ElPatrio escreveu: Primeiro: Algum gênio consegue entender o modelo eleitoral norte americano explicando-o de maneira clara e objetiva?
Não precisa ser gênio e nem é complicado. O problema é que a nossa mídia não sabe informar, só sabe fazer fofoca e chamar a população desse país de burra. Mas na minha opinião, o modelo americano é muito mais aprimorado do que o nosso. NO Brasil, um voto do estado do Amapá, por exemplo, que representa pouco em termos de PIB, tem o mesmo valor que o voto de SP ou RS, que possuem muito mais peso economico e populacional. NOs EUA, esse tipo de injustiça não existe.
DA ESCOLHA DOS CANDIDATOS
Os dois partidos possuem delegados distribuidos ao longo do país. Os estados mais densos possuem mais delegados e com isso tem um peso maior. Daí, a chamada
super tuesday, que é o dia de votação nos grandes estados (Califórnia, Texas, Noa York, Florida)...normalmente quem vence nesse dia, fatalmente consegue a candidatura, visto que os outros estados possuem peso menor. Esse ano a Hillary se deu melhor na super tuesday, porém com uma margem muito estreita. É indicado a presidência, o candidato que receber mais indicações dos delegados.
No Brasil, um candidato é indicado da pior maneira possível, quase sempre através de conchavos, toma lá dá cá, picuinhas e acordos escusos. Não há transparência no modelo brasileiro, sem contar que as contribuições são feitas ao léu, sem nenhum tipo de controle. Nos EUA, contribuições aos cadidatos são fortemente controladas, o que inclui cadastro completo dos contribuintes e uma restrição de 2300 doláres a pessoas fisicas.
DA ESCOLHA DO PRESIDENTE
Vence as eleições quem obtiver mais votos no colégio eleitoral. Explico: em 2000 Al Gore obteve mais votos no geral, no entanto, perdeu para Bush no colégio eleitoral. Os estados mais importantes tem mais delegados e com isso maior peso. Nos 50 estados, existem 538 delegados e nomeia-se presidente da república, aquele que obtiver 270 votos ou mais. Mas o estado do Alaska, possui um peso muito menor que o do Texas, por exemplo. Logo, o cara pode ter zero votos no Alaska, mas se vencer por uma margem de apenas 1 voto no Texas, ele terá obtido uma vantagem enorme contra seu oponente, mesmo que esse tenha mais votos na contagem geral.
Em 2000 as eleições forma decididas na Florida. Al Gore já havia vencido Bush na contagem geral, mas dependia da indicação dos delegados da Flórida. Acontece que este estado é um reduto da família Bush e não deu outra. BUsh venceu por uma margem pequena de votos dos cidadãos daquele estado, mas como o peso era grande, foi o suficiente para superar Al Gore.
RESUMINDO: o cidadão vota, mas o peso do estado conta. EStados pequenos não possuem a mesma influencia de estados maiores. Vencer com mais votos da população, não conta e sim, vencer nos estados mais importantes, independente da margem.
Me parece mais justo.
SEm contar que os deputados americanos recebem votos distritais, mas ai, já é outra história...