“o político mais popular da Terra”

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“o político mais popular da Terra”

#1 Mensagem por Tiozinho50 » 24 Set 2009, 08:44

Eu sei que o madruga vai dizer que já existem outros tópicos sobre o presidente LULA, mas um fato como esse merece destaque.


http://www.redebrasilatual.com.br/temas ... a201d/view


Newsweek: Lula é “o político mais popular da Terra”
Um dia depois de elogios do El País, presidente recebe elogios da publicação dos Estados Unidos, que afirma que o brasileiro fez um trabalho espetacular

Por: João Peres

Publicado em 23/09/2009

Lula na abertura da assembleia da ONU (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
“Ele cresceu tão pobre que não conheceu o que era um pão até os sete anos. Essa era a idade de Lula quando ele subiu em um caminhão com sua família de pobres camponeses e todos seus bens para uma viagem de 1900 milhas do sertão nordestino para as favelas de São Paulo”. Assim começa a reportagem desta semana da Newsweek, que frequentemente tem tratado da emergência brasileira e agora não poupa elogios ao presidente Lula.

Lembrando a história do brasileiro, a publicação aponta que ele é a estrela da Assembleia Geral da ONU, realizada esta semana em Nova York. Lembrando a aprovação na casa de 70%, a Newsweek aponta que essa seria uma marca invejável em qualquer lugar, e é ainda mais num continente em que os presidentes são facilmente trocados.

Leia também
>> Os elogios do El País, da Espanha à condição do Brasil e do presidente Lula“Com sua liderança, o Brasil passou a crise global melhor que quase todas as outras nações: nem um único banco quebrou, a inflação está baixa, a economia crescendo novamente”. A reportagem aponta que a Rússia está ficando para trás e o país agora divide espaço com Índia e China na liderança para encontrar o caminho de crescimento global.

Na sequência, trata-se do destino de Lula no pós-governo, lembrando que restam apenas 15 meses para que ele ocupe o Planalto, e “sua sucessora preferida, Dilma Rousseff, tem um nome pouco reconhecido nacionalmente e nada do carisma de seu chefe”.

Destacando o caráter “metamorfose ambulante” do presidente, o texto lembra que ele saiu em defesa de José Sarney quando estouraram as denúncias contra o senador e que, depois de chegar ao Planalto pensando em mudar a condição dos trabalhadores brasileiros, ele agora está consciente do papel de transformação mundial do país.
http://www.newsweek.com/id/215941/page/1

Vejam então o que diz El País:

http://www.redebrasilatual.com.br/temas ... ma-el-pais
Brasil causa alvoroço na ordem mundial, afirma El País
Renomado jornal espanhol aponta que Lula não poderia chegar em situação melhor à Assembleia Geral da ONU, em condições de pedir fortes mudanças nos órgãos multilaterais


Por: João Peres

Publicado em 22/09/2009

A edição desta terça-feira (22) do El País, respeitado jornal espanhol, afirma quye o presidente Lula chega à Assembleia Geral das Nações Unidas em uma situação que não poderia ser melhor ("inmelhorável", nas palavras do jornal) para pedir aos 192 países participantes que se realizem reformas profundas nas instituições financeiras internacionais.

Para o El País, “o Brasil, que há anos persegue um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, falará com a autoridade de quem chega com os deveres bem feitos”.

O jornal lembra que a crise financeira global, que impactou a economia do “gigante sul-americano” no fim do ano passado, é nada mais que uma lembrança ruim para um país que se recuperou com rapidez e dinamismo, e certamente fechará o ano com crescimento bastante superior aos demais integrantes do G-20.

O Brasil não quer que os países baixem a guarda frente às alterações propostas desde o ano passado e acredita que é hora de colocar em práticas as medidas anti-crise discutidas no âmbito do G-20.

O correspondente Francho Barón aponta que, para Lula, é crucial a reforma das instituições financeiras como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI), considerados completamente obsoletos e nada representativos da nova ordem mundial. O presidente acredita que as potências emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão sub-representadas nos órgãos decisórios.

