Plano Marshall para as Florestas Tropicais

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Plano Marshall para as Florestas Tropicais

#1 Mensagem por Fortimbrás » 31 Jan 2008, 10:29

Leiam, negada.

Interessante a idéia.


Os países ricos deveriam criar um fundo nos moldes do Plano Marshall para ajudar a preservar as florestas tropicais do mundo, segundo um artigo do colunista Johann Hari publicado nesta quinta-feira pelo diário britânico The Independent.

Para Hari, o desmatamento das florestas tropicais - e da Amazônia, em particular - está sendo causado pelas necessidades de consumo dos países ricos.



O governo de Mato Grosso começou, por conta própria, a revisão dos dados divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), sobre o desmatamento na Amazônia. De acordo com o governador Blairo Maggi (PR), as primeiras varreduras feitas em campo já encontraram inconsistências em alguns dos supostos desmatamentos identificados entre outubro e dezembro do ano passado pelo Deter.

Ele diz que seria "reconfortante" jogar a culpa pela falta de competência na proteção das florestas sobre os ombros dos países que as administram, mas que, na verdade, os culpados seriam os consumidores nos países ricos.

"A destruição da Amazônia está sendo atualmente promovida e impulsionada por mim e por você, através de nossas escolhas como consumidores e do dinheiro de nossos impostos," diz Hari.

O colunista afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi bastante franco ao apresentar as opções: ou os países ricos incentivam financeiramente os países em desenvolvimento a preservar suas florestas, ou eles vão continuar a explorar as florestas, antes que o aquecimento global e a exploração ilegal acabem com elas em uma geração.

"Ele está certo. Em defesa própria, os países desenvolvidos precisam criar um fundo - ambicioso como o Plano Marshall (plano americano de reconstrução da Europa aliada após a Segunda Guerra) - para preservar as florestas tropicais que ainda restam e assim evitar a desestabilização drástica de nosso clima."

Bélgica queimada
Segundo o colunista, o aumento do desmatamento da Amazônia, "principal notícia do ano", passou "despercebida" pelos noticiários britânicos.

Mas ele lembra que uma área do tamanho da Bélgica, que levou milhares de anos para evoluir, foi destruída apenas no ano passado. "Cerca de 20% da floresta já foram para o lixo e outros 40% devem ser destruídos ainda durante a minha vida. Isso está acontecendo com todas as florestas tropicais do mundo."

Segundo o artigo, o desmatamento se dá, principalmente, para abrir áreas para a plantação de soja, que é exportada para alimentar o gado dos Estados Unidos e Europa.

"O desmatamento também é motivado por uma série de outras necessidades do mundo rico. Atualmente não há nenhuma restrição legal na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos à venda de madeira explorada ilegalmente na Amazônia. A mania dos biocombustíveis também está (ironicamente) levando a queimadas na floresta para abrir caminho para plantações de cana-de-açúcar."

O colunista vai mais longe e afirma que o governo britânico está ajudando na destruição da floresta Amazônica por ser "um dos principais financiadores do Banco Mundial".

Hari cita informações vazadas de uma investigação interna do banco, em que a instituição supostamente admite ter "encorajado multinacionais a entrar na floresta e causar danos irreversíveis".

Um ex-funcionário de alto escalão do Banco Mundial citado na matéria, Robert Goodland, diz que esse comportamento não era visto como anomalia dentro do banco, visto que o foco da instituição era o de "ajudar empresas multinacionais a extrair petróleo, gás e outros recursos naturais de países em desenvolvimento".

Hari diz que essa situação "deixa o governo britânico em uma situação bizarra. Com uma mão, ele paga os governos da Guiana e do Congo para preservarem suas florestas, com a outra, ele dá dinheiro para que o Banco Mundial peça a países que façam exatamente o oposto."

Ele sugere que o governo britânico deixe de repassar fundos para o Banco Mundial até que a instituição transforme radicalmente sua política ambiental.

O colunista também sugere ações simples aos leitores para ajudar no combate à destruição da Amazônia: "Há algumas escolhas pessoais fáceis, diminuir ou parar o consumo de carne, examinar a origem da madeira que você compra e não usar biocombustível."

