Há poucos dias, em uma dessas tardes chuvosas, aportei despretensiosamente em um randevu, este que não era nem muito trash, nem muito requintado, pelo menos na minha concepção tosca. Sentei-me em uma poltrona (a única disponível), de onde era possível entrever a sala em que as putas ficavam assistindo à televisão. Pedi uma cerveja, e fui bebendo-a em demorados goles. Quando chegava um putanheiro ao local, como manda o script, as putas apresentavam-se uma a uma, orientadas por um sujeito, que além de exercer a função de segurança no local, também tentava organizar a apresentação, dizendo às putas para quais clientes elas deveriam se apresentar. De repente, um cliente chegou ao local e sentou-se em uma poltrona vaga, quase em minha frente, momento em que o segurança pediu para as putas desocupadas apresentarem-se. Uma delas chegou até a porta, deu uma pescoçada na sala de apresentação e após visualizar o cliente, ela torceu o nariz e disparou ao segurança algo como: “putz, é esse aí mesmo, tem certeza mesmo que é isso aí...avê...tenho que ir lá mesmo?”. O segurança balançou a cabeça afirmativamente. Ela fez uma careta tal que, pensei que nem fosse se apresentar para ele, mas, após hesitar mais alguns segundos, abriu um sorriso e entrou na sala de recepção, dizendo, sorridente, ao sujeito: - oi, eu sou fulana, tudo bem, é um prazer! Ele a cumprimentou, nem imaginando o que se passara instantes antes na porta da sala adjacente. Fiquei pensando, se caso ele a escolhesse e depois, se por alguma obra do acaso, indiretamente, ele viesse a tomar conhecimento da opinião verdadeira dela em relação a ele, será que ele brocharia, ficaria fudido ou passaria incólume pela situação, comendo-a e apertando o botão do foda-se? Certamente, um putanheiro resolvido vivenciaria a última opção, pensei. Então, após mais uns goles de cerveja, coloquei-me por instantes no lugar do cara e a conclusão mais coerente foi que da mesma forma que aconteceu com ele, poderia ter sido comigo, ou melhor, quantas vezes aquilo poderia já ter ocorrido comigo também? Pensei, não deveria ser brochante, pois se vou ao puteiro apenas para trepar com uma desconhecida, sem ao menos intencionar saber onde ela mora ou como se chama, por que seria tão brochante a cena que eu acabara de presenciar? Esses pensamentos ainda perturbavam a minha mente podre, até que, com o puteiro já bem mais vazio, ouvi um pouco do diálogo entre duas putas, as quais comentavam sobre o quão feios e estranhos eram alguns clientes que freqüentavam o local. Elas pareciam assustadoramente sinceras, tanto as duas últimas como aquela uma que citei anteriormente. Tenho certeza que nenhuma delas percebeu que eu as tinha ouvido, eis que eu bebia, olhava para o televisor e, esparramado na poltrona, deveria estar com cara de bebum alienado.
No frigir dos ovos, isso tudo foi realmente brochante para mim, que terminei minha cerveja, desisti de trepar e, após ganhar a rua, fui gastar meu dinheiro em um botequim sujo próximo ao local. Lá, fiquei pensando que não sou um putanheiro lá muito resolvido, pois além de ir ao puteiro com o intuito de alugar uma buceta por alguns minutos, talvez eu também queira comprar um pouco de ilusão, nem que seja a ilusão de não entrar em contato com o que existe “além da sala de apresentação”.
No frigir dos ovos, isso tudo foi realmente brochante para mim, que terminei minha cerveja, desisti de trepar e, após ganhar a rua, fui gastar meu dinheiro em um botequim sujo próximo ao local. Lá, fiquei pensando que não sou um putanheiro lá muito resolvido, pois além de ir ao puteiro com o intuito de alugar uma buceta por alguns minutos, talvez eu também queira comprar um pouco de ilusão, nem que seja a ilusão de não entrar em contato com o que existe “além da sala de apresentação”.
Mulher é tudo igual só muda de endereço...
Boa FucaBala, mais ou menos o que eu faço.