Capitalismo e Prostituição / Economia aplicada a vida (até sexo)

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Capitalismo e Prostituição / Economia aplicada a vida (até sexo)

#1 Mensagem por Carnage » 08 Dez 2005, 08:03

Recebi essa transcrição de uma reportagem da Veja on-line por e-mail. Achei o assutno muito interessante e levanta questões controversas mas de uma forma lógica inegável! O economista da reportagem usa economia pra analisar até sexo
Não sei se posso colocar a transcrição de toda a matéria aqui, ou se o conteúdo é adequado, mas vou fazê-lo. Depois a moderação analisa se deixa ou lima.
Especial
O brilho do lado
oculto das coisas


Autor best-seller no Brasil e nos Estados
Unidos, o americano Steven Levitt
mostra como a economia resolve
mistérios em todos os campos da vida


Jerônimo Teixeira e Marcelo Marthe



NESTA REPORTAGEM
Quadro: Como Steven Levitt explica o mundo


Economistas muitas vezes se tornam personalidades influentes e até poderosas. Alguns poucos atingem a popularidade. Com um blog na internet que já recebeu mais de 1 milhão de contribuições e um livro (como o blog, feito em parceria com o jornalista Stephen Dubner) que está há 29 semanas na lista dos mais vendidos do jornal americano The New York Times e há dezenove na lista de VEJA, Steven Levitt tornou-se uma figura única em sua especialidade: um economista pop. O segredo do seu sucesso está no modo provocativo como ele levanta as mais inusitadas perguntas sobre a vida cotidiana e na maneira como busca as respostas: pensamento simples, mas sempre amparado em dados. Freakonomics, o best-seller desse professor da Universidade de Chicago, convida o leitor a pensar livremente sobre os fatos do cotidiano – e a desafiar as explicações que o senso comum consagrou. O que é mais perigoso para uma criança: uma arma de fogo ou uma piscina em casa? Ao contrário do que se imagina, nos Estados Unidos há mais probabilidade de uma criança morrer afogada em uma piscina do que em um acidente com uma arma (no Brasil, em 2003, segundo dados da ONG Criança Segura, os afogamentos responderam por 25% das mortes acidentais de crianças, contra 1% por acidentes com armas). A maneira como Levitt exercita sua inquietude intelectual é um refresco diante de tantas obscuridades cultivadas pelos intelectuais. Seu trabalho é também um lembrete de como a economia, nas últimas décadas, ampliou seu campo de ação. "Estamos falando de uma ciência cujas ferramentas lógicas e estatísticas podem ser empregadas em quase todos os aspectos da vida moderna", disse Levitt a VEJA (veja entrevista).

O lance mais ousado de Levitt foi sua análise da queda da criminalidade nos Estados Unidos nos anos 90. Ele descobriu um fator determinante dessa queda e que até então passara despercebido: a legalização do aborto, nos anos 70. No início da década de 80, chegou a ser realizado 1,6 milhão de abortos por ano. Com isso, preveniu-se o nascimento de uma legião de crianças pobres e indesejadas, geralmente filhas de mães solteiras – crianças que, pela fragilidade de sua situação familiar e social, teriam maior probabilidade de enveredar pelo crime na vida adulta. Em outras palavras, o crime diminuiu porque muitos criminosos não nasceram. Essa tese foi atacada por todos os lados. Os conservadores acusaram Levitt de ser um propagandista do aborto. A esquerda acusou-o de propor medidas racistas e eugenistas. Na verdade, Levitt não estava propondo coisa alguma: estava apenas analisando as evidências, de forma objetiva e sem preconceitos. Foi por sua capacidade de relacionar fatos inusitados que Levitt, bem antes de ser um autor best-seller, conquistou o respeito de seus pares. Em 2003, ele ganhou a prestigiosa medalha John Bates Clark, prêmio que destaca os melhores economistas com menos de 40 anos de idade. Não é um prêmio qualquer. A medalha Clark é uma espécie de ante-sala do Prêmio Nobel. Nada menos do que um terço dos ganhadores da Clark recebeu mais tarde também o Nobel. Quando se combinam, como no caso de Levitt, a medalha Clark e uma cadeira na Universidade de Chicago, as chances de ganhar o Nobel dobram. Portanto, não será surpresa se nos próximos anos Steven Levitt for agraciado com o prêmio concedido anualmente pelo Banco da Suécia em memória de Alfred Nobel.


