Não vi o jogo de hoje, somente assisti aos gols agora há pouco, mas pelo que disse o Fortimbrás, o time do Corinthians estava apático novamente. É engraçado, mas já vi muitos times ruins do Corinthians, como também do São Paulo, Palmeiras, Santos, todo time grande tem seus altos e baixos. Todavia, em tempos idos, notava-se que uma das características do Corinthians era justamente a raça de seus jogadores, pois empurrado por sua grande torcida, o time chegava a buscar resultados perdidos. Vi o Corinthians ser campeão brasileiro em 1990 justamente desta forma, venceu todos os seus adversários na fase eliminatória, sendo que reverteu todas as vantagens, que na ocasião pertenciam aos adversários. Confesso que, num passado distante, quando eu era um torcedor mais passional, ficava “puto” em clássicos em que o São Paulo, por exemplo, vencia o jogo por 3 a 1, a torcida do Corinthians começava a gritar e o jogo terminava 3 x 3 e com aquele gosto amargo de derrota.
Bem, o futebol mudou de uns tempos para cá, jogador que se identifica com camisa é a coisa mais rara que existe atualmente, a maioria almeja apenas lançar mão dos times grandes como trampolim para um time europeu, hoje vemos jogadores chorando porque querem ser negociados ou fazendo corpo mole em campo etc.
Outra questão complexa é a dos grandes patrocinadores, que, de repente, aparecem querendo injetar dinheiro nos times grandes, situação que a curto prazo faz-se eficiente, todavia a longo prazo mostra-se desastrosa. O problema é que quando esses patrocinadores se retiram do futebol, o time, que está acostumado com grandes contratações e com dinheiro fácil, precisa se reestruturar novamente, investir nas categorias de base, algo que o Corinthians faz, todavia vendendo suas revelações precocemente para comprar jogadores formados. Esse processo ocorreu com o Palmeiras também, pois quando a Parmalat saiu, o time ficou ainda em uma situação pior que a do Corinthians, pois nem nas categorias de base o time investia, como resultado, caíram para a segunda divisão. Um terceiro problema são as contratações erradas, saber em qual jogador investir, atualmente, é uma das maiores cartadas dos times grandes, você pode trazer um desconhecido de um time pequeno e o jogador brilhar, como pode trazer um famoso que só faz corpo mole e gera intrigas na equipe, acertar aqui requer uma boa percepção do mercado futebolístico e uma dose de sorte também, todavia somente a sorte não adiantará se uma administração for muito ruim.
De qualquer maneira, pilantragem existe em todos os clubes, mudando apenas a intensidade, fico imaginando se algum auditor, que presta serviço para clube de futebol, resolvesse abrir a boca sobre o que vê, a merda que iria dar na imprensa. É por estas e outras que, atualmente, embora goste muito de assistir a um bom jogo de futebol, seja campeonato italiano, liga dos campeões, argentino, brasileiro, seleções, o futebol, ainda em terceiro lugar na minha escala de entretenimento, está muito abaixo das duas primeiras opções: buceta e cerveja.