”O Atleticano é diferente de qualquer outro torcedor
É diferente, pois não se restringe a ser
Somente torcedor
Ser Atleticano é como casamento
Na saúde e na doença
Nas alegrias e nas tristezas
Mesmo quando a doença parece não ir
E as tristezas teimam em permanecer
O Atleticano é capaz de
Após uma derrota humilhante
Pegar a camisa no armário E sair às ruas
Mesmo sendo alvo de piadas
Isso por que o Atleticano não torce por um time
Torce por uma nação
E tal qual em uma guerra
Um cidadão não renega um país
Mesmo que a derrota seja grande
O Atleticano apóia seu time na derrota
Pois os obstáculos engrandecem...
E que me perdoem os que têm apenas títulos
Claro que são importantes Mas o Atleticano tem algo que os outros nunca terão Tem paixão!!!!”
(Roberto Drumond)
Roberto Francis Drummond (Ferros, Minas Gerais, 21 de dezembro de 1933 — Belo Horizonte, 21 de junho de 2002) foi um jornalista e escritor brasileiro. Participou da chamada literatura pop, marcada pela ausência de cerimônias e pela proximidade com o quotidiano.
Antes de residir, a partir da adolescência, em Belo Horizonte, a família do escritor viveu em Guanhães, Araxá e Conceição do Mato Dentro. Na capital mineira, inicou no jornalismo na extinta Folha de Minas. Aos 28 anos, passou a dirigir a revista Alterosa, fechada pela Ditadura Militar em 1964. Durante um ano trabalhou no Rio de Janeiro, retornando a Belo Horizonte em 1966, onde passou a escrever colunas esportivas e crônicas.
O sucesso na literatura começou com seu primeiro livro, A morte de DJ em Paris, em 1971. Relançado em 1975, bateu recordes de vendas, recebendo o Prêmio Jabuti de autor revelação. Na década de 80, inicia uma nova fase de sua produção literária, com a publicação de Hitler manda lembranças. Seu maior sucesso foi o romance Hilda Furacão, publicado em 1991 e adaptado para a televisão em 1998 numa minissérie de sucesso da Rede Globo.
Roberto Drummond também fez um programa esportivo diário na TV Bandeirantes de Belo Horizonte. O escritor era fanático torcedor do Clube Atlético Mineiro. Morreu vítima de problemas cardíacos, no dia da partida entre Brasil e Inglaterra pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002.