E o Destino, que “ser” misterioso é esse ?
Quem, ou o quê é essa porra ?
Pensamentos profundos assolam a mente desse pobre e inativo putanheiro.
Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Por que tenho eu que me lascar com a crise no mercado imobiliário dos ianques?
Porque não se combate o desmatamento na Amazônia?
O Corinthians vai, um dia, ter um estádio pra chamar de seu? Vai ganhar a “Libertadora”? Mano vai conseguir dar um padrão de jogo para o time?
Imagino o Destino como um ser sádico que habita algum lar celestial em meio às nuvens, com uma túnica branca e uma longa barba encanecida, sentado em seu etéreo trono meditando a melhor maneira e o momento certo de foder com a vidinha medíocre dos pobres mortais, que se aglomeram entre o lodo e vivem em meio às sujeiras e “covardias” do sistema...
Algum roteirista emo de oliúde prefiriu imaginá-lo como um ser inquieto e basbaque, que toma o corpo de um Brad Pitt qualquer para vivenciar a metelança dos pobres mortais, agarrando as delicinhas (inclusive a filha de um magnata do ramo das comunicações desenganado ) que vê pelo caminho, com seu ar misterioso e puro; e , entre colheradas de manteiga de amendoim, não se faz de rogado na hora de passar o vergalho na cidadã sensível e vulnerável toda facinha na piscina da mansão... Nesse momento, ali, no escurinho do cinema, perguntei-me como seria se o roteirista tivesse imaginado o “destino” tomando o corpo de um mané de meia idade, endividado , casado com uma mulher feia e sem ter onde cair morto... seria um filme de suspense dos bravos ou um “terrir”, no melhor estilo Ivan Cardoso...
Há quem acredite que a vida é, além de um vai e vem de bucetas, um jogo de cartas marcadas, o “maktub”; por outro lado, há os lawrêncios da Arábia, que sustentam que o destino nada mais é do que o resultado de nossas próprias escolhas e do trabalho em si, sendo a nossa própria determinação e vontade que ditam o tom de nossos dias no presente e no futuro. Nada está escrito, você é o senhor do destino; ou, pelo contrário, quando “chega a tua hora” malucão, chama os hómi de branco e fica frau, que já era, mano.
Há um pouco de cada uma dessas personas habitando o âmago do meu ser desde que passei a meditar sobre a vida, como ela é. E sobre os mistérios de nossa existência fútil. Conscientemente, percebo que os coloco para brigar. Faço uma espécie de rinha entre o Diabinho e o Anjinho, e fico fomentando os dois, pra ver quem ganha. O Lawerêncio que há em mim manifesta-se em tempos de intensa elucubração mental, onde planejo as coisas, e trabalho para que os “projetos” ( e nisso eu incluo áreas da vida pessoal , em aspectos comportamentais que gostaria de mudar ) saiam do plano mental para o mundo real e concreto. Nesses momentos, tudo é positivismo, pragmatismo e otimismo.
O ser mais pessimista e negativo assume o controle quando o bonde desanda e tudo vai , digamos, para as “pica”. Quando a imensa e gorda ruminante atola no pântano. Tal qual o Smeagol de Tolkien, começo a adquirir um tom soturno e macambúzio, maldizendo o azar, a vida e a própria natureza. Quero o meu Precioso, que se foi, pra sempre, roubado por um hobbit gorducho e safado. Não fosse eu um materialista nato, deixaria o Smeagolzinho olhar para as alturas e, cerrando os punhos em direção ao Criador, vociferaria em tom desafiador:
- Ei, Você!!!!! Vai tomar no cú!!!!!!
Na verdade, eu já fiz isso. Um dia desses, em que voltava pra casa a pé e fui surpreendido por uma chuva de verão, comecei a mentalmente a desafiá-lo:
“ Vai, Senhor, manda um raio pra cima de nói... Duvido que Você faria isso... Duvido!!! Vai, Senhor, olha só, vou passar bem pertinho dessa árvore, hein ... manda aí um raio bem louco pra cima de nói, Senhor!!!!!!!!!!”