O jornal lembra que recentemente o Brasil anunciou um empréstimo ao FMI de US$ 10 bilhões, passando a formar parte do seleto grupo de credores, e adianta que Lula dirá na reunião desta semana do G-20 em Pittsburgh que o Estado é fundamental para prevenir os excessos financeiros. “Nos foros internacionais, o Brasil assume há anos o papel de porta-voz extra-oficial dos país em vias de desenvolvimento, especialmente latino-americanos e africanos”, aponta a publicação.

O correspondente acrescenta que conseguir um assento no Conselho de Segurança da ONU, “órgão onde se tomam as verdadeiras decisões”, seria uma boa maneira de que a voz e os interesses do Terceiro Mundo fossem realmente levados em conta. O argumento é a indiscutível liderança brasileira na região sul-americana, supremacia que se assenta sobre uma sólida economia, fortalecida ainda mais pelas recentes descobertas no pré-sal – que confirmam “que o Brasil marcará o passo da região daqui para a frente”.

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#2 Mensagem por Roy Kalifa » 24 Set 2009, 09:55

Entendo. Ele é populesco, ex operário, não estudou muito etc etc.

Isto tudo dá fama, por ele chegar aonde chegou.

Virou herói mundial, celebridade.

Mas eu ainda tenho sérias restrições a esta figura.

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#3 Mensagem por Fortein » 24 Set 2009, 10:24

Pena que o Carnage anda ausente...

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#4 Mensagem por Pirroque » 24 Set 2009, 11:06

CADA POVO É REPRESENTADO PELO QUE MERECE
NAO VOTEI,E JAMAIS VOTARIA NESSA FIGURA
VENDE MELHOR O SEU PEIXE PELA PROPAGANDA,DO QUE PELO CONTEUDO PROPRIAMENTE DITO
VIDE A BELEZA QUE O NOSSO BRASIL ESTA
UNS VAO DIZER QUE ESTA MELHOR DO QUE COM OS OUTROS
MAS ELE NAO VENDIA O PARAISO,E EM TODO ESSE TEMPO AQUI ESTA MAIS PARA INFERNO
VIDE SENADO(APOIADO E MANTIDO POR ELE),SAUDE,EDUCAÇAO,SÓ PRA CITAR ALGUMA COISA
FAZER O QUE,TEM GENTE QUE GOSTA

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Carnage
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#5 Mensagem por Carnage » 24 Set 2009, 11:18

Fortein escreveu:Pena que o Carnage anda ausente
Já não tem tópico onde isso se encaixa não? :mrgreen:

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#6 Mensagem por Pirroque » 24 Set 2009, 11:23

Carnage escreveu:
Fortein escreveu:Pena que o Carnage anda ausente
Já não tem tópico onde isso se encaixa não? :mrgreen:
É QUE PARA EXALTAÇAO AO LULA,OS PETISTAS NAO CANSAM DE ABRIR TOPICOS

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#7 Mensagem por Roy Kalifa » 24 Set 2009, 12:33

Pirroque escreveu:
Carnage escreveu:
Fortein escreveu:Pena que o Carnage anda ausente
Já não tem tópico onde isso se encaixa não? :mrgreen:
É QUE PARA EXALTAÇAO AO LULA,OS PETISTAS NAO CANSAM DE ABRIR TOPICOS
2

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#8 Mensagem por Roy Kalifa » 24 Set 2009, 12:48

GP Guia está virando uma guerra de Petistas e não Petistas....

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#9 Mensagem por Locutus_Ofborg » 24 Set 2009, 13:01

Acho que o Lula fez um governo bom. Não foi uma maravilha, mas não foi ruim. É preciso reconhecer.

Acho que o grande problema é que pra mim e muitas pessoas, muito ingênuos, acreditávamos que seria um governo diferente, não corrupto. E definitivamente não foi o que aconteceu.

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#10 Mensagem por Tiozinho50 » 24 Set 2009, 13:44

Jean_Luc escreveu:Acho que o Lula fez um governo bom. Não foi uma maravilha, mas não foi ruim. É preciso reconhecer.

