O que é HPV?
Os papilomavírus humanos (HPV) são vírus da família Papovaviridae (Fig. 1), capazes de induzir lesões de pele ou mucosa, as quais mostram um crescimento limitado e habitualmente regridem espontaneamente. Existem mais de 200 subtipos diferentes de HPV, entretanto, somente os subtipos de alto risco estão relacionados a tumores malignos.
Quais os tipos de HPV com risco de câncer?
Os HPV são classificados em tipos de baixo e de alto risco de câncer. Assim, os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção de tumores malignos. Os vírus de alto risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros) têm probabilidade maior de persistir e estar associados a lesões pré-cancerígenas.
Todos os tipos de papilomavírus podem se transformar em um tumor maligno?
Não. Os tipos mais comumente associados às verrugas (6 e 11), na sua grande maioria, não são os mesmos encontrados nos tumores malignos.
O que é a vacina contra o HPV?
Dentre as vacinas em desenvolvimento para prevenir a infecção por HPV, a única liberada para comercialização nos Estados Unidos é quadrivalente, ou seja, previne contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais, e contra os tipos 16 e 18, de alto risco de câncer do colo do útero e presentes em 70% dos casos.
Como ela funciona?
Estimulando a produção de anticorpos específicos para cada subtipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a sua presença destes anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo.
Como ela é feita? Existe risco de infecção pela vacina?
Não, não existe. No desenvolvimento da vacina conseguiu-se identificar a parte principal do DNA do HPV que o codifica para a fabricação do capsídeo viral (parte que envolve o genoma do vírus). Depois, usando-se um fungo (Sacaromices cerevisiae), obteve-se apenas a “capa” do vírus, que em testes preliminares mostrou induzir fortemente a produção de anticorpos quando administrada em humanos. Essa “capa” viral, sem qualquer genoma em seu interior, é chamada de partícula semelhante a vírus ( em inglês, vírus like particle – VLP). O passo seguinte foi estabelecer a melhor quantidade de VLP e testá-la em humanos, na prevenção de lesões induzidas por HPV.
Qual o impacto desta nova tecnologia para a política de atenção oncológica e para o SUS?
O Brasil poderá incorporar a nova vacina ao calendário anual de imunização, mas o tratamento completo custa cerca de R$ 820,00 e dura 6 meses. Isso implicará em um processo de negociação com os laboratórios, no sentido de que a sua incorporação ao SUS possa se dar na melhor relação custo-benefício. É fundamental estudar a possibilidade de desenvolvimento de métodos de produção e distribuição da vacina e ter claro que a adoção da vacina não substituirá a realização rotineira do exame Papanicolaou. Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema. Pela diversidade de aspectos e conseqüências envolvidos, é indispensável que se realizem estudos multidisciplinares para avaliação dos impactos técnicos, financeiros e comportamentais.
Qual a garantia de proteção após a vacinação?
A duração da imunidade conferida pela vacina continua indeterminada. Para ser de fato eficaz, em termos de Saúde Pública, ela deveria conferir proteção às meninas e adolescentes por várias décadas mas, até o momento, só se tem alguma convicção de uma proteção de 5 anos. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida no combate ao câncer do colo do útero, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade da doença.
Como os papilomavírus são transmitidos?
A transmissão do Papiloma Vírus Humano (HPV) é por contato direto com a pele infectada. Os HPV genitais são transmitidos por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, colo do útero, pênis e ânus.
Os HPV são facilmente contraídos?
Estudos no mundo comprovam que 50 a 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectados por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas. Porém, a maioria das infecções são transitórias. Na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater de maneira eficiente esta infecção, alcançando a cura, com eliminação completa do vírus, principalmente entre as pessoas mais jovens. Qualquer pessoa infectada com HPV desenvolve anticorpos que poderão ser detectados no organismo, mas nem sempre estes são suficientemente competentes para eliminarem os vírus.
Qual a garantia de proteção após a vacinação?
A duração da imunidade conferida pela vacina continua indeterminada. Para ser de fato eficaz, em termos de Saúde Pública, ela deveria conferir proteção às meninas e adolescentes por várias décadas mas, até o momento, só se tem alguma convicção de uma proteção de 5 anos. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida no combate ao câncer do colo do útero, ainda é preciso delimitar qual seu alcance sobre a incidência e a mortalidade da doença.
A forma como as informações sobre o uso e a eficácia da vacina têm chegado à população brasileira é adequada?
Não. É preciso que fabricantes, imprensa, profissionais e autoridades de saúde estejam conscientes de sua responsabilidade. É imprescindível esclarecer sob que condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção que vêm sendo realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas serão as meninas antes da fase sexualmente ativa, que as mulheres deverão manter a rotina de realização do exame Papanicolaou e que, mesmo comprovada a eficácia da vacina e sua aplicação ocorra em larga escala, uma redução significativa dos indicadores da doença pode demorar algumas décadas.
Em que locais do corpo são encontrados os HPV?
As infecções clínicas mais comuns ocorrem nas regiões genitais como vulva, ânus e pênis. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago. Já as infecções sub-clínicas são encontradas no colo do útero. De fundamental importância é a constatação de que o desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica em outras regiões do corpo, que não genital, é bastante raro.