Joshua Lott/AP

Gary Becker, prêmio Nobel de 1992: precursor do estudo econômico do comportamento


Levitt não é o pioneiro na aplicação da economia para desvendar o lado oculto do cotidiano. Ele mesmo reconhece um antecessor ilustre nesse trabalho, o ganhador do Nobel de Economia de 1992, Gary Becker. Desde os anos 50 Becker usa o instrumental econômico para explicar o mecanismo de questões que vão do preconceito racial à estabilidade do casamento. Os ganhadores do Nobel deste ano, Thomas Schelling e Robert Aumann, também são economistas da vida diária. Schelling usa instrumentos matemáticos como a Teoria dos Jogos para analisar da corrida armamentista ao uso de capacetes no jogo de hóquei. Não é falta do que fazer ou diletantismo desses brilhantes pesquisadores. Praticamente, a economia nasceu como ciência de uma observação muito aguda da psicologia humana e dos atos produzidos por ela. Foi o escocês Adam Smith (1723-1790), considerado o pai da economia moderna, o autor da tese de que um impulso psicológico individual poderia ter efeito sobre a prosperidade ou a ruína econômica de um país. Em sua obra Uma Investigação sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações, de 1776, Smith diz que as pessoas são individualistas e tendem a buscar sempre o que é melhor para elas. Agindo assim, azeitam a economia e fazem um bem a toda a comunidade. A explicação clássica do livro é a de que padeiro não acorda de madrugada para colocar a massa no forno por amor ao estômago de seus clientes – mas pelo dinheiro que ele receberá deles. Smith é um ascendente de Levitt na medida em que a psicologia só lhe interessava quando produzia uma ação. Outra tirada clássica de Smith: tanto faz se um miserável sonha em ser rei e em andar de carruagem puxada por seis cavalos, "o que interessa para a economia é onde ele vai gastar suas poucas moedinhas". Diz o economista brasileiro Eduardo Giannetti, do Ibmec: "Adam Smith era um psicólogo de muitos recursos. Quando leio suas obras, ainda acho que ele está bem à frente da pesquisa que é feita hoje em dia".

"Desconfie sempre da sabedoria convencional. O senso comum precisa ser confrontado com perguntas, muitas perguntas. Algumas não levarão a nada. Outras vão produzir respostas absolutamente surpreendentes."
Steven Levitt



Depois de séculos de pureza econométrica, a visão humana de Adam Smith sobre os fenômenos da vida volta a ocupar lugar central na ciência econômica. "Existe uma percepção psicológica na base da economia clássica que é muito mais perspicaz do que a encontrada em outras ciências sociais, como a sociologia e a antropologia", diz o zoólogo e jornalista inglês Matt Ridley, autor de livros como As Origens da Virtude, que aproximam os achados da biologia darwinista e da economia liberal. De fato, a versatilidade do pensamento econômico tem raízes profundas na natureza de homens e mulheres: será difícil encontrar um comportamento humano que não tenha uma dimensão econômica – mesmo que o dinheiro não esteja envolvido. As pessoas estão constantemente fazendo avaliações de custo e benefício, respondendo a incentivos e evitando punições no esforço de maximizar (para usar um verbo caro ao economês) seu bem-estar. Isso vale até para o comportamento sexual. No seu livro Sex and Reason (Sexo e Razão), o jurista americano Richard Posner – uma autoridade na aplicação da ciência econômica à análise de problemas legais – utiliza uma lógica de mercado para explicar traços do comportamento sexual. O sexo, afinal, tem seus custos, sobretudo na forma do risco de gravidez ou de doenças sexualmente transmissíveis – e, nas puladas de muro, o risco dos desentendimentos e brigas. Na visão de Posner, a crescente liberação sexual do século XX pode ser explicada por um mecanismo simples: métodos contraceptivos mais eficientes tornaram o sexo mais "barato". A mesma lógica de mercado explicaria por que certas cidades – como São Francisco, nos Estados Unidos – se convertem em "capitais gays": para minorias sexuais, faz mais sentido viver em comunidades, pois a proximidade dos parceiros potenciais e o uso dos mesmos signos e símbolos na comunicação tornam o sexo mais acessível e, portanto, mais "barato".

