Com os detidos na operação foram apreendidos veículos, documentos e cerca de R$ 1 milhão, somando-se cheques, dólares e reais. De acordo com o delegado Ricardo Saade, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, os financiamentos eram adquiridos junto ao banco, com a ajuda de um lobista.
Segundo a PF, ainda há um mandado de prisão a ser cumprido, porque um dos envolvidos está foragido. Entre os detidos estão o diretor executivo de uma rede varejista, servidores públicos de uma prefeitura paulista, lobistas e empresários. Todos tiveram a prisão temporária decretada por cinco dias.
"As pessoas que tinham necessidade de financiamento eram procuradas por um lobista. Ele apresentava essas pessoas a outras que tinham certa influência para a liberação de verbas junto ao BNDES", disse o delegado.
Saade explicou que os interessados em receber os recursos tinham que procurar uma empresa de consultoria, que faria o projeto. Se aprovado, esse projeto o dinheiro era liberado.
Prostituição
Uma casa de prostituição nos Jardins, bairro nobre da capital paulistas, era um dos estabelecimentos usados para lavagem de dinheiro. Os policiais não quiseram detalhar como cada um dos presos atuava no esquema nem mesmo como o dinheiro supostamente desviado era dividido entre eles.
No caso da prefeitura paulista, os empréstimos eram justificados com obras de saneamento básico e reparo de calçadas. Já a rede varejista usaria a verba para expansão de lojas. Saade ressaltou que, até o momento, não há comprovação da participação de funcionários do BNDES no esquema. Ainda de acordo com o delegado, o banco fará uma auditoria para apurar possíveis fraudes nos empréstimos.
A PF segue nas investigações. Até o momento, só há provas materiais de envolvimento na fraude da rede varejista e da prefeitura paulista. A rede teria pedido R$ 220 milhões e a prefeitura, R$ 130 milhões. Nos dois casos, o dinheiro era divido em parcelas. A suspeita é que 4% em cada parcela recebida era desviado. A PF não informou o valor das parcelas nem quantas foram pagas.
Improcedentes
Um dos detidos na operação é o advogado Ricardo Tosto, que teve entre seus clientes o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Tosto faz parte do Conselho de Administração do banco, cujos integrantes são nomeados pelo presidente da República e indicados por ministros de Estado.
No fim da tarde, o Escritório de Advocacia Leite, Tosto e Barros divulgou nota (leia a íntegra) na qual critica a ação da polícia e afirma que "não há o mais remoto fundamento nas imputações feitas". A nota afirma que as operações em que uma empresa e uma prefeitura "teriam supostamente sido beneficiadas por empréstimos do BNDES aconteceram antes de o advogado Ricardo Tosto integrar o Conselho do banco".
Colaboração
Nesta tarde, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se colocou à disposição da Polícia Federal (PF) para colaborar com as investigações da Operação Santa Tereza. A posição do banco foi divulgada em nota (leia a íntegra).
Entre os presos na operação, está o advogado Ricardo Tosto, que teve entre seus clientes o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP). Tosto faz parte do Conselho de Administração do banco, cujos integrantes são nomeados pelo presidente da República e indicados por ministros de Estado.
Procurada pelo G1, às 13h30, a assessoria de imprensa do advogado não se pronunciou, mas disse que integrantes do escritório de Tosto estão reunidos para se informar sobre a prisão do advogado. A operação foi realizada na capital paulista e no interior de São Paulo.
Prostíbulo
De acordo com as investigações, que tiveram início em dezembro de 2007, os suspeitos mantêm uma casa de prostituição na capital, que teria faturamento alto e traficaria mulheres no país e no exterior.
A Polícia Federal acredita que o prostíbulo se mantém em funcionamento porque seus proprietários oferecem vantagens ilícitas a autoridades e servidores públicos responsáveis pela fiscalização.
BNDES
O esquema de desvio de verbas de financiamento do BNDES foi descoberto ao longo das investigações. A PF informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma quadrilha – composta por empresários, empreiteiros, advogados e servidores públicos – é suspeita de obter empréstimos do banco e desviar parte dos valores em benefício próprio.
O desfalque de dinheiro é justificado ao BNDES com a apresentação de notas fiscais falsas, de serviços de consultoria empresarial que não se realizaram. As investigações indicam também evidências de práticas de licitações fraudulentas em, pelo menos, duas prefeituras paulistas.
NOTA : Alguém sabe o nome da casa que foi fechada ?
Link: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0 ... 05,00.html