Meu passamento foi um tanto quanto abrupto. Tive um infarte fulminante, no meio de uma relação sexual, exatamente no momento em que atingia o orgasmo.Lembro-me de estar comendo o cu de uma mulata de lábios carnudos , de estar socando-lhe o vergalho com uma incontida veemência, enquanto ouvia a ratazana urrar, de dor ou de prazer; aliás, a razão de seus urros pouco importava para mim, já que aquele cu enorme estava me custando uma fortuna.
De qualquer forma, já havia sido advertido pelo meu médico, poucos dias antes, do risco que esse tipo de atividade poderia acarretar para o meu velho e surrado coração, que já tinha duas safenazinhas. Do alto de meus 73 anos, porém, nunca tinha conseguido resistir à tentação de comer um imponente, macio e saboroso cu. Deparei-me com aquela maravilha na Piços, uma boate de quinta categoria que ficava perto de casa. Naquele fatídico dia, uma terça feira nublada, disse para a velha que iria jogar cartas com meus amigos sexagenários Gastão, Ranulfo, Raskolnikov e Mendoncinha. Na verdade, eram realmente meus parceiros de cartas, mas nunca as terças. Apenas as quintas, na casa do Mendoncinha. Quando saía de casa às terças, meus parceiros eram outros. Ou melhor , outras. A velha não parecia desconfiar de nada, mas, mesmo que desconfiasse, naquelas alturas do nosso casamento, isso era o que menos lhe importava. Na verdade, acho até que ela fizesse gosto em que eu jogasse cartas todos os dias, pra ver se ficava livre das minhas manias e da minha tosse por algumas horinhas.
Mas como eu ia dizendo, foi dessa forma que acabei fazendo a passagem para o outro mundo. No meu caso, me lembro de estar sentindo um enorme prazer, que , gradativamente, passou a ser substituído por uma agonia, até ser acometido por uma forte falta de ar e uma aguda dor no peito. Devo ter caído por cima da puta, já que estava a comendo de quatro. Mas o fato é que, depois de perder os sentidos , fui acordar num leito do que parecia ser um hospital. Parecia que estava acordando de um sono profundo. Quando despertei, naquele recinto, naquela cama , com aqueles lençóis brancos, naquele quarto todo branco, imaginei estar em alguma sala acanhada de um pronto socorro. Mas alguma coisa não se encaixava: da outra vez, me lembro de ter acordado sentindo ainda uma certa dor e de estar cheio de tubos e de ter um monte de máquinas e tudo mais. Ali, sentia apenas um pouco de cansaço, e mais nada. Não havia máquinas, nenhum tipo de parafernália monitorando meus batimentos cardíacos. E a velha, também , não estava lá; não fazia o menor sentido, em suma. Que plano de saúde mais filho da puta, esse que eu pagava!
Logo , porém, a porta se abriu e entrou no quarto um cidadão, careca, de meia idade , com um brinco de argolas relativamente grande, um rabo de cavalo bem comprido e uma fisionomia sorridente. Tinha um aspecto jovial e uma voz suave.
- Como está passando o nosso novo amigo? Está com uma aparência muito melhor do que a de dois dias atrás!
Estremeci. Fiquei dois dias de molho naquele pardieiro!
- Onde está a minha mulher? Porque não me internaram no mesmo hospital em que fui operado pela última vez? O Doutor Wilfred já sabe do que me aconteceu?
- Relaxe, amigo. Sua esposa não está aqui. O Dr. Wilfred, tampouco. Mas podemos, já que você apresenta um quadro bem melhor, já agendarmos algum tipo de atividade para o período vespertino. Pronto para alguma atividade física, meu rapaz? O que você gostaria de fazer?
- "Meu rapaz", essa é boa... Respondendo a sua pergunta, gostaria de cair na putaria... embora não ignore que vocês, médicos , nunca iriam concordar com isso. Escute, permita que eu dê um telefonema para a Ofélia, já que eu preci...
- Dimas, você está em outro plano agora. Um lugar sem telefones... email... fax... celular! Não temos nada disso aqui! Você morreu! Nesse momento da sua existência, você vai precisar se readaptar ao plano em que está o seu espírito . Precisa ser forte para poder cumprir seus deveres aqui em nossa nova morada!
Naquele momento, tive flashes dos meus últimos momentos. E que momentos!
- Hum... agora estou me lembrando... foi aquele cu...
- E que cu era aquele , hein, Dimas! Seu manganão! – observou com um sorriso malicioso, dando um tapa nas minhas costas.