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#2 Mensagem por Compson » 31 Jan 2008, 18:46

A questão ambiental é um belíssimo enrosco.

Um fundo me cheira mais como um novo subterfúgio para endividar os países em desenvolvimento (bem agora que eles parecem estar se livrando das dívidas externas)...

A solução mais óbvia seria reduzir o consumo, mas se a mera ameaça de desaceleração do mercado consumidor nos EUA já provoca um furacão no mundo financeiro, uma redução real, global e sistemática causaria, sem alguma forma de compensação mágica para a economia, sérios problemas quanto à questão do emprego e da pobreza, talvez sendo a emenda pior que o soneto. Uma redução do consumo demandaria toda uma reestruturação do sistema econômico, o que não costuma ocorrer sem tropeços, para não dizer catástrofes.

A esperança, dentro do modelo atual de globalização, seria alguma descoberta tecnológica "milagrosa", que torne os produtos menos agressivos realmente mais baratos que os agressivos. E a "boa vontade" dos governos em incentivar esses produtos, deixando de lado a pressão dos grandes cartéis do petróleo, da indústria automotiva etc...

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O Pastor
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#3 Mensagem por O Pastor » 31 Jan 2008, 19:34

CASADÃO/38.ABC escreveu:A esperança, dentro do modelo atual de globalização, seria alguma descoberta tecnológica "milagrosa", que torne os produtos menos agressivos realmente mais baratos que os agressivos. E a "boa vontade" dos governos em incentivar esses produtos, deixando de lado a pressão dos grandes cartéis do petróleo, da indústria automotiva etc...

O petroleo do ponto de vista do longuissimo prazo ja foi, ja era, quanto a isso nao ha duvidas...

A tendencia serao os biocombustiveis que dpela formula atual, tendem a causar mais impacto ambiental do que o petroleo, sobretudo pelas gigantescas areas necessarias para o cultivo dos graos (soja, cana-de-acucar, etc.).

A devastacao da Amazonia, do Cerrado e outras matas brasileiras, ja se fazem por este motivo e mesmo antes do anuncio dos combustiveis "milagrosos". Dai a gente volta na velha ciranda de que e' necessario desmatar para promover o crescimento...

Pra mim o capitalismo tal como e' fundamentado hj, nunca dara' certo. A logica sempre sera' poucos terem muito, e muitos nao terem nada. O mundo hj nao tem recursos para permitir que todos os mais de 6 bilhoes de habitantes desse planeta tenha um desenvolvimento equanime, aos moldes do sonho americano, so' como um exemplo.

Entao fica aquela eterna pergunta: por que uma crianca europeia pode e uma afega nao pode?? Qual largo sao esses 6 graus de separacao??

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Compson
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#4 Mensagem por Compson » 31 Jan 2008, 20:13

O Pastor escreveu:Entao fica aquela eterna pergunta: por que uma crianca europeia pode e uma afega nao pode?? Qual largo sao esses 6 graus de separacao??
Ou: por que uma criança do Morumbi pode e o filho da moça que trabalha na casa dessa criança não pode?

Porque o capitalismo é injusto mesmo. Não digo isso com resignação, tipo: "é injusto e não há nada a fazer, a inveja do menino pode fazer ele subir na vida, a competição move o mundo, etc..." Nada disso! Digo num sentido crítico, acho que esse modelo, além de injusto, não é sustentável do ponto de vista dos recursos naturais. A questão é: qual a possibilidade de um outro modelo num mundo em que, no fim, todo mundo está implicado, para o bem ou para o mal, nos interesses do sistema?

Por muito tempo a intelectualidade depositou suas fichas na classe trabalhadora como o "fundamento da revolução". Mas, hoje, o sujeito que, por exemplo, trabalha na mineração da Vale, mesmo sendo explorado pelo capital (inter)nacional (e sabendo disso), vive melhor que qualquer um de seus ascendentes e, de fato, se os americanos comprarem menos geladeiras importadas da China, que compra metal brasileiro, pode sobrar para o emprego dele... Da mesma forma, mesmo sendo injusto, é melhor, para o menino do Morumbi, que sua mãe trabalhe por uma miséria, do que ela não ter emprego algum. Quer dizer, uma crise do capitalismo, seja provocada por uma crise propriamente "econômica", seja pela escassez de recursos, não vai afetar só os capitalistas em sentido estrito, mas também e pricipalmente os explorados do capitalismo.

