thunderdogstyle escreveu:Quinta - Feira, 4:48 am. Acordo, olho para o lado e vejo o vazio em minha cama. Já faz um tempo que o lado esquerdo da minha cama está sem habitante.
Aquele dia, no bar, a conversa entre eu e a minha amada não conseguiu evitar o inevitável. Sem chance, não teve mais volta. A minha amada, agora ex-amada, não conseguiu me convencer do contrário. Estou envolvido demais com a dama Ellen.
Em minha volta, só há caixas e mais caixas. Estou de mudança. Fim de uma história na minha vida. Estamos disfazendo do nosso ninho de amor.
No canto, encontro uma caixa com os pertences da minha ex-amada. Ela ainda vem buscar a última caixa. Dou um sorriso, nem sei porque. Nessa caixa, contém algumas roupas. Imediatamente, lembro dessas roupas no corpo da minha ex-amada. Dos momentos que essas roupas fizeram parte de nossa história. Lembro de tê-la amado com essas roupas. Foi bom enquanto durou.
Um pouco mais conformado com a situação e aprendendo a cada dia lidar com o meu sentimento, resolvo me encontrar com a dama Ellen novamente.
Desta vez, resolvo fazer algo diferente. Ligo para a dama Ellen e pergunto se ela está disposta a almoçar comigo. Quero me desculpar por ter recusado de almoçar com ela da outra vez. Ela aceita com a mesma disposição em tudo que ela faz.
Já era difícil de eu me concentrar no trabalho desde que a conheci, hoje se tornou impossível.
Não via a hora de chegar o momento.
Meu sócio percebeu o meu agito. Ele pergunta oque está acontecendo. Ele pensa que eu estou triste pelo término do meu namoro com a minha amada. Na realidade, estou triste pelo término de um relacionamento que nem teve começo. Nem tive a chance de experimentar.
A hora finalmente chega. Me desloco para o mesmo lugar de sempre. Entro no apartamento e fico aguardando a minha razão de viver chegar.
O celular toca. É ela. Meu coração bate forte. Só de atender o chamado da Ellen já sinto um arrepio, a minha nuca fica gelada.
Ela, com aquela voz que me deixa louco, me pergunta o que eu quero fazer primeiro. Ela me pergunta se ela será a sobremesa ou o prato principal. Damos risadas. Eu sinceramente não estou no clima para esse tipo de trocadilhos. Não consigo mais tratar a dama Ellen como mulher objeto. Ela é a mulher que eu amo e respeito.
Ignorando isso, respondo que quero almoçar primeiro. Digo que quero ir à um shopping próximo dali onde estamos. Eu queria ir de táxi, mas ela fez questão de ir dirigindo. Não discuti. Aliás, eu sempre perco para ela nas decisões. Ela sempre me vence.
Desço e encontro o seu carro. Entro, nos cumprimentamos com um beijo simples, mas delicioso demais, carregado de amor da minha parte. Ela, com aquela alegria, disposição e aquele sorriso que me deixa completamente apaixonado de sempre, me pergunta onde eu quero ir. Respondo e ela começa a consultar o seu GPS, batizado de kkkkkkkkk. Penso comigo, GPS de sorte. Ele tem mais sorte do que eu, por estar sempre com a dama Ellen.
Enquanto ela dirige, fico observando a dama Ellen e começo a sonhar acordado. Sonho em estar dentro desse carro, com a dama Ellen na direção, nos guiando em uma viagem, um passeio, como casal, ou até, como uma família. Minha imaginação fica mais ousada ainda e inclui crianças no banco de trás, ou seja, nossos filhos, frutos do nosso amor. Fico imaginando viajando assim, com a dama Ellen num pôr-do-Sol, aquela brisa do final de tarde batendo nos fios dourados de seus cabelos, acompanhado do seu belo sorriso. A felicidade tão próxima de mim, mas ao mesmo tempo muito distante, quase inatingível.
Ela está linda dirigindo. Lembro como se fosse ontem. A sensação é maravilhosa, inexplicável, é viver realmente. Ela dirigindo, observo uma mulher forte, decidida, corajosa, sem medo de nada, determinada e com espírito de liderança. É bonito demais vê-la dirigindo. Ela guia o carro com o mesmo pulso forte que ela guia a sua carreira e a sua vida. Isso me deixa mais apaixonado por ela.
Chegamos no destino. Descemos do carro e caminhamos em direção do local. Enquanto caminhamos, vamos conversando sobre a vida.
Ela adora comida japonesa, de preferência temaki. Eu odeio comida japonesa, então ela aceita comer um simple sanduiche numa tradicional rede de fast food.
Fizemos os pedidos e sentamos para comer.
Enquanto comemos, começo a sonhar novamente. Fico imaginando essa situação que estou vivendo, todos os dias. Será a rotina mais desejada do mundo. Rotina que eu nunca enjoaria, nunca me cansaria. Sem dúvida, ela é a mulher que eu gostaria de passar o resto da minha vida junto. Queria muito envelhecer ao lado dela. Dividir as minhas conquistas e tristezas, enfim, aqueles velhos e clássicos sentimentos do amor. Num momento, a dama Ellen observa que podemos escrever nas paredes da lanchonete com canetinha. Ela fala que quer escrever também e confessa que vai escrever Thunder & Ellen. Penso, ela não precisa escrever isso na parede, ela já escreveu dentro de mim, no meu coração, na minha alma. Terminamos de comer, tomamos o caminho de volta.