Juiz federal nos Estados Unidos, Posner acredita que o pensamento econômico pode ser muito útil nas decisões jurídicas, inclusive em tópicos controversos como o aborto e o casamento entre homossexuais. A economia ajudaria a pesar os custos e os benefícios envolvidos em qualquer decisão jurídica, facilitando a aprovação de leis mais eficientes. Um bom exemplo é a política de adoção: as pessoas que querem adotar uma criança são proibidas por lei de pagar à mãe biológica que deseja entregar seu filho para adoção. Essa é uma medida de controle de preços. Claro que muita gente acaba pagando por uma criança, por baixo do pano, para acelerar o processo. Mas isso aumenta o custo da transação e inibe o processo de adoção em prejuízo dos futuros pais e dos bebês sem lar. Do ponto de vista econômico, o controle de preços é sempre ineficiente. Posner e Levitt são ambos pais de crianças adotadas. Ambos concordam que o mais racional seria deixar outras veleidades de lado e fazer passar leis que legitimem o ato de pagar por uma criança. É uma medida altamente controvertida – mesmo que ela não tenha um único átomo da famosa e cruel sátira Uma Modesta Proposta, de Jonathan Swift (1667-1745). Nessa obra, Swift, o autor das Viagens de Gulliver, sugeria como solução para acabar com a miséria da Irlanda que certo número de criancinhas pobres fosse destinado à alimentação dos ricos. A respeito da adoção, muitos argumentam que pagar por uma criança não é moralmente aceitável. Posner discorda: "Eficiência e moralidade quase sempre andam de mãos dadas", diz. Ele lembra que, na verdade, os pais adotivos não estariam "comprando" uma criança: eles estariam pagando apenas pelos direitos parentais.

As avaliações emocionais muitas vezes perturbam a análise ponderada dos dados, e é nesse ponto que a perspectiva econômica pode ser esclarecedora. Grande parte da graça da coluna que Levitt e seu parceiro Dubner assinam no The New York Times Magazine está na ironia analítica com que esses textos iluminam as pequenas irracionalidades cotidianas. Foi o caso, por exemplo, do ensaio sobre eleições americanas. Nos Estados Unidos, o voto não é compulsório como no Brasil, e a cada eleição há sempre grande especulação sobre por que ocorrem índices de abstenção tão altos. Na perspectiva de Levitt, porém, a pergunta deve ser invertida: por que, afinal, alguém gastaria seu tempo deslocando-se até uma seção eleitoral e enfrentando a fila até a cabine de votação? O eleitor americano que conduzisse uma fria avaliação de custo e benefício jamais sairia de casa – afinal, ele tem direito a apenas um voto, cuja influência no resultado da eleição é praticamente nula. Por que, então, tantos americanos ainda se dão ao trabalho de votar? Levitt acredita que os benefícios talvez estejam no reconhecimento social que o votante recebe como alguém que cumpre seu "dever cívico". Mas também é possível que o eleitor aposte em um benefício ilusório, comparável à compra de um bilhete de loteria. As chances de ganhar na loteria são estatisticamente ínfimas, mas o apostador compra o direito de sonhar que ficará rico – assim como o eleitor, na comparação inspirada de Dubner e Levitt, sonha que seu voto faz alguma diferença efetiva na política nacional.

Os cálculos de custo e benefício que todos conduzem no dia-a-dia estão ainda mais sujeitos ao engano quando se enredam em uma emoção básica e premente – o medo. A comparação entre os riscos de uma piscina e de uma arma é um bom exemplo. A arma é um objeto que levanta muitas reações emocionais – é um tanto mais raro que alguém tenha objeções morais a um piscina. No entanto, o perigo objetivo da piscina para uma criança é cerca de 100 vezes maior do que o da arma. Os pais, ensina Levitt, passam tempo demais temendo as coisas erradas.

