Tenho uma dúvida de etiqueta que sempre me assola.
Como você bem sabe, não sou o Cardoso, que leva as putas e as purpurinadas para um jantar no Figueira Rubayat. Dependendo das finanças, posso até levá-las a um japonês básico da vida, afinal não existe melhor abridor de pernas e rompedor de reistências que uma boa dose de saquê.
Todavia, o mais usual é que eu leve a locadora de buceta a uma churrascaria rodízio de 15 real, com uma batinha de abacaxi incluída no couvert. De preferência uma churrascaria com organista tocando músicas do Wando que é para compor o ambiente.
O problema é que depois de uma lauta refeição, as carnes teimam em se alojar nos espaços entre os dentes. Eu gosto muito de um lombo ou uma chuleta, mas não me agrada ficar chupando os restos a noite toda. Por outro lado, tem uns pedaços mais resistentes que não saem, mesmo eu utilizando o método aspirador de pó, que faz muito barulho e é pouco eficiente, além do incoveniente de ficar entortando a boca.
A Danuza Leão já disse que palitar os dentes, só trancado no banheiro, sozinho e no escuro. Isso não me agrada porque eu gosto de curtir a carne recuperada, olhar para ela e remastigá-la para depois engolir e no escuro isso é difícil.
Também não gosto de ir ao banheiro passar o fio dental, porque ela pode achar um outro canalha na churrascaria e fugir com ele, talvez até o cara que toca as músicas do Wando.
Pensei em deixar crescer a unha do dedo indicador e apontá-la como a um lápis para servir como palito. Isto seria educado? Faria uma boa composição com a unha grande do mindinho, que eu já uso para tirar cera do ouvido e caçaroto do nariz?
Se for possível, qual a melhor base a utilizar para ela não se quebrar?