Boas gwkull.
Na verdade, essa foi a impressão que ele deixou pouco antes de sair do clube. Mas o Tupazinho foi titular em 90, e foi fundamental. Depois, perdeu o lugar no time, mas sempre entrava e jogava bem.
Em 90, assim que chegou, não só ele, mas o meu macho (que jogou também no seu Grêmio, na época em que o Felipão estava chegando por lá) , eram completamente desconhecidos. Era o time do Neto.
Eram os dois novatos, mas os que davam ímpeto e mobilidade para o time.
Tínhamos por ali, no meio de campo, o Wilson Mano, o Ezequiel e o Márcio, volantes marcadores e rápidos, não faziam o tipo brucutu.
O Neto era o cara da bola parada e estava numa fase em que decidia quase todos os jogos.... Nesse time, todos corriam para ele. Fazia gols com a bola correndo também; me lembro que fez um de cabeça contra o Galo nos play offs que foi impressionante. Cruzaram uma bola alta na área e o Neto subiu mais alto que o zagueiro e ainda cabeçeou a bola pra baixo, forte...
Golaço que decidiu o play off, inclusive.
Sobre o Tupazinho, em 90, cabia a ele , inclusive, a articulação das jogadas.Além disso, voltava pra recompor a meiuca, quando o time era atacado. O Neto era praticamente um atacante, só participava da partida quando o time estava com a bola nos pés. Quando éramos atacados, ele ficava olhando o jogo, se poupando, porque sempre foi gordo demais para jogar em alto nível o jogo inteiro.
E cabia a outro até então desconhecido a responsabilidade de atacar: o meu macho, pelo lado direito. Vários gols saíram de jogadas pelo lado do meu macho. Em jogadas em que era acionado pelo Tupâzinho. Se você lembrar, a final , contra o São Paulo, o Neto nem jogou. E o gol decisivo foi do Tupãzinho, em uma jogada em que tabelou com o meu macho e envolveu a defesa adversária, até fazer aquele gol.
Infelizmente, nem todo mundo se lembra dos outros, o Neto virou um ícone. Já vi aqui até um débil mental que "escalou" um time , que, na cabeça dele, era composto apenas por jogadores ruins e nesse time ele escalou vários jogadores da campnha de 90...
Mas o nível aqui , em termos de respeito ao Corinthians, sempre foi baixo. Não vale a pena reclamar, só estou exemplificando como esse time sumiu e no seu lugar ficou apenas a figura do Neto.
O que, para mim, é uma injustiça muito grande.
Nunca entendi a idolatria da nossa torcida para com o Neto: sempre gostamos de jogadores raçudos, que suavam sangue, batiam a cabeça na trave, comiam até a grama se fosse preciso. O Neto nunca teve esse perfil.
Respeito a opinião dos contrários, mas, para mim, o Neto não era o melhor jogador daquela campanha: foi, isso sim, o mais decisivo. Mas ele só conseguia decidir porque havia, naquele time, muito bem armado pelo Nelsinho Batista, os jogadores com as características que eu mencionei: Wilson Mano, Márcio, Ezequiel, o meu macho e o Tupazinho.
Jogadores guerreiros, técnicos, versáteis e sem a vaidade de querer ser "a" estrela: o que queriam era ganhar.
E conseguiram.