Acho que o grande problema é que pra mim e muitas pessoas, muito ingênuos, acreditávamos que seria um governo diferente, não corrupto. E definitivamente não foi o que aconteceu.

Concordo plenamente com o Jean_Luc, mas temos que reconhecer que as causas da corrupção são mais profundas e arraigadas do que se pensa, os mensaleiros e sarneys da vida já estão na política nacional muito antes da existência do PT e do próprio Lula, é que o nosso sistema político não permite governar sem maioria no congresso, e não podemos esquecer que é o povo quem elege essa corja, mas o povo está aprendendo...

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#11 Mensagem por Roy Kalifa » 24 Set 2009, 14:14

Boa justificativa do Tiozinho50

Se roubavam no passado, podemos então continuar roubando...

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#12 Mensagem por Nazrudin » 24 Set 2009, 14:17

Jean_Luc escreveu:Acho que o Lula fez um governo bom. Não foi uma maravilha, mas não foi ruim. É preciso reconhecer.

Acho que o grande problema é que pra mim e muitas pessoas, muito ingênuos, acreditávamos que seria um governo diferente, não corrupto. E definitivamente não foi o que aconteceu.
Concordo, não resta dúvida que poderia ser muito pior. Mas não podemos nos dar ao luxo de continuar com essa MEDIOcridade.

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#13 Mensagem por Austim » 24 Set 2009, 14:58

kojirosp escreveu:
Roy Kalifa escreveu:Entendo. Ele é populesco, ex operário, não estudou muito etc etc.

Isto tudo dá fama, por ele chegar aonde chegou.

Virou herói mundial, celebridade.

Mas eu ainda tenho sérias restrições a esta figura.
2
3

Resultado de um marketing politico com "tecnologia" de ponta.

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#14 Mensagem por Carnage » 24 Set 2009, 16:22

Roy Kalifa escreveu:Boa justificativa do Tiozinho50

Se roubavam no passado, podemos então continuar roubando...
Caro Roy Kalifa, você realmente não entendeu o que o Tiozinho quis dizer.



Já que o tópico está aqui, segue a entrevista que o Lula deu para a revista Newsweek onde está a frase do titulo deste tópico:
A tradução da entrevista de Lula à Newsweek

Atualizado em 24 de setembro de 2009 às 13:12 | Publicado em 24 de setembro de 2009 às 12:42

O original, em inglês, está aqui

A mídia brasileira deu grande repercussão à reportagem da revista americana Newsweek sobre o presidente Lula, sob o título O político mais popular da Terra. O Google Notícias, na noite desta quarta-feira (23), indicava 540 conteúdos sobre o tema. Mas por que ninguém mostrou o longo duelo que foi a entrevista de Lula à Newsweek? Veja aqui a entrevista e tire suas conclusões.

A revista, que publicou a entrevista no seu site, desmancha-se em elogios ao "espetacular trabalho" do presidente do Brasil. Não faltam as referências de costume ao pobre menino nordestino que até os sete anos não sabia o que era um pão.

O título é tirado da hoje famosa tirada do presidente Barack Obama numa reunião do G20 em abril, em que o chefe da Casa Branca chamou Lula de "o cara". O "gancho" foi a presença do governante brasileiro em Nova York, onde ele abriu a Assembléia Geral da ONU.

Porém a revista, que serviu de modelo para Victor Civita criar a Veja no Brasil, não está mudando de "lado", para usar uma expressão cara a Lula. Basta ler a entrevista, a cargo do premiado jornalista Mac Margolis, correpondente da Newsweek no Rio de Janeiro, escalado para espremer "o cara" com perguntas espinhosas, em busca de respostas de cedência ou pelo menos de contemporização.

Lula foi inquirido sobre os méritos do mercado na crise econômica, as excelências das privatizações do governo Fernando Henrique, o "controle estatal" sobre o pré-sal, os compromissos do Brasil na cúpula climática em Copenhague e, no fim, claro, o "estridente" presidente venezuelano Hugo Chávez, acusado de inimigo da democracia ligado a gangs de vândalos.

Veja a íntegra da entrevista publicada. Julgue as perguntas. E confira como foi que Lula se saiu.