- Escute, a sua forma de falar não me agrada. – disse, sério. - Imagino que deveríamos estar falando em outras coisas aqui. Por exemplo, sobre o progresso dentro da minha existência espiritual, para um plano superior, ou de todas as escalas espirituais que devo percorrer até chegar a plenitude espiritual, onte tudo é...
- Chato pra caralho!!!!!!! - exclamou, piscando o olho.
- Escute,meu rapaz. Estás um pouco mal informado sobre como as coisas realmente funcionam, depois que um fulano qualquer bate com as botas. Sabe, quando realmente abotoamos o paletó de madeira, a nossa alma acaba sendo atraída para o quadrante adequado, de acordo com os nossos níveis pecaminosos de energia. Há uma imensa gama de quadrantes. Alguns são abduzidos para o Lar dos Psicóticos, onde todos tem manias esquisitas e olhares perturbadores ; outros para o Lar dos Corruptos, onde podem sacanear uns aos outros pela eternidade afora; outros para o Lar dos Pederastas, onde todos comem uns aos out...
- Acho que eu já entendi, amigo. Pelo que pude ouvir até esse momento, devo estar no Lar dos putanheiros ou dos compulsivos sexuais, ou mesmo dos Ricardões...
-Não!
- Mas, como é que pode... pelo que pude entender da sua descrição dos outros...lares... nesse lugar a gente...?
- Aqui, todo dia é dia de metelança, meu veio. A fornicação é nosso principal passatempo, por essas paragens! Aliás, é para isso que estou aqui. Pra dizer que, se você achar que está pronto, está liberado para ir, daqui a pouco, encontrar uma ou duas vadias e trepar com elas pelo tempo que quiser,desde que as faça gozar.
- Bem, então vamos ver como isso funciona e é pra já!!!!!!!
- Calma, Dimas, primeiro eu preciso te explic...
- Bora foder, chefia. Já conversamos demais, né?
- Primeiro você precisa se familiarizar com algumas coisas. As putas aqui, são um pouco ... diferentes das putas do plano terreno... Isso pode ser um pouco difícil pra você no início, mas tenho certeza que, com o passar das eras, você vai acabar se acostumando com elas...
- Então não são putas! Pra comer uma puta, basta pagar! Para depois foder! Algumas vezes, foder, e depois pagar!
- Aí é que está, Dimas. Não há dinheiro aqui. Não há cartão de crédito. Não há cafetina que lhe diga quem você pode comer, ou não. Não há photoshop que possa corromper a aparência de nossas perdidas raparigas. Não há site em que você marque um coito com a Angelina Jolie e se depare, em um flat vagabundo qualquer, com a Regina Casé loira! As quengas por aqui estão ao nosso bel prazer, por estarem sendo... castigadas pela sua conduta na Terra. Cada vez que um de nós as come, uma parte de seus pecados é mitigada.
- E...?
- Como eu ia dizendo, elas tem algumas diferenças em relação às putas do plano terreno. Esqueça o padrão de beleza de lá, ao qual está acostumado. Como, por exemplo, o da mulata de chapinha que você sodomizava, antes de fazer a passagem. As nossas putas cobram de outra forma. Eram , na Terra, as mulheres que corneavam os maridos, enganavam os namorados, davam para os chefes em troca de promoções, seduziam os enteados. São putas aqui, não eram putas na Terra. Eram vacas, galinhas, piranhas, ordinárias que davam de graça, apenas pelo prazer de dar. Nesse plano, são castigadas, sendo sodomizadas pela eternidade afora pelos, os... hã... cornos da Terra.
- Cornos? Que conversa é essa ,amigo? Não somos os putanheiros? Os sexualmente compulsivos? Os ...
- Cornos, antes de qualquer coisa. Vocês são os cornos. – disse , novamente.
Fiquei em silêncio, meditando em certas reminiscências de minha vida de casado e atinando , naquele momento de revelação sombrio, com certas peculiaridades do comportamento de Ofélia.
- Ordinária...
- Escute Dimas, permita-me continuar a te explicar como funcionam as coisas oor aqui, depois você pergunta o que quiser , certo? Esta é o objetivo de nosso conversa. Estou aqui pra te orientar , para que faça as coisas da maneira correta. Todos vocês, nossos queridos hóspedes, têm a cota de seis putas por dia.
- Seis putas!
- Sim. É a cota. Se você quiser comer mais de seis, basta falar comigo. Mas isso nunca acontece. Na verdade, a maioria sofre bastante pra cumpri-la.
