FETICHE
Sentir as sensações mais intímas numa relação a dois, em que o sexo e o prazer falam entre si, diria que, na minha opinião, estão muito perto de termos aqui uma relação "mágica", em que a fantasia, o feitiço e o nosso imaginário mais primitivo nos levam quase sempre ao mundo simbólico do fetiche.
Muito se fala do fetiche. Mas o que é verdadeiramente o fetiche ? Através do diccionário, verificamos que a palavra fetiche tem origem francesa e significa feitiço. O fetiche é, sobretudo, uma espécie de obcessão por alguma coisa, uma situação, pessoa, ou parte da pessoa. Uma atracção ou fixação incontrolável que dá origem a um prazer intenso. Nem todas espécies de fetiche estão directamente ligados à prática sexual, embora este blog irá se debruçar sobre esta vertente.
Procuraremos a opinião de todos os que se quiserem manisfestar, seleccionando na nossa preferência, os fetiches que estejam sempre relacionados directa ou indirectamente com as pessoas. Os fetiches são vários, desde a parte do corpo das pessoas ( cabelos, pernas, pés, nadegas, mãos, etc ) até objectos utilizados por essas pessoas ( roupas, joias, tatuagens, sapatos, etc).
Temos ainda fetiches originados por situações diversas, desde fazer sexo em locais públicos, dentros dos automóveis, elevadores, entre outros. Sado-masoquismo, voyeur entre outras práticas são ainda consideradas actos de fetiche.
Mas afinal, qual será o fetiche de cada um? O fetiche que todos nós escondemos e que adoraríamos , um dia, poder pratica-lo ?
Fetichismo por vestimentas
Roupas de couro e borracha, sapatos de saltos altíssimos, botas bizarras, espartilhos. Apesar dessas peças extremamente comuns no mundo fetichista serem"populares" há quatro décadas, apenas nos últimos dez anos elas ganharam espaço no guarda-roupa feminino, graças a estilistas renomados como Jean Paul Gaultier, Claude Montana e Gianni Versace (morto em 1997), que as introduziram nas passarelas internacionais.
O fetichismo - em que objetos e peças relativas à figura feminina, como sapatos e espartilhos, são mais valorizados do que o ato sexual em si, chegando a ser cultuados - foi tratado como uma espécie de patologia sexual e mantido no submundo até a década de 60, quando as pessoas, embaladas pela liberação sexual, começaram a reavaliar os comportamentos sexuais.
Não é possível precisar exatamente quando o fetichismo começou. Há duas teorias a esse respeito, ambas baseadas em evidências. A primeira argumenta que o fetichismo existe desde que o mundo é mundo e que se trata de um fenômeno universal, tomando como base, entre outras coisas, a atrofia dos pés femininos na China. A segunda teoria - a mais aceita - sustenta que o fetichismo, como conhecemos hoje, se desenvolveu apenas na sociedade ocidental moderna, tendo surgido na Europa no século 18 e se tornado um fenômeno sexual distinto somente na segunda metade do século 19, quando ocorreu uma espécie de "revolução sexual", durante a qual atividades e comportamentos sexuais tradicionais começaram a evoluir em direção ao padrão moderno.
Foi nessa época, inclusive, que a palavra fetichismo foi pela primeira vez empregada para designar qualquer coisa que fosse irracionalmente adorada. O primeiro a usar a palavra fetichismo com um sentido parecido com o moderno foi Alfred Binet em seu ensaio "Le Fetichisme dans L'amour" (O Fetichismo no Amor), de 1887. A partir daí, o "fetiche erótico" foi adotado por muitos estudiosos de desvios sexuais, como Richard von Krafft-Ebing, que cunhou os termos sadismo e masoquismo.
Domme Morrigan