Polícia prende uma das maiores cafetinas do país em São Paulo
de Lívia Sampaio
Apontada como uma das maiores cafetinas do país, Mirlei de Oliveira, 50 anos, foi detida anteontem em seu escritório, na região central de São Paulo, após um ano de investigações do Ministério Público Estadual. No local foi encontrada uma lista com 570 nomes e telefones de supostas garotas de programa, além de fotos de jovens seminuas.
O advogado diz que ela é inocente.
Em 2004, a indiciada foi presa em Balneário Camboriú (SC), acusada de extorsão, favorecimento da prostituição, manutenção de casa de prostituição e tráfico de mulheres. Chegou a ficar presa em Curitiba (PR), onde a polícia centralizava as investigações, mas foi solta sete meses depois, com um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça). No Paraná, ela ganhou o apelido de "baronesa do sexo".
Antes de ser detida anteontem, em São Paulo, Mirlei teve os celulares e telefones fixos grampeados, com autorização judicial. As gravações, exibidas na edição de anteontem do "Jornal da Band", mostram ela falando sobre uma garota de programa e R$ 150. Em uma outra gravação, ela desconfia que está sendo grampeada e diz uma senha ao suposto cliente.
Aparência
Na lista com 570 nomes de mulheres havia até uma classificação de aparência: "feia", "média" e "bonita". Segundo a reportagem do "Jornal da Band", Mirlei chegava a mandar garotas de avião para encontros com os clientes. Eles seriam políticos, empresários e executivos de vários Estados. No escritório dela havia uma agenda com mais de cem nomes de homens.
As investigações foram conduzidas pelo Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado). Após ser abordada no prédio comercial onde possui escritório, Mirlei foi levada ao 3º DP (Campos Elíseos), mas já foi liberada. Ela está morando em São Paulo há cerca de um ano.
Outro lado
O advogado de Mirlei de Oliveira, Marco Antonio Sadeck, disse ontem que sua cliente terá a "oportunidade de provar inocência" caso tenha de prestar esclarecimentos à Justiça.
"Essas fotografias [apreendidas] não dizem nada. Eu mesmo, em casa, tenho um grande número de fotografias de pessoas bonitas", disse. Segundo ele, Mirlei leva uma vida simples e "nunca teve condições de ser uma baronesa do sexo".