- Porque?
- Porque as putas todas aqui são ordinárias, fedidas, e incansáveis. Além do mais, tem essa diferença anatômica, que causa um certo... espanto , para os marinheiros de primeira viagem... Elas têm um seio apenas, com uma ligeira penugem cobrindo o mamilo. Têm um terrível mal hálito e dentes maiores e mais afiados do que as mulheres terrenas, o que causa algum desconforto na hora do sexo oral. Que, aliás, é obrigatório.
Notei que, enquanto ele falava, o quarto foi mudando de cor. Passou a adquirir um tom avermelhado. Comecei a sentir um certo calor. E uma sensação de estar comprando um automóvel com defeito.
- Meu Deus...
- O que você disse? – perguntou, com uma expressão estranha no rosto.
- Nad- da...
- Como eu ia dizendo, falava sobre a anatomia das vadias daqui. O principal é saber sobre a buceta e o cu de nossas pervas, meu caro. São mais apertados do que os que você já penetrou e muito mais quente do que os que você conhecia e gostava tanto. Mesmo que cause algum incômodo, é essencial que você meta bem forte, até que faça todas as seis vadias gozarem. A secreção vaginal delas pode, também , causar alguma reação ao seu pau, já que tem um teor um pouco ácido...
- Ácido? Como pode ser uma coisa dessas?
- Não esquenta, Dimas. Você só precisa se concentrar, fazer as feinhas gozarem e depois está livre para poder descansar até o dia seguinte, está certo? – enquanto falava, era possível agora detectar um tom de escárnio em sua voz. E o quarto estava, definitivamente , muito quente. E não havia mais o tom branco, mas sim o vermelho alaranjado. E um cheiro forte de enxofre no ar...
- Bem, é isso. Já são duas horas, e pelo que me diz respeito, se você quiser, pode descansar até amanhã. Se precisar de mim, basta me chamar , dar um grito que eu venho logo.
Fiquei parado, desanimado, e apenas pensei , com meus próprios botões, a seguinte pergunta. “ E vou chamar por quem, com todos os diabos?”
- Vai chamar pelo meu nome, Dimas.
Seu rosto agora era risonho, galhofeiro e ...cruel.
- Seu nome...- balbuciei.
- Sim. Por qualquer um deles. Reconheço que são muitos - disse, sorrindo, enquanto caminhava, balançando o rabo, até a porta do quarto, que agora ardia em chamas.
De qualquer forma, já havia sido advertido pelo meu médico, poucos dias antes, do risco que esse tipo de atividade poderia acarretar para o meu velho e surrado coração, que já tinha duas safenazinhas. Do alto de meus 73 anos, porém, nunca tinha conseguido resistir à tentação de comer um imponente, macio e saboroso cu. Deparei-me com aquela maravilha na Piços, uma boate de quinta categoria que ficava perto de casa. Naquele fatídico dia, uma terça feira nublada, disse para a velha que iria jogar cartas com meus amigos sexagenários Gastão, Ranulfo, Raskolnikov e Mendoncinha. Na verdade, eram realmente meus parceiros de cartas, mas nunca as terças. Apenas as quintas, na casa do Mendoncinha. Quando saía de casa às terças, meus parceiros eram outros. Ou melhor , outras. A velha não parecia desconfiar de nada, mas, mesmo que desconfiasse, naquelas alturas do nosso casamento, isso era o que menos lhe importava. Na verdade, acho até que ela fizesse gosto em que eu jogasse cartas todos os dias, pra ver se ficava livre das minhas manias e da minha tosse por algumas horinhas.
Mas como eu ia dizendo, foi dessa forma que acabei fazendo a passagem para o outro mundo. No meu caso, me lembro de estar sentindo um enorme prazer, que , gradativamente, passou a ser substituído por uma agonia, até ser acometido por uma forte falta de ar e uma aguda dor no peito. Devo ter caído por cima da puta, já que estava a comendo de quatro. Mas o fato é que, depois de perder os sentidos , fui acordar num leito do que parecia ser um hospital. Parecia que estava acordando de um sono profundo. Quando despertei, naquele recinto, naquela cama , com aqueles lençóis brancos, naquele quarto todo branco, imaginei estar em alguma sala acanhada de um pronto socorro. Mas alguma coisa não se encaixava: da outra vez, me lembro de ter acordado sentindo ainda uma certa dor e de estar cheio de tubos e de ter um monte de máquinas e tudo mais. Ali, sentia apenas um pouco de cansaço, e mais nada. Não havia máquinas, nenhum tipo de parafernália monitorando meus batimentos cardíacos. E a velha, também , não estava lá; não fazia o menor sentido, em suma. Que plano de saúde mais filho da puta, esse que eu pagava!
