o HIV mata as vulneráveis ao passo que as protegidas se multiplicam. Para acelerar o processo, após 6 meses os pacientes deixam de tomar anti-virais durante 4 semanas para dar oportunidade ao HIV para matar as celúlas do sangue que não estão protegidas; isto coloca pressão nas células protegidas para se multiplicarem mais rapidamente de forma a substituírem as mortas. 12 semanas depois os doentes param a medicação pelo menos por 8 semanas, ou mais, dependendo como estão a reagir à estratégia. O ensaio será completado em cerca de um ano e meio.
Contra Costa Times (11.03.05): Betsy Mason
14/11/2005 - 10h38m
Vacina contra Aids será testada no Rio de Janeiro
Ana Cláudia Costa - O Globo
RIO - O Projeto Praça Onze, do Laboratório de Pesquisas em Aids do Hospital do Fundão, da UFRJ, vai testar uma nova vacina contra a Aids. Para o teste os pesquisadores vão recrutar 100 voluntários com idades até no máximo 25 anos.
A vacina já foi testada em voluntários americanos, peruanos e haitianos da mesma faixa etária.
A seleção desse grupo etário se justifica com o fato de a vacina a ser testada empregar parte do vírus (vaccina) da varíola em sua formulação. Os voluntários não podem ter sido vacinados contra a varíola e precisam ser saudáveis. Os interessados em participar desse estudodevem comparecer à sede do Praça Onze, no Hospital-Escola São Francisco de Assis, na Av. Presidente Vargas, 2863, ou na Rua Afonso Cavalcanti, 463, ambos endereços - frente e fundos, respectivamente - na Cidade Nova.