Os governos, com toda a sua pesada máquina administrativa, tampouco revelam muita sensatez na avaliação de riscos. O Estado tem de estar preparado para grandes catástrofes – terremotos, furacões, inundações, epidemias, ataques terroristas. No meio dessa vasta gama de possibilidades, estabelecer prioridades de investimento é uma tarefa difícil. Posner dedicou todo um livro, intitulado Catástrofe, ao problema da racionalização econômica na prevenção de desastres (incluindo aí asteróides vindos do espaço). Recentemente, ele voltou ao tema em um artigo na revista New Republic, para discutir as evidentes falhas do governo americano no socorro às áreas atingidas pelo furacão Katrina, especialmente Nova Orleans. Na visão de Posner, há três fatores econômicos básicos a considerar na avaliação de uma catástrofe potencial: a probabilidade de que ela aconteça, o custo de sua prevenção e o prejuízo que ela pode causar. Um estudo realizado em 1998 em Nova Orleans estimava o custo de medidas de recuperação de ecossistemas da costa que poderiam diminuir o risco de enchente: 14 bilhões de dólares. Esse montante nunca foi investido – e, na avaliação de Posner, nem deveria ter sido: era uma soma muito alta para uma diminuição pequena na probabilidade de inundação. No entanto, as agências governamentais falharam, e feio, ao não prever planos de emergência para socorrer a cidade em caso de catástrofe. Essa negligência em parte se explica pelo gigantismo vagaroso dessas agências. Mas também há uma limitação natural envolvida: a mente humana, observa Posner, não está acostumada a pensar em termos de probabilidade. Se um evento como a inundação da cidade nunca ocorreu, por que se preocupar com ele? O pensamento econômico oferece ferramentas para avaliar essas ameaças potenciais. Steven Levitt presta um serviço ao tirar as ferramentas econômicas dos especialistas e torná-las acessíveis a mais gente.

Sem medo de incomodar


Alcir N. da Silva

Levitt: "Para reduzir o crime, o melhor é punir os criminosos"

O SENHOR DIZ QUE OS INCENTIVOS SÃO A PEDRA DE TOQUE DA VIDA MODERNA. PODE EXPLICAR ESSA IDÉIA?
As pessoas tendem a agir da maneira que lhes seja mais conveniente. O que as move é o que nós, economistas, chamamos de incentivo. Não estou falando apenas em dinheiro. Os incentivos sociais – como a maneira como as pessoas vêem umas às outras – às vezes são até mais poderosos. Temos provas de que as pessoas agem de maneira muito diferente quando estão sendo observadas. Isso vale até para o voto. Os suíços adoram votações, fazem isso o tempo todo. Quando uma reforma eleitoral permitiu que eles preenchessem suas cédulas em casa e as mandassem pelo correio, porém, o número de votos caiu: ser visto nas filas da seção eleitoral era um incentivo social importante para que as pessoas participassem das votações. Os incentivos são a resposta para quase todas as questões sobre o comportamento humano – e, portanto, o melhor caminho para prever o que as pessoas farão.

A ECONOMIA REALMENTE EXPLICA TUDO?
O.k., não vamos exagerar. A economia é uma ferramenta extraordinária, mas que muitas vezes oferece apenas uma resposta parcial. As outras ciências têm contribuições importantes a dar. Aliás, há cada vez mais economistas trabalhando na intersecção com disciplinas inesperadas, como a neurociência ou a biologia evolucionista. Aquilo em que acredito piamente é que a economia é uma ciência cujas ferramentas lógicas e estatísticas podem ser empregadas em quase todos os aspectos da vida moderna. Pessoalmente, tento pegar temas nos quais a economia nunca foi aplicada e entendê-los sob esse prisma. Não porque eu ache que com isso entenderei tudo, mas porque assim ajudarei as pessoas a encontrar partes substanciais da resposta.

POR QUE SEU INIMIGO DECLARADO É O QUE CHAMA DE SABEDORIA CONVENCIONAL?
Vivemos num mundo em que as pessoas nos dizem o tempo todo que as coisas funcionam desta ou daquela forma. Mas basta arranhar a superfície da realidade com algumas boas perguntas para ver quanta mistificação existe por aí. Por exemplo: os assentos de segurança para crianças no carro são caros, grandes e difíceis de instalar. E por isso as pessoas pensam: "Uau, isso deve funcionar mesmo, senão por que se compraria um trambolho assim?". Mas seja um pouco cético. Vá dar uma olhada nas pesquisas. Você vai descobrir que, nos Estados Unidos, os assentos não são mais eficientes do que o cinto de segurança comum para crianças a partir dos 2 anos.