Enquanto caminhamos dentro do shopping em direção ao estacionamento, sinto que a dama Ellen está pouco à vontade de caminhar comigo. Talvez medo de ser vista por alguém. Não comento nada e respeito o sentimento dela.
Voltamos para o local das outra vezes e lhe entrego um presentinho que havia trazido para ela, uma coisa bem simples. Ela pula de alegria, agradece, me abraça e me beija. Eu a beijo timidamente e ela manda eu beijar direito. Mais uma vez eu a obedeço e ficamos beijando um tempo. Na realidade, eu queria dar o mundo à ela. Queria fazer dela a rainha do mundo. Mas não posso, infelizmente. Ligo o meu iPod e ela vai para o banho. Na realidade não era necessário o banho, pois eu não queria transar com ela. Eu prefiro ficar deitado com ela em meus braços, fazendo carinho nela, olhando para ela.
Ela sai do banho e eu vou em seguida, nem sei o porque. Algo vai me guiando automaticamente.
Saio do banho e a dama Ellen está com o presente que eu havia dado em suas mãos. Ela guarda e começa a me abraçar e beijar. Isso me emociona. A emoção é forte demais. É coisa de pele, sei lá. Essa vez foi especial. Entreguei todos os meus instintos e sentimentos por ela na transa. Começamos o nosso ritual banhados pela luz do Sol.
Deito por cima dela, começo a acariciar os seus cabelos e fico observando o seu lindo rosto. Esfrego o meu rosto no dela, esfrego o meu nariz no dela e a beijo como nunca havia beijado alguém. Aperto carinhosamente as suas bochechas, pego em sua nuca e digo palavras de amor em seu ouvido, palavras que nunca havia dito para nenhuma mulher. Ela se esquiva das palavras com a mesma elegância de sempre. Ela diz não acreditar em mim. Fala que estou dizendo da boca para fora. Palavras são armas, por isso, devemos saber usá-las e medi-las. Descanso a minha testa em sua testa e pego em suas mãos. Dou beijos selinhos nela e ela firmemente, pede para eu beijar para valer. Eu obedeço, mas tenho medo de me apaixonar cada vez mais. Ficamos nesse clima de carinhos por um tempo. Fico olhando fixamente em seus olhos, ela não se sente confortável e pede para eu parar. Ela entende que se depender de mim, não sairemos dessa situação. Então ela toma a iniciativa e começa o ritual. Eu não transei com ela, eu fiz amor, como eu nunca fiz com mulher nenhuma nessa vida. Os gemidos da dama Ellen tocam no meu coração, sinto paixão em seu suor. Ela pega na minha mão e aperta bem forte. Nos abraçamos e ela começa a me apertar e acelerar os movimentos anunciando o seu orgasmo, testemunhados pelos fechos de raios solares que penetram nas frestas da cortina. Digo que a amo em seu ouvido e ela diz que não acredita em mim. Abraço a dama Ellen bem forte e deposito todo o meu amor nesse abraço. Foi especial.
Eu não consigo chegar ao orgasmo novamente. A dama Ellen não gosta disso, diz que não é justo ela ter orgasmos comigo e eu não ter orgasmos com ela. Ela diz que chegou ao orgasmo comigo e que por isso, eu tenho que chegar ao orgasmo com ela também. Ela me acusa de eu ter perdido o tesão por ela e que eu não gostava mais dela, por isso eu não conseguia mais ter orgasmos com ela. Se ela pudesse ler o meu coração, ela não ousaria dizer essas coisas. O meu sentimento por ela, já superou o sexo, ele está em outro nível, onde eu nunca estive. Eu não quero orgasmos, primeiro eu quero o seu coração, eu quero o seu amor. Pulamos essas partes em nossa relação.
Terminamos assim mesmo e ela elogia o meu gosto musical.
Ficamos namorando um tempo, até que como sempre a hora dela partir chega. Novamente, o ritual da maquiagem.
Caminhamos até a porta, nos beijamos e caminhamos até o elevador. Mais abraços e beijos e ela vai embora.
Volto para dentro e envioi uma mensagem de amor para o celular dela.
Arrumo as minhas coisas e vou embora para casa. Tenho uma mudança me esperando.
Continua...
Considerações Finais:
300,00 por 2 horas.
A dama Ellen dispensa comentários. A história dela já diz por sí só.
Enquanto isso, vou vivendo a minha vida, e a minha vida, vive a esperança de um dia ficar junto com a dama Ellen.
"Eu te procuro e você pensa
Que eu não me curo dessa doença
Eu não te esqueço, e em toda mulher
Te reconheço num rosto qualquer - qualquer
Por um momento eu perco a razão
E o pensamento vem do coração
E não te chamo, e ainda te espero
Ah eu te amo, ainda te quero
Onde está o que foi feito do amor ?
Que se foi , que fugiu , que passou
Que nos seduziu e nos separou se apagou
Que nos consumiu e nos machucou se acabou
Eu não te vejo mas sinto o gosto
Do teu beijo amargo e doce
E o tempo passa e que é o amor ?
Dia da caça ou do caçador?"
Música: Dia da caça. (Paulo Ricardo)