A não ser que essa passagem ocorra por uma reestruturação planejada do modelo econoômico. Mas que reestruturação é essa, já que o último grande modelo antagônico do capitalismo parece estar esgotado já em seus fundamentos (a classe operária)?

Não acho que as propostas ecológicas sejam viáveis, já que, em geral, se colocam como "urgências imediatas", nada mais distante do planejamento e da reflexão conseqüente.

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#5 Mensagem por Mr.Caos » 31 Jan 2008, 21:20

A não ser que essa passagem ocorra por uma reestruturação planejada do modelo econoômico. Mas que reestruturação é essa, já que o último grande modelo antagônico do capitalismo parece estar esgotado já em seus fundamentos (a classe operária)?
Essa é a questão. Mudar o sistema econômico significa reconstruir uma casa sem derrubá-la e começar do zero, em um processo em que as pesosas continuem vivendo dentro da casa mas ao final da reconsrução a casa já não seja a mesma.
A segunda questão é quem impulsionaria isso. Quem seria o 'sujeito'? Que forças levariam tal mudança? Tem gente se agitando de alguma forma por aí, mas ainda é pouco, ou são poucos.

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#6 Mensagem por O Pastor » 02 Fev 2008, 13:56

CASADÃO/38.ABC escreveu: modelo antagônico do capitalismo parece estar esgotado já em seus fundamentos (a classe operária)?

Não acho que as propostas ecológicas sejam viáveis, já que, em geral, se colocam como "urgências imediatas", nada mais distante do planejamento e da reflexão conseqüente.
E' ate' porque "classe operaria" hj representa quase nada em termos de massa de trabalhadores. O setor de servicos escamuteo muito o estereotipo do "operario".

As questoes ambientais sao essenciais, afinal de contas, o efeito caira sobre todos, pobres e ricos. Mas o que vejo e' que apesar dos discurssos bem intencionados, ha uma distancia muito grande entre o possivel e o fantasioso.

Ninguem quer uma ruptura, porque mesmo os mais pobres, parecem satisfeitos com esse sistema. Ao mesmo tempo, sem uma ruptura imediata, e' possivel que nao consigamos resolver muita coisa...

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Mr.Caos
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#7 Mensagem por Mr.Caos » 02 Fev 2008, 15:24

As questoes ambientais sao essenciais, afinal de contas, o efeito caira sobre todos, pobres e ricos.

Não acho Pastor. Como tudo, o efeito de catástrofes ambientais cai desigualmente em pobres e ricos.
E já existe toda uma indústria da catátrofe em formação. Quem tem dinheiro pode pagar sua salvação.

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O Pastor
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#8 Mensagem por O Pastor » 02 Fev 2008, 15:48

Edu28 escreveu:
As questoes ambientais sao essenciais, afinal de contas, o efeito caira sobre todos, pobres e ricos.

Não acho Pastor. Como tudo, o efeito de catástrofes ambientais cai desigualmente em pobres e ricos.
E já existe toda uma indústria da catátrofe em formação. Quem tem dinheiro pode pagar sua salvação.

Ate' certo ponto vc tem razao...imagine daqui a uns 30 anos, quando a agua for mais cara que o petroleo, quem serao os primeiros a morrer de sede??

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#9 Mensagem por Peter_North » 07 Fev 2008, 08:45

O Pastor escreveu:Ate' certo ponto vc tem razao...imagine daqui a uns 30 anos, quando a agua for mais cara que o petroleo, quem serao os primeiros a morrer de sede??
A agua já é mais cara que o petróleo e seus derivados em vários países, inclusive aqui no Brasil uma garrafa de meio litro de água pode custar até dois reais na praia, o que já é mais que a gasolina.

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