Sei que isso soa herege e ofensivo para os confrades mais religiosos ou mesmo aos que não são praticantes porém acreditam piamente em um “ser superior” e, por isso, apresso-me aqui em me desculpar pelas palavras ríspidas do Gollum que habita as minhas entranhas e nem sempre pode ser controlado. Sei que isso soa meio esquizofrênico, mas é a mais pura realidade. Vivo em um eterno conflito existencial entre o Gollum e o Lawrêncio, com a cíclica alternância de domínio e influência sobre o meu espírito entre ambos. Por esses dias, senti que isso é real, mais do que nunca.
Explico melhor, para os que conseguiram chegar até aqui.
Lá estava eu , numa dessas tardes de ócio de janeiro, conversando com um velho conhecido, putanheiro e abastado, que, notando o meu ar de relativo abatimento e desânimo, mandou a seguinte sugestão:
- Vá meter, negão. Pegue aí uma vadia de responsabilidade, que saiba o seu lugar na sociedade, e soque a rola nela. Não existe tratamento mais eficaz para os nossos males do que uma boa chupança, guri.
Nesse momento, tive um daqueles insights que sugerem uma mudança de estado de espírito como a que eu sugeri acima, ou seja, a saída de cena do Smeagol para a entrada do Lawrêncio, e visualizei , em minha mente, uma imensa luz , tão longínqua quanto benfazeja; e me senti como o imediato que, no mastro de observação de uma nau em meio a uma tormenta dos infernos, avista a luz de um farol ao longe e grita, para alívio da tripulação abaixo , que urra em êxtase:
- Esbóóóóóóóóóóóóóóóórnia à vistaaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E, resoluto, não relutei em concordar com a sábia recomendação de meu camarada e logo tratamos de marcar uma excursão a algum antro pecaminoso para os próximos dias.
- É issa aê, mano. Tou fudido, mas não estou morto.
Vou-me ligeiro para Pasárgada, passear por suas graciosas alamedas, repletas de pecado e paz, enquanto é tempo e tenho saúde para isso. Lá, sou amigo do Rei. Lá, locupleto-me todo e reúno as forças necessárias para lidar com o demônio, aqui no inferno.
De lá, volto outro.
Até quando der.
Quem, ou o quê é essa porra ?
Pensamentos profundos assolam a mente desse pobre e inativo putanheiro.
Quem somos nós? De onde viemos? Para onde vamos?
Por que tenho eu que me lascar com a crise no mercado imobiliário dos ianques?
Porque não se combate o desmatamento na Amazônia?
O Corinthians vai, um dia, ter um estádio pra chamar de seu? Vai ganhar a “Libertadora”? Mano vai conseguir dar um padrão de jogo para o time?
Imagino o Destino como um ser sádico que habita algum lar celestial em meio às nuvens, com uma túnica branca e uma longa barba encanecida, sentado em seu etéreo trono meditando a melhor maneira e o momento certo de foder com a vidinha medíocre dos pobres mortais, que se aglomeram entre o lodo e vivem em meio às sujeiras e “covardias” do sistema...
Algum roteirista emo de oliúde prefiriu imaginá-lo como um ser inquieto e basbaque, que toma o corpo de um Brad Pitt qualquer para vivenciar a metelança dos pobres mortais, agarrando as delicinhas (inclusive a filha de um magnata do ramo das comunicações desenganado ) que vê pelo caminho, com seu ar misterioso e puro; e , entre colheradas de manteiga de amendoim, não se faz de rogado na hora de passar o vergalho na cidadã sensível e vulnerável toda facinha na piscina da mansão... Nesse momento, ali, no escurinho do cinema, perguntei-me como seria se o roteirista tivesse imaginado o “destino” tomando o corpo de um mané de meia idade, endividado , casado com uma mulher feia e sem ter onde cair morto... seria um filme de suspense dos bravos ou um “terrir”, no melhor estilo Ivan Cardoso...
Há quem acredite que a vida é, além de um vai e vem de bucetas, um jogo de cartas marcadas, o “maktub”; por outro lado, há os lawrêncios da Arábia, que sustentam que o destino nada mais é do que o resultado de nossas próprias escolhas e do trabalho em si, sendo a nossa própria determinação e vontade que ditam o tom de nossos dias no presente e no futuro. Nada está escrito, você é o senhor do destino; ou, pelo contrário, quando “chega a tua hora” malucão, chama os hómi de branco e fica frau, que já era, mano.