Logo , porém, a porta se abriu e entrou no quarto um cidadão, careca, de meia idade , com um brinco de argolas relativamente grande, um rabo de cavalo bem comprido e uma fisionomia sorridente. Tinha um aspecto jovial e uma voz suave.
- Como está passando o nosso novo amigo? Está com uma aparência muito melhor do que a de dois dias atrás!
Estremeci. Fiquei dois dias de molho naquele pardieiro!
- Onde está a minha mulher? Porque não me internaram no mesmo hospital em que fui operado pela última vez? O Doutor Wilfred já sabe do que me aconteceu?
- Relaxe, amigo. Sua esposa não está aqui. O Dr. Wilfred, tampouco. Mas podemos, já que você apresenta um quadro bem melhor, já agendarmos algum tipo de atividade para o período vespertino. Pronto para alguma atividade física, meu rapaz? O que você gostaria de fazer?
- "Meu rapaz", essa é boa... Respondendo a sua pergunta, gostaria de cair na putaria... embora não ignore que vocês, médicos , nunca iriam concordar com isso. Escute, permita que eu dê um telefonema para a Ofélia, já que eu preci...
- Dimas, você está em outro plano agora. Um lugar sem telefones... email... fax... celular! Não temos nada disso aqui! Você morreu! Nesse momento da sua existência, você vai precisar se readaptar ao plano em que está o seu espírito . Precisa ser forte para poder cumprir seus deveres aqui em nossa nova morada!
Naquele momento, tive flashes dos meus últimos momentos. E que momentos!
- Hum... agora estou me lembrando... foi aquele cu...
- E que cu era aquele , hein, Dimas! Seu manganão! – observou com um sorriso malicioso, dando um tapa nas minhas costas.
- Escute, a sua forma de falar não me agrada. – disse, sério. - Imagino que deveríamos estar falando em outras coisas aqui. Por exemplo, sobre o progresso dentro da minha existência espiritual, para um plano superior, ou de todas as escalas espirituais que devo percorrer até chegar a plenitude espiritual, onte tudo é...
- Chato pra caralho!!!!!!! - exclamou, piscando o olho.
- Escute,meu rapaz. Estás um pouco mal informado sobre como as coisas realmente funcionam, depois que um fulano qualquer bate com as botas. Sabe, quando realmente abotoamos o paletó de madeira, a nossa alma acaba sendo atraída para o quadrante adequado, de acordo com os nossos níveis pecaminosos de energia. Há uma imensa gama de quadrantes. Alguns são abduzidos para o Lar dos Psicóticos, onde todos tem manias esquisitas e olhares perturbadores ; outros para o Lar dos Corruptos, onde podem sacanear uns aos outros pela eternidade afora; outros para o Lar dos Pederastas, onde todos comem uns aos out...
- Acho que eu já entendi, amigo. Pelo que pude ouvir até esse momento, devo estar no Lar dos putanheiros ou dos compulsivos sexuais, ou mesmo dos Ricardões...
-Não!
- Mas, como é que pode... pelo que pude entender da sua descrição dos outros...lares... nesse lugar a gente...?
- Aqui, todo dia é dia de metelança, meu veio. A fornicação é nosso principal passatempo, por essas paragens! Aliás, é para isso que estou aqui. Pra dizer que, se você achar que está pronto, está liberado para ir, daqui a pouco, encontrar uma ou duas vadias e trepar com elas pelo tempo que quiser,desde que as faça gozar.
- Bem, então vamos ver como isso funciona e é pra já!!!!!!!
- Calma, Dimas, primeiro eu preciso te explic...
- Bora foder, chefia. Já conversamos demais, né?
- Primeiro você precisa se familiarizar com algumas coisas. As putas aqui, são um pouco ... diferentes das putas do plano terreno... Isso pode ser um pouco difícil pra você no início, mas tenho certeza que, com o passar das eras, você vai acabar se acostumando com elas...
- Então não são putas! Pra comer uma puta, basta pagar! Para depois foder! Algumas vezes, foder, e depois pagar!
