Artista: Jane's Addiction
Álbum: Ritual de lo Habitual
Ano: 1990
No final dos anos 80, a Internet ainda engatinhava e a velha concepção do "album" perfeito ainda vagueava na cabeça dos amantes do rock. Naquele período o astro de rock era cultuado, discos multiplatinados eram o caminho natural pra uma indústria toda voltada prosegmento do "disco". Artistas como U2, George Michael, INXS, batiam facilmente a barreira das 10 milhôes de cópias vendidas em um único LP. Ao mesmo tempo, a velha atitude rock, ia sendo escamuteada por um mundo pop cada vez mais milionário e organizado. O rock gerado pelas grandes gravadoras era demasiado organizado e o profissionalismo tendia a ser a regra.
Cabia as gravadoras alternativas e a algumas bandas isoladas nas majors, carregar a velha chama anarco-punk, que tanto gerou bons sons. Em 1987, ano do lançamento do discreto primeiro disco do Jane's, os Guns 'n' Roses faziam seu debut, pulverizando todas as paradas e acendendo sobre os amantes do velho hard rock alguma esperança, que a meu ver ficaram restritas ao excelente disco de estréia, "Apettite for Destruction". No ano seguinte, 1988, a trupe de Perry Farrell e Dave Navarro fariam o bom "Nothing's Shocking", combinando uma série de elementos da música alternativa da época como noise, hard rock, indie, música latina e funky, construindo um som altamente suingado. Nessa época, muitas bandas com raízes no hard rock/heavy metal, buscavam adicionar energia ao som, misturando novos ritmos como o funk na música, como foi o caso do Red Hot Chilli Peppers, Bad Brains, King's X, Faith No More, Fishbone, entre outros...
Mas coube ao Jane's Addiction, em 1990, criar a meu ver, ao lado do "Blood Sugar Sex Magik" dos Peppers, o melhor disco deste segmento
fusion do rock. A atmosfera druggy, ligado ao tom épico do disco, fazem de "Ritual de lo Habitual", um dos melhores dos anos 90. A idéia desde a capa, até as letras sujas de heroína e maconha, é fazer apologia ao amor livre, boêmia, diverção e ao abuso sem culpas por drogas. Perry Farrell não hesita em levar o ouvinte a viajar pelos seus delírios poéticos de homem suburbano, da então decadente Los Angeles do final dos anos 80.
Adiconado aos delírios de Farrell, tem-se a habilidade de Navarro em criar riffs incendiários com sua guitarra entupida de efeitos; Eric Avery tocando um baixo distorcido, bem inserido no modismo da época, a la Flea dos Peppers; e o excelente baterista Stephen Perkins completa a banda. Sobre Navarro, ele tocaria posteriormente nos Chilli Peppers e Farrell, que criaria o Porno for Pyros, 3 anos depois, até porque, como toda boa banda que se preze, o Jane's não durou muito depois deste disco seminal.
http://www.youtube.com/watch?v=iAuFgpJ5FxY - Stop - música de abertura que é uma paulada no cú de qualquer puta. Grande trabalho de Navarro.
http://www.youtube.com/watch?v=GyoliZRGc4g - No One's Leaving
http://www.youtube.com/watch?v=bLOhugZqdaQ - Ain't No Right - parece um rolo compressor, uma pena o video oficial nao estar disponivel.
http://www.youtube.com/watch?v=XkDMWJfQXRU - I've Been Caught Steeling - a meu ver a melhor música do disco, a letra é inspiradíssima:
I've been caught stealing
Once when I was 5
I enjoy stealing
It's just as simple as that
Well, it's just a simple fact
When I want something, I don't want to pay for it
I walk right through the door
Walk right through the door
Hey all right!
If I get by, it's mine
Mine all mine...
http://www.youtube.com/watch?v=fu-jgh6r934 - Three Days - uma das músicas épicas do disco...
Para mais informações:
http://www.allmusic.com/cg/amg.dll?p=am ... fexqtgldae