Como são essas infecções?
As infecções clínicas mais comuns na região genital são as verrugas genitais ou condilomas acuminados, popularmente conhecidas como "crista de galo" (Fig. 2). Já as lesões sub-clínicas não apresentam qualquer sintomatologia, podendo progredir para o câncer do colo do útero caso não sejam tratadas precocemente.
Qual é o risco de desenvolver câncer do colo do útero?
Estudos epidemiológicos têm mostrado que, apesar da infecção pelo papilomavírus ser muito comum (de acordo com os últimos inquéritos de prevalência realizados em alguns grupos da população brasileira, estima-se que cerca de 25% das mulheres estejam infectadas pelo vírus), somente uma pequena fração das mulheres infectadas com um tipo de papilomavírus oncogênico eventualmente desenvolverá câncer do colo do útero (estima-se que esse número seja menor que 10% e em alguns casos inferior até a 3%).
Há algum fator que aumenta o risco de desenvolver câncer do colo do útero?
Há co-fatores que aumentam o potencial de desenvolvimento do câncer genital em mulheres infectadas pelo papilomavírus: número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais, tabagismo, infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).
Como os papilomavírus podem ser diagnosticados?
As verrugas genitais encontradas no ânus, no pênis, na vulva, ou em qualquer área de pele podem ser diagnosticadas pelos exames urológico (pênis), ginecológico (vulva) e dermatológico (pele), enquanto o diagnóstico subclínico das lesões precursoras do câncer do colo do útero, produzidas pelos papilomavírus, pode ser realizado pelo exame citopatológico (exame preventivo de Papanicolaou). A confirmação do diagnóstico pode ser feita por exames laboratoriais de diagnóstico molecular como o teste de captura híbrida e o PCR.
Onde é possível fazer os exames preventivos do câncer do colo do útero?
Postos de Coleta de exames preventivos ginecológicos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis em todos os estados da Federação e os exames são gratuitos. Procure a Secretaria de Saúde de seu município para obter informações sobre o Posto de Coleta mais próximo de sua residência.
Como as pessoas podem se prevenir dos HPV?
O uso da camisinha diminui a possibilidade de transmissão na relação sexual (apesar de não evitar totalmente) e por isso é recomendado o seu uso em qualquer tipo de relação sexual, mesmo naquela entre casais estáveis.
Todos os tipos de papilomavírus podem se transformar em um tumor maligno?
Não. Os tipos mais comumente associados às verrugas, na sua grande maioria, não são os mesmos encontrados nos tumores malignos. Daí a classificação dos HPV em tipos de baixo e de alto risco oncogênico. Assim, os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de serem encontrados em pequena proporção de tumores malignos. Os vírus de alto risco (HPV tipos 16, 18, 31, 33, 45, 58 e outros) têm probabilidade maior de persistir e estar associados a lesões malignas.
Quais os riscos da infecção por HPV em mulheres grávidas?
A ocorrência de HPV durante a concepção não implica obrigatoriamente numa má formação do feto nem impede o parto vaginal (parto normal). A via de parto (normal ou cesariana) deverá ser determinada pelo médico após a análise individual de cada caso.
É necessário que o parceiro sexual também faça os exames preventivos?
O fato de ter mantido relação sexual com uma mulher com infecção por papilomavírus não significa que obrigatoriamente ocorrerá transmissão da infecção. De qualquer forma, em caso de dúvida recomenda-se procurar um urologista que será capaz por meio de uma peniscopia (visualização do pênis através de uma lente de aumento) ou do teste de biologia molecular (exame de material colhido do pênis para pesquisar a presença do DNA do HPV), definir a presença ou não de infecção por HPV.
Que fatores podem acelerar a progressão tumoral dos papilomavírus?
A progressão tumoral a partir da infecção de células normais por HPV (Fig. 3) parece estar condicionada a fatores relacionados ao vírus (subtipo do vírus) e fatores relacionados ao hospedeiro (tabagismo, uso de contraceptivos orais, multiparidade, imunossupressão).
Qual o tratamento para erradicar a infecção dos papilomavírus?
A maioria das infecções é assintomática ou inaparente e de caráter transitório. As formas de apresentação são clínicas (lesões exofíticas ou verrugas) e subclínicas (sem lesão aparente). Diversas modalidades de tratamento podem ser oferecidas, entretanto, cada caso deve ser avaliado pelo médico responsável que adotará a conduta mais adequada (Fig. 4).
Como fica a conscientização da população sobre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) em geral?
Quando se fala de DST, fala-se essencialmente de comportamento, de hábitos e fatores culturais. A notícia da vacina pode afetar as estratégias de conscientização quanto aos cuidados necessários para uma vida sexual segura, caso a idéia força seja a de que quem se vacinou está imune a tudo. Cabe perguntar se as mulheres poderão se sentir desobrigadas do cuidado com a sua saúde e com a de seu parceiro.
Link para Tirar Duvidas: Em caso de dúvida, envie sua pergunta para o
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Link tirado as informações:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=327
Mirko da uma linda que acho que ajuda.