- Aí é que está, Dimas. Não há dinheiro aqui. Não há cartão de crédito. Não há cafetina que lhe diga quem você pode comer, ou não. Não há photoshop que possa corromper a aparência de nossas perdidas raparigas. Não há site em que você marque um coito com a Angelina Jolie e se depare, em um flat vagabundo qualquer, com a Regina Casé loira! As quengas por aqui estão ao nosso bel prazer, por estarem sendo... castigadas pela sua conduta na Terra. Cada vez que um de nós as come, uma parte de seus pecados é mitigada.
- E...?
- Como eu ia dizendo, elas tem algumas diferenças em relação às putas do plano terreno. Esqueça o padrão de beleza de lá, ao qual está acostumado. Como, por exemplo, o da mulata de chapinha que você sodomizava, antes de fazer a passagem. As nossas putas cobram de outra forma. Eram , na Terra, as mulheres que corneavam os maridos, enganavam os namorados, davam para os chefes em troca de promoções, seduziam os enteados. São putas aqui, não eram putas na Terra. Eram vacas, galinhas, piranhas, ordinárias que davam de graça, apenas pelo prazer de dar. Nesse plano, são castigadas, sendo sodomizadas pela eternidade afora pelos, os... hã... cornos da Terra.
- Cornos? Que conversa é essa ,amigo? Não somos os putanheiros? Os sexualmente compulsivos? Os ...
- Cornos, antes de qualquer coisa. Vocês são os cornos. – disse , novamente.
Fiquei em silêncio, meditando em certas reminiscências de minha vida de casado e atinando , naquele momento de revelação sombrio, com certas peculiaridades do comportamento de Ofélia.
- Ordinária...
- Escute Dimas, permita-me continuar a te explicar como funcionam as coisas oor aqui, depois você pergunta o que quiser , certo? Esta é o objetivo de nosso conversa. Estou aqui pra te orientar , para que faça as coisas da maneira correta. Todos vocês, nossos queridos hóspedes, têm a cota de seis putas por dia.
- Seis putas!
- Sim. É a cota. Se você quiser comer mais de seis, basta falar comigo. Mas isso nunca acontece. Na verdade, a maioria sofre bastante pra cumpri-la.
- Porque?
- Porque as putas todas aqui são ordinárias, fedidas, e incansáveis. Além do mais, tem essa diferença anatômica, que causa um certo... espanto , para os marinheiros de primeira viagem... Elas têm um seio apenas, com uma ligeira penugem cobrindo o mamilo. Têm um terrível mal hálito e dentes maiores e mais afiados do que as mulheres terrenas, o que causa algum desconforto na hora do sexo oral. Que, aliás, é obrigatório.
Notei que, enquanto ele falava, o quarto foi mudando de cor. Passou a adquirir um tom avermelhado. Comecei a sentir um certo calor. E uma sensação de estar comprando um automóvel com defeito.
- Meu Deus...
- O que você disse? – perguntou, com uma expressão estranha no rosto.
- Nad- da...
- Como eu ia dizendo, falava sobre a anatomia das vadias daqui. O principal é saber sobre a buceta e o cu de nossas pervas, meu caro. São mais apertados do que os que você já penetrou e muito mais quente do que os que você conhecia e gostava tanto. Mesmo que cause algum incômodo, é essencial que você meta bem forte, até que faça todas as seis vadias gozarem. A secreção vaginal delas pode, também , causar alguma reação ao seu pau, já que tem um teor um pouco ácido...
- Ácido? Como pode ser uma coisa dessas?
- Não esquenta, Dimas. Você só precisa se concentrar, fazer as feinhas gozarem e depois está livre para poder descansar até o dia seguinte, está certo? – enquanto falava, era possível agora detectar um tom de escárnio em sua voz. E o quarto estava, definitivamente , muito quente. E não havia mais o tom branco, mas sim o vermelho alaranjado. E um cheiro forte de enxofre no ar...
- Bem, é isso. Já são duas horas, e pelo que me diz respeito, se você quiser, pode descansar até amanhã. Se precisar de mim, basta me chamar , dar um grito que eu venho logo.
Fiquei parado, desanimado, e apenas pensei , com meus próprios botões, a seguinte pergunta. “ E vou chamar por quem, com todos os diabos?”
- Vai chamar pelo meu nome, Dimas.
Seu rosto agora era risonho, galhofeiro e ...cruel.
- Seu nome...- balbuciei.
- Sim. Por qualquer um deles. Reconheço que são muitos - disse, sorrindo, enquanto caminhava, balançando o rabo, até a porta do quarto, que agora ardia em chamas.
Eu não quero morrer tão cedo...