Newsweek: Quando o senhor tomou posse, o Brasil era enxergado como uma promessa não realizada, e a última das nações do Bric. Agora o Brasil é considerado uma estrela entre os mercados emergentes. O que aconteceu?

Luiz Inácio Lula da Silva: Ninguém respeita ninguém que não respeita a si mesmo. E o Brasil sempre se comportou como um país de segunda classe. N ós sempre dissemos a nós mesmos que éramos o país do futuro e o celeiro do mundo. Mas nós nunca transformamos essas qualidades em algo concreto. Em um mundo globalizado você não pode ficar parado. Tem que pegar a estrada e vender o seu país.

Então nós decidimos fazer do fortalecimento do Mercosul (o bloco comercial sul-americano) uma prioridade, e aprofundamos nossas relações com a América Latina em geral. Priorizamos o comércio com a África e entramos agressivamente no Oriente Médio. Hoje nossa balança comercial é altamente diversificada.

Isso nos ajudou a amortecer o impacto da crise econômica. Sofremos bem menos que todos esses países que concentraram todo o seu comércio em um ou outro bloco econômico. Tudo isso criou um laço entre o Brasil e outros países e hoje estamos em pé de iigualdade nas relações internacionais. Ao mesmo tempo eu acredito qu e as nações desenvolvidas começaram a entender que a situação mundial era tão séria que elas não seriam capazes de resolver todos os problemas sozinhas. O Brasil foi convidado pela primeira vez para o G8 (o grupo dos países ricos) em 2003. Agora estas são relações instituídas. Estamos pedindo uma reforma do Conselho de Segurança da ONU. Isto nós ainda não conseguimos, mas vamos conseguir.

Newsweek: O sucesso do Brasil em pilotar a crise econômica mudou o enfoque dos investidores?

Lula: Eu vou lhe dar um exemplo. No início da crise, as matrizes da indústria automobilística mandaram todo mundo reduzir a produção, reduzir os estoques e remeter recursos. Mais tarde eles chamaram os brasileiros para que explicassem que milagre eles haviam realizado, ao recuperar tão depressa os seus mercados.

Não houve milagre. Tínhamos um mercado interno forte. Tínhamos consumidores que queriam comprar carros. Reduzi mos parte dos impostos sobre as vendas e pedimos Pas empresas que oferecessem crédito em condições favoráveis. O resultado é que estamos batendo recorde atrás de recorde em vendas de carros no Brasil.

O mesmo acontece com geladeiras, fogões, máquinas de lavar, e com computadores e a construção de moradia. Se todos os países tivessem feito isso tão rápido como o Brasil e a China fizeram, certamente o mundo poderia emergir da crise mais depressa. Já estamos começando a ver sinais de recuperação. Se eu lhe disser que este ano vamos gerar um milhão de empregos você provavelmente não vai acreditar. Mas espere só os números em dezembro sobre quantos empregos vamos criar no setor formal.

Newsweek: Quais são as lições para outros países?

Lula: A grande lição para todos é que o Estado tem um importante papel a jogar, e tem grande responsabilidade. Não queremos o Estado para gerir negócios. Mas ele pode ser um indutor do crescimento e pode trabalhar em harmonia com a sociedade. No Brasil, graças a Deus, temos um sistema financeiro sólido e bancos públicos com um importante papel na oferta de crédito. Estes foram os bancos que garantiram que a crise não fosse tão ruim quanto foi em outros países.

Newsweek: Não foi também porque o mercado brasileiro era forte?

Lula: Foi um mérito do trabalho duro, por parte do setor privado e do governo. Eu não aceito a ideia de que quando as coisas vão bem o mérito vai para o setor privado e quando as coisas vão mal a culpa é do governo. Ninguém neste país teve um papel mais ativo que eu tive em vender produtos prasileiros. Ninguém impulsionou as empresas brasileiras mais do que eu impulsionei. É assim que construimos uma grande nação.

Newsweek: O senhor frequentemente critica o processo de privatização. Porém graças à venda das empresas estatais até os brasileiros mais pobres têm celulares, e as ex-estatais como a Vale se tornaram vencedoras sob propriedade privada.

