POINT 63 - ESTRADA PADRE ROSER, 63 - VILA DA PENHA
Dirigindo sem rumo, em busca de algum lugar que nem eu sabia onde, a procura de alguma fêmea que nem eu sabia quem. A minha certeza se limitava a querer me encontrar com o sexo, com alguns momentos do prazer vicioso. Minha fantasia começava ali, deslizando pela Automóvel Clube, pelo caminho que me levaria até a Vila da Penha.
O que é o sexo, além de uma ilusão do corpo e da mente conspirando para a nossa reprodução? Quando um TD não é uma viagem, é um mergulho naquele lago misterioso que chamamos de mulher. Pensando assim, deduzimos que todo TD é fantasioso, mas nenhum TD é uma viagem, o ato sexual é sempre uma submersão.
Meu rádio ia alto, minha mente embriagava-se com as batidas ritmadas, começava a anoitecer, um vapor morno subia do asfalto, o céu tomava ares de um cinza escuro que tentava intimidar. Alcanço o Largo do Bicão e viro na Estrada Padre Roser, avisto o Point 63.
A aparência é de um sobrado, um painel imenso na entrada demonstra que não pretendem discrição, os arredores também concentram muito movimento. Estaciono o Sucatão quase em frente à casa, atravesso a entrada e subo pelas escadas que levam ao local da ação.
A bebida era necessária para desacelerar meu pensamento, peço uma Ice, peço duas Ices, peço a terceira e não havia mais pensamentos, mas uma euforia iluminada que tomou meus olhos.
Ela surgiu da penumbra, confundiu meus sentidos, cheguei a pensar que fosse a original, mas era apenas uma sósia, espantosamente parecida. Tinha um charme intrigante, um ar sexy e usava o mesmo nome da cantora da qual tentava ser cover: Pitty.
Dividimos mais três Ices, neste ponto eu havia deixado a euforia em algum canto e não a encontrava, resolvi substituí-la pelo estado de embriaguez. Eu estava bêbado e, portanto, muito mais feliz!
A bebedeira é uma situação que deforma as lembranças, transforma a memória em pequenos flashes, uma sessão de slides truncados.
Na primeira projeção, estou num quarto pequeno e a Pitty Cover me beija gostoso, esfregando seu corpo no meu. Estava quente, eu suava... Tirei a roupa e ela o que ainda lhe restava para cobrir o corpo... Que corpo!
Branquinha, mignon, seios pequenos e rosados, coxas grossas, bunda redondinha e estufada. Naquele momento, nada pareceu mais suculento para o meu desejo do que a pequena Pitty Cover.
Ela desceu beijando meu tórax, minha barriga, alcançou meu membro e o envolveu com seus lábios. A sensação que tive, talvez um delírio do porre, é que eu havia enfiado o meu pau num forno de microondas e ligado na potência máxima. Meu pinto fermentava na boca da menina!
Puro Rock!
Ela liberta o meu instrumento antes que ele exploda, deita por cima de mim e volta a me beijar, chupa minha língua, lambe meu rosto... Inverto a posição e deito sobre ela. Em alguns minutos e umas quatro tentativas, eu consigo acertar o local onde botar a camisinha. Por favor, tente me dar um desconto, amigo Forista, eu estava embriagado e felicíssimo. A felicidade era tanta que eu meti rindo e suando em bicas, mas meti! Ela me deu uma chave de perna que quase impedia meus movimentos, seu quadril levantava junto com o meu e despencávamos sobre o colchão num balé que muito lembrava o nado sincronizado. Era o nosso mergulho!... Gozei!...
Como o que eu lembro se resume a breves fragmentos, você agora irá me acompanhar descendo cambaleante a escada da Boate, em direção ao Sucatão, que me esperava na calçada.
Ligo o motor e acelero... Onde eu estava? Eu já não sabia ao certo, meu senso de direção estava embaçado....
Procurei o CD, eu sabia que tinha, achei!... A música começa a invadir a cabine do carro. A voz dela vazava pelas caixas de som...
De repente, estou na Av. Brasil! Livre! Encontrei minha bússula!
Saída de emergência!...
http://www.youtube.com/watch?v=5ngztrVxvYI