Meu caro D. MAUL,
Primeiramente, tenho a mais absoluta convicção de que, enquanto o pau sobe, a punheta estará presente na vida de um homem, a não ser que ele fique maneta.
A punheta varia de intensidade no correr dos anos. Quando somos moleques e adolescentes, temos calos nas mãos de tanto cinco contra um. Comentamos com os amigos a quantidade de bronhas, as técnicas utilizadas, os recursos necessários para se livrar da porra (quando há) e, principalmente, o enredo.
O enredo é a parte fundamental, sem a qual a punheta não existe. Quanto mais criativo o onanista, melhor o gozo proporcionado e maior a possibilidade de entrar para o Guiness Book pelo recorde de ejaculação em distância. Mas o enredo não surge do nada, pois ele é sempre fruto de um desejo enrustido, uma realidade distante ou mesmo um momento vivido.
Quando somos muito jovens, quase crianças, vale tudo, desde ficar na porta do vestiário feminino no clube, espiar a prima pelo buraco da fechadura e, óbvio, afanar as revistas de sacanagem do irmão mais velho. A vantagem de ser muito novo, nesta última hipótese, é devolver as revistas sem que as páginas estejam coladas.
Na adolescência as coisas mudam de figura. As revistas cedem espaço às colegas de escola peitudas e bundudas. Aí vale qualquer coisa, pois o que importa somente é a existência de peitos e bundas. Basta um esbarrão num peito ou numa bunda, para o pau levantar e o imberbe rapaz correr ao banheiro para esvaziar o saco. Nesta fase é que exercitamos nossa criatividade erótica, imaginando aquela colega gostosa dando para nós em plena sala de aula. Melhor ainda, quando nos imaginamos comendo a professora. Eu, por exemplo, tive uma professora de Geografia que, conforme caminhava entre as carteiras, provocava um efeito dominó inverso, ou seja, por onde ela passava, uma peça ficava em pé. Interessante.
Porém, mesmo na adolescência, as revistas são de alta relevância, pois quando jovens é muito comum ter preguiça de pensar e basta pegar uma Hustler para resolver o problema. Na minha época de adolescente ainda não se vendiam revistas de sexo explícito e éramos obrigados a nos virar com os desenhos do Carlos Zéfiro, ou mesmo uma revista sueca que algum amigo arranjasse.
Na juventude, já mais crescidos, é que a punheta em ritmo frenético começa a ceder espaço para as bucetas de carne propriamente ditas. Mas ela está sempre presente, afinal a testosterona está em alta e as tensões precisam ser aliviadas. As revistas, por sua vez, ainda são fiéis companhias, mas as lembranças da realidade adquirem uma importância maior, afinal uma trepada inesquecível é sempre um ótimo enredo de punheta.
Quando definitivamente alcançamos a idade adulta, a quantidade de punheta passa a depender muito da mulher que temos ao lado, ou mesmo da quantidade de mulheres. Eu, por exemplo, tive uma fase em que, além da titular, mantive três jogadoras reservas. Numa situação desta, a punheta torna-se algo totalmente desnecessário e mesmo um desperdício, porque é conhecido o adágio do "sabendo usar, não vai faltar" ou ainda, "quem poupa, tem." Ou seja, não obstante os exageros normais do sexo masculino, o membro viril deve ser usado com sabedoria e parcimônia.
Quanto às revistas nesta fase, elas ainda podem ter alguma utilidade, porque já estamos com a cabeça tão cheia de problemas, que às vezes precisamos ver algumas fotos para ver se esquecemos deles.
Mas, um aviso: se você já tiver passado dos 40 anos, não seja saudosista. Não tem coisa mais deprimente do que bater uma punheta com uma playboy antiga. Lembre-se que a Ursula Andrews já tem hoje 60 anos, parece um maracujá de gaveta e não é mais aquele piteuzinho que saiu do mar, de biquini, para os braços de Sean Connery e a posteridade em "O Satânico Dr. No". Da mesma forma, Jane Fonda também não é mais a gostosa de "Barbarella" e Brigitte Bardot então, já deveria ter se afogado com alguma foca.