Alexander Dimitrov escreveu:Prezados camaradas do GPguia,
Tenho uma cachorra husky siberiana bem velhinha, chamada Laika. Dei esse nome a ela pela famosa cachorrinha soviética Laika, heroina do proletariado mundial canino, o primeiro animal vivo a orbitar a Terra...mas bem, deixa prá lá, nem é essa a estória que quero contar.
Eu tenho o costume de levar a Laika para mijar e cagar em um terreno meio baldio que tem aqui perto de casa. Como eu a levo três vezes por dia, todo dia, então pode-se imaginar como tem merda da Laika espalhada por todo esse mato, de vez em quando até piso num tolete, aí é aquela paciência para limpar as minhas botas... Bem, foda-se, estou mudando de assunto de novo.
O ponto principal é que um dia estava com ela lá no terreno baldio e vi um puta cogumelão saindo de um dos toletes dela, aí pensei "pô, que massa! achei que essas paradas só crescessem em merda de vaca!" Não pensei duas vezes, catei a porra do cogumelo, vim para casa, triturei a parada, pus na água quente e fiz um chazinho irado... Mandei um caneco cheio para dentro num só gole, misturado com açucar para ficar massa.
Porra, o efeito foi quase que instantâneo. Eu de repente vi que meus braços estavam todos brilhando com uma luz vermelha... Era um lance místico, sei lá, muito louco, tipo uma meditação só que muito mais intensa. Aí de repente eu via na minha frente a Simony do Balão Mágico, ainda criança, que virava e falava muito empolgada:
- Pô, Camarada Alex, que loucura, seu braço tá brilhando todo de vermelho...que viagem alucinante!
- Porra Simony, o que você está fazendo por aqui?!? Você era meu símbolo sexual quando eu tinha 6 anos, me dá um autógrafo aí!!!
- Beleza, Camarada Alex, mas só se você me fizer um fisting com esse teu braço brilhante!
- Porra, Simony, então vê se cresce! Você criança não pode ser, né?!?
Aí ela crescia e virava a Simony adulta, aí eu falava:
- Agora sim!!!
Enfiei meu braço no cu dela até o cotovelo, e ficava metendo e tirando, e gritava:
-Toma sua puta, toma tudo isso aí!!! - e ela urrava de prazer.
Era curioso porque quando meu punho chegava na altura da barriga dela (na minha viagem isso era possível) o brilho vermelho era visível através da pele dela.
Sem contar que os urros dela pareciam uma espécie de música transcedental, que fazia minha consciência ascender até níveis completamente novos de existência...eram como mantras, cara, os urros da Simony na minha viagem. Aí de repente não tinha mais Simony lá, só tinha eu, que estava brilhando todo prateado, o universo se espraiando, o Brejnev tentando dançar polka sob gravidade zero e o Lula com uma cueca samba canção xadrez e cheio de sanguessugas pendurados no corpo e nos membros, caladão, flutuando no meio do nada. Eu estava com a mente muito confusa, acho que por conta do chá. Foi quando percebi que aquele lugar que eu estava era no fim do universo, no vácuo, e que no fim de tudo só tinha sobrado eu, o Brejnev e o Lula com suas sanguessugas flutuando no vácuo. Tentei conversar com o Brejnev, porém, ele estava tão empolgado dançando Polka no vácuo do Universo que me ignorou. Aí eu fui falar com o Lula:
- Pô companheiro Lula, que massa, eu votei em você!
- Vai à merda, cara! Graças a pessoas como você é que meu pau foi cortado! Vai à merda e sai de perto!
- Caralho, Lula! Cortaram teu pau, quando isso?! Como?!
- Foda-se, não estou prá conversa, cai fora.
De repente fiquei pensando em como deve ser triste ficar flutuando sem pau no vácuo, coberto de sanguessugas. Aí fiquei muito, muito deprimido, e quando eu fico deprimido e doidão sinto vontade de quebrar alguma coisa. Ouvi o barulho de vidro se quebrando, aí eu vi milhares de cacos de vidro brilhantes flutuando pelo vácuo e preenchendo todo o universo.
- Pô, que massa, é o Big Bang do vidro, véi! – pensei.
Aí todo o universo estava radiante até a luz se difundir e apagar por completo... Acordei no banheiro, com a testa cortada e o espelho quebrado e cheio de sangue. Foda-se, a única coisa que fiquei com medo foi que acordei no banheiro. Como tenho muita sede quando estou viajando, tenho medo de ter tomado água da privada! Ah, eu congelei o que restou do chá para tomar depois, acho que nunca mais eu vou achar outro cogumelo desses de merda de cachorro.
Atenciosamente,
Camarada Alexander Dimitrov