Sou fã dele de muito tempos já tive a honra de ver o cara pessoalmente quando fui para o Rio de Janeiro... Teve um encontro só de funcionários de bancos, ele trabalhava como eu em Banco ele trabalhava no Banco do Brasil, muito legal e comunicativo almocei com cara... Difícil o pessoal entender a profundidade das letras que ele faz, e de um valor cultural muito enorme, o que ele faz o Lord Byron fez.... Olhe só um poema do mesmo e uma letra de Rogério o cara não é loco e porta mórbido.
Versos Inscritos numa Taça Feita de um Crânio
Não, não te assustes: não fugiu o meu espírito
Vê em mim um crânio, o único que existe
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste.
Vivi, amei, bebi, tal como tu; morri;
Que renuncie e terra aos ossos meus
Enche! Não podes injuriar-me; tem o verme
Lábios mais repugnantes do que os teus.
Onde outrora brilhou, talvez, minha razão,
Para ajudar os outros brilhe agora e;
Substituto haverá mais nobre que o vinho
Se o nosso cérebro já se perdeu?
Bebe enquanto puderes; quando tu e os teus
Já tiverdes partido, uma outra gente
Possa te redimir da terra que abraçar-te,
E festeje com o morto e a própria rima tente.
E por que não? Se as fontes geram tal tristeza
Através da existência -curto dia-,
Redimidas dos vermes e da argila
Ao menos possam ter alguma serventia.
Esse é um verso de Lord Byron outro fã meu gosto muito de poesia mórbida...
Tinha 25 anos de amores e sonhos,
Você era pra mim o meu drops de anis, alecrim,
Era meu rabo de saia, minha doce amada,
linda, linda, era tudo que eu queria,
Rosa e jasmim.
Mas o tempo foi passando,
o tempo é louco, o tempo é todo tempo,
o tempo come o tempo, chegamos ao fim.
Te vi nos braços de um outro, revirei na cama,
passei a noite em claro,
mas no fim das contas, eu descobri:
Moto-serra, moto-serra,
Era a peça que faltava no meu quarto de dormir,
Moto-serra, moto-serra,
Hoje entendo porque tu olhavas tanto pro jardim.
Fui serrando os seus pezinhos que eram para mim
a coisa mais bonita que eu nunca esqueci, prossegui.
Serrei suas duas mãos que eram diamantes
E quando rezavam pareciam conchas de marfim.
Serrei suas duas pernas, os seus dois bracinhos,
Você ficou sendo a Vênus de Millus do meu jardim.
Te serrei por dentro e fora, te serrei no meio,
Restou um toquinho que eu serrei também,
Serrei feliz.
Moto-serra, moto-serra,
Os pedaços manchados de sangue plantei no jardim,
Moto-serra, moto-serra,
Germinaram daqueles pedaços rosas e jasmins.
Rogério Skaylab na minha opinião e um poeta como Byron, Musset, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. Pode ler suas obras que haverá uma semelhança enorme entre suas obras.
"Ao bater com a cabeça contra as paredes, apenas conseguiu galos." [ Alfred Musset ]
"Deixo a vida como deixo o tédio." [Álvares de Azevedo]
"Nessa horas de silêncio.
de tristeza e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
cheio de mágoa e de dor,
o sino do companaro
que fala tão alto solitário
com esse som mortuário
que nos enche de pavor."
[Cassimiro de Abreu]
"Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, a inspiração, a pátria,
O porvir de teu pai! - Ah! no entanto,
Pomba, - varou-te a flecha do destino!
Astro, - engoliu-te o temporal do norte!
Teto, - caíste!- Crença, já não vives!
Correi, correi, oh! lágrimas saudosas,
Legado acerbo da ventura extinta,
Dúbios archotes que a tremer clareiam
A lousa fria de um sonhar que é morto!"
[Fagundes Varela]
Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.
Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.
Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.
Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.
[Junqueira Freire]