Lula: Mas o Estado poderia ter feito a mesma coisa.

Newsweek: Só que não fez.

Lula: Não fez porque a elite brasileira usava as empresas públicas para seus próprios fins. Quando você faz assim, qualquer companhia quebra, em qualquer lugar do mundo. Eu penso que as privatizações foram um erro. Antes de eu tomar posse, a Petrobras estava investindo R$ 250 milhões (US$ 139 milhões) em prospecção. Hoje estamos investindo cerca de US$ 560 bilhões. A descoberta de petróleo na camada do pré-sal , nas águas profundas do oceano, não foi um golpe de sorte. Foi o resultado de investimento. Só foi preciso investir corretamente.

Mas eu não sou de ficar remoendo o passado. Você nunca vai me ou vir falar em reestatizar uma empresa. O que está feito está feito e vamos seguir adiante.

Newsweek: O Brasil consegue manter seu compromisso com uma energia limpa, com todos os pesados investimentos necessários para extrair o petróleo do pré-sal?

Lula: Iremos usar o dinheiro do petróleo para ajudar a explorar energia limpa. As duas (a petrolífera e a renovável) não são incompatíveis.

O Brasil é um dos poucos países com um enorme potencial de energia limpa, renovável. A Petrobras no ano passado criou uma empresa de biodiesel. Estamos trabalhando no desenvolvimento de plataformas hidreléticas que irão simplesmente usar o fluxo do rio para gerar energia. Os trabalhadores irão de helicóptero para a estação geradora, como vão para uma plataforma petrolífera no mar. As plataformas serão rodeadas pela floresta, para reduzir o impacto ambiental. O Brasil tem a responsabilidade de mostrar ao mundo que é cad a vez mais viável usar uma energia que não polui o mundo. Nossa matriz energética vai se tornar firmemente mais limpa.

Newsweek: O Brasil concorda com reduções na emissão de gases do efeito estufa na próxima rodada da mudança climática, em Copenhague?

Lula: Queremos construir com outros países uma proposta que seja compatível com a capacidade de cada um, encontrar compromissos apropriados a cada país. O Brasil apoiará a criação de um fundo para estimular o sequestro de carbono pelas nações mais pobres, mas o Brasil também vai querer que o mundo rico reduza suas emissões de gases do feito estufa. Precisamos medir as emissões históricas de cada nação, para que cada um de nós pague de acordo com sua própria responsabilidade.

New sweek: Mas o Brasil vai se comprometer com metas de redução?

Lula: O Brasil vai se comprometer a alcançar um amplo acordo, e se esse acordo contiver metas de emissão o Brasil deseja cumprir. Mas quer ver se as outras nações vão também encontrar as suas metas de redução.

Newsweek: Por que o senhor deseja aumentar o controle estatal na indústria petrolífera, quando o atual sistema de concessões ao setor privado está funcionando?

Lula: Este novo modelo de partilha de produção que estamos propondo ao Congresso é o sistema dominante no mundo de hoje. A única razão para manter o sistema de concessões, que é um tipo de contrato de risco, é quando um país não tem certeza de que vai se achar petróleo e quer partilhar o risco (da prospecção). Mas quando sabemos que o petróleo está ali, e esse óleo é um recurso estatal, por que iríamos entregar concessões (às empresas estrangeiras)? Mas pode apostar que as maiores empresas petrolíferas do mundo vão se interessar em investir nos projetos do pré-sal no Brasil, sob estas novas normas.

Newsweek: O bloco comercial do Mercosul, que o Brasil lidera, só admite como membros democracias plenas, que respeitem os desejos humanos. A Venezuela está qualificada?

Lula: Dê-me um exemplo em que a Venezuela seja antidemocrática.

Newsweek: Trinta e quatro estações de rádio fechadas pelo governo em um fim de semana. Repressão a sindicatos independentes e perseguição do governo a rivais políticos. Gangs ligadas ao governo de Hugo Chávez vandalizando a única rede de TV independente.

Lula: Esta não é a versão do governo.