Há um pouco de cada uma dessas personas habitando o âmago do meu ser desde que passei a meditar sobre a vida, como ela é. E sobre os mistérios de nossa existência fútil. Conscientemente, percebo que os coloco para brigar. Faço uma espécie de rinha entre o Diabinho e o Anjinho, e fico fomentando os dois, pra ver quem ganha. O Lawerêncio que há em mim manifesta-se em tempos de intensa elucubração mental, onde planejo as coisas, e trabalho para que os “projetos” ( e nisso eu incluo áreas da vida pessoal , em aspectos comportamentais que gostaria de mudar ) saiam do plano mental para o mundo real e concreto. Nesses momentos, tudo é positivismo, pragmatismo e otimismo.
O ser mais pessimista e negativo assume o controle quando o bonde desanda e tudo vai , digamos, para as “pica”. Quando a imensa e gorda ruminante atola no pântano. Tal qual o Smeagol de Tolkien, começo a adquirir um tom soturno e macambúzio, maldizendo o azar, a vida e a própria natureza. Quero o meu Precioso, que se foi, pra sempre, roubado por um hobbit gorducho e safado. Não fosse eu um materialista nato, deixaria o Smeagolzinho olhar para as alturas e, cerrando os punhos em direção ao Criador, vociferaria em tom desafiador:
- Ei, Você!!!!! Vai tomar no cú!!!!!!
Na verdade, eu já fiz isso. Um dia desses, em que voltava pra casa a pé e fui surpreendido por uma chuva de verão, comecei a mentalmente a desafiá-lo:
“ Vai, Senhor, manda um raio pra cima de nói... Duvido que Você faria isso... Duvido!!! Vai, Senhor, olha só, vou passar bem pertinho dessa árvore, hein ... manda aí um raio bem louco pra cima de nói, Senhor!!!!!!!!!!”
Sei que isso soa herege e ofensivo para os confrades mais religiosos ou mesmo aos que não são praticantes porém acreditam piamente em um “ser superior” e, por isso, apresso-me aqui em me desculpar pelas palavras ríspidas do Gollum que habita as minhas entranhas e nem sempre pode ser controlado. Sei que isso soa meio esquizofrênico, mas é a mais pura realidade. Vivo em um eterno conflito existencial entre o Gollum e o Lawrêncio, com a cíclica alternância de domínio e influência sobre o meu espírito entre ambos. Por esses dias, senti que isso é real, mais do que nunca.
Explico melhor, para os que conseguiram chegar até aqui.
Lá estava eu , numa dessas tardes de ócio de janeiro, conversando com um velho conhecido, putanheiro e abastado, que, notando o meu ar de relativo abatimento e desânimo, mandou a seguinte sugestão:
- Vá meter, negão. Pegue aí uma vadia de responsabilidade, que saiba o seu lugar na sociedade, e soque a rola nela. Não existe tratamento mais eficaz para os nossos males do que uma boa chupança, guri.
Nesse momento, tive um daqueles insights que sugerem uma mudança de estado de espírito como a que eu sugeri acima, ou seja, a saída de cena do Smeagol para a entrada do Lawrêncio, e visualizei , em minha mente, uma imensa luz , tão longínqua quanto benfazeja; e me senti como o imediato que, no mastro de observação de uma nau em meio a uma tormenta dos infernos, avista a luz de um farol ao longe e grita, para alívio da tripulação abaixo , que urra em êxtase:
- Esbóóóóóóóóóóóóóóóórnia à vistaaaaaaaa !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E, resoluto, não relutei em concordar com a sábia recomendação de meu camarada e logo tratamos de marcar uma excursão a algum antro pecaminoso para os próximos dias.
- É issa aê, mano. Tou fudido, mas não estou morto.
Vou-me ligeiro para Pasárgada, passear por suas graciosas alamedas, repletas de pecado e paz, enquanto é tempo e tenho saúde para isso. Lá, sou amigo do Rei. Lá, locupleto-me todo e reúno as forças necessárias para lidar com o demônio, aqui no inferno.
De lá, volto outro.
Até quando der.