Newsweek: Existe alguma dúvida?

Lula:Vamos ser francos sobre uma questão. Primeiro, cada paí s estabelece o regime democrático que convém a seu povo. Isto é uma decisão soberana de qualquer nação. Eu nunca questionei o fato de que, num sistema parlamentarista, o primeiro ministro pode ficar no poder por 15 ou 18 anos. Agora [Álvaro] Uribe está apoiando [uma emenda constitucional para permitir] um terceiro mandato. Eu não ouvi ninguém criticar a Colômbia por isso.

Por que eu não quero um terceiro mandato? Porque o que vale para mim vale para meus opositores. Se agora eu quero três mandatos, amanhã eles vão querer quatro. Por isso eu digo que você não pode brincar com a democracia. Dois mandatos e oito anos é um tempo razoável para se governar um país.

E vamos ser honestos: a elite venezuelana não era exatamente um jardim de flores. Lembre que Chávez foi vítima de um golpe. Você não pode esperar que ele esqueça disso tão cedo. Eles sequestraram o homem exatamente como sequestraram [o presidente hondurenho, Manuel] Zel aya. Não podemos deixar que isso continue a acontecer na América Latina. Chávez terá de se submeter às regras do Mercosul. O Mercosul tem normas definidas.

Newsweek: Sim, mas as normas do Mercosul dizem que para um país ingressar no mercado comum precisa respeitar as regras da democracia e dos direitos humanos.

Lula: Chávez foi testado em quatro eleições nos dez últimos anos, e o povo venezuelano está aprendendo. Nós somos um continente colonizado. A maioria dos países da região passaram o século 20 na pobreza. O petróleo da Venezuela enriqueceu meia dúzia de pessoas enquanto o resto do povo continuava pobre. Esta é a primeira vez que este [dinheiro do] petróleo está sendo usado para aumentar a participação do povo. Se está certo ou errado, o povo venezuelano vai julgar.

Newsweek: A democracia é só eleições?

Lula: Eleições são um grande indicativo de democracia . A democracia na prática significa instituições que funcionam devidamente, e estou trabalhando para defender a democracia brasileira. Cada país tem de construir a democracia que quer. Eu não tenho dúvida de que os latino-americanos estão em um dos mais ricos momentos da gestão democrática em nossa história.

Newsweek: Com o Brasil assumindo um maior papel internacional, muita gente se pergunta por que o país permanece tão silencioso em relação a países cujos regimes não são democráticos...

Lula: Se oilharmos para os direitos humanos literalmente, então todas as nações cometem erros, inclusive os Estados Unidos. Onde estão os direitos humanos em Guantânamo? Todos os países têm problemas. Só a paz e a democracia serão capazes de garantir o crescimento econômico necessário a uma vida melhor para a maioria.

De vez em quan do as pessoas me perguntam: Lula, você é o líder da América Latina? Eu digo que não. Ninguém me escolheu para ser líder. Mas estou absolutamente convencido de que as relações do Brasil com a América Latina nunca foram tão claras, transparentes e honestas como hoje. Quando o Paraguai fica nervoso com o Brasil, eu tenho que compreender o Paraguai. Não posso ser agressivo se o Paraguai grita comigo. O Brasil tem muito mais poder e recursos. É como a relação entre pai e filho. Um pai não bate no seu filho toda vez que o menino grita. Ele tenta argumentar. É assim que os países grandes devem agir.

Fonte: Newsweek

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srmadruga
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#15 Mensagem por srmadruga » 24 Set 2009, 20:34

Gostei do tópico Tiozinho50,nao achei nada repetitivo!!!!

Quantos foristas ficaram desempregados com a crise mundial?
Se alguém ficou desempregado foi culpa do Lula!!!
(todos que são contra o Lula favor citar o ponto que mais te toca)

Conheço vários importadores e exportadores que agradecem o governo lula..
Conheço fazendeiros que agradecem o governo lula..

Eu também não curto muito lula...ele não me faz bem, sou mais um polvo bem temperado com limão e ovos de codorna...

Só falta o usuário florestal aparecer com suas idéias mirabolantes

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