VIOLÊNCIA E CRIMINALIDADE SÃO TEMAS CONSTANTES PARA O SENHOR. RECENTEMENTE, HOUVE UM REFERENDO SOBRE A PROIBIÇÃO DA VENDA DE ARMAS NO BRASIL. A IDÉIA NÃO FOI APROVADA – MAS, SE FOSSE, PODERIA REDUZIR O CRIME?
O problema de uma lei como essa é que ela só proibiria as armas novas, mas deixaria com as pessoas milhões de armas que foram vendidas antes de a medida entrar em vigor. E armas podem durar para sempre. Acho muito difícil uma política que livre um país das armas. Não acredito que, se a lei tivesse sido aprovada, faria muita diferença nos índices criminais do Brasil. Uma lei como essa provavelmente dificultaria a compra legal de armas, mas não afetaria o comércio ilegal. As questões reais para diminuir o crime no Brasil são o sistema judicial ineficiente, a corrupção da polícia, as prisões lotadas e os bandidos nas ruas. Os brasileiros deveriam lutar contra o crime, e não contra as armas.

EXISTE ALGUM ELO ENTRE O DESEMPREGO E A CRIMINALIDADE?
Há uma relação muito fraca entre desemprego e crime. Nos Estados Unidos, para cada 1% de aumento no índice de desemprego há um aumento de 1% nos crimes de furto de propriedade e assaltos. Por outro lado, há evidências de que a distribuição desigual da renda está fortemente relacionada ao crime. Elas mostram que, se a distribuição de renda fosse mais equilibrada, haveria menos crime num país como o Brasil. Mas, se o país está preocupado em combater o crime, a melhor maneira é punir os criminosos, mostrando a eles que o crime não compensa. Historicamente, pelo que sei, no Brasil nunca houve vontade política para punir criminosos e limpar o sistema policial dos corruptos. Ao culpar só os problemas sociais pelo crime, as pessoas estão olhando para o lado errado.

QUE CONSELHOS O SENHOR DARIA AOS GOVERNANTES DE METRÓPOLES CERCADAS DE FAVELAS DOMINADAS POR TRAFICANTES?
A maneira mais efetiva de se livrar da violência das drogas é punir os usuários severamente. Com isso, as pessoas não vão mais querer usar drogas, a demanda diminui e cai também a violência entre traficantes, porque não valerá mais a pena brigar pelo direito de vendê-las. Mas essa é uma política muito impopular. Assim, se você quer diminuir a violência e não se incomoda com as pessoas que usam drogas, a coisa certa a fazer é legalizá-las. Não haverá mais violência, assim como não há violência no comércio de álcool. Entre as duas soluções, contudo, a que ainda me parece mais razoável é a punição exemplar dos usuários.

NUM LIVRO EM QUE USA A ECONOMIA PARA EXPLICAR O COMPORTAMENTO AFETIVO E SEXUAL, RICHARD POSNER DEFENDE A CRIAÇÃO DE UM MERCADO DE COMPRA E VENDA DE CRIANÇAS ABANDONADAS. COMO ECONOMISTA E PAI DE UMA CRIANÇA ADOTADA, O QUE O SENHOR PENSA DISSO?
Não é uma idéia tão doida quanto parece. É caro adotar uma criança nos Estados Unidos, demora muito tempo e verificam-se, na prática, pagamentos da família adotiva à mãe da criança. Outra área em que a questão moral está envolvida é a doação de órgãos. Muitas pessoas pensam que não se deve pagar ao doador pelos órgãos. Mas acho que isso não faz muito sentido. Desde que o doador – vivo ou morto – concorde em vender seu rim e entenda os riscos, eu sou a favor do negócio. Pessoas morrem na hemodiálise por falta de rins. Acho que a melhor maneira de resolver esse problema é pagar pelos órgãos.

QUE TIPOS DE CONSELHO SE DEVEM DAR AOS FILHOS?
Não sou especialista em criar filhos. O que dizemos em Freakonomics é que não importam tanto as coisas específicas que você faz com seu filho, como levá-lo ao museu ou ler muito para ele. O que mais importa é o tipo de lar que você constrói – ser honesto, ter recursos, amar e cuidar da criança. Para mim, essencial é amar. Se você conseguir mostrar com ações e palavras que ama seu filho e se importa com ele, haverá mais chance de ele ser um adulto bem-sucedido.

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S1
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#2 Mensagem por S1 » 15 Dez 2005, 23:13

Vou prestigiar seu tópico, ok... :lol:

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#3 Mensagem por pby_Mars_Explorer » 17 Dez 2005, 00:49

Achei muito interessante o artigo que o Carnage colocou ... eu como economista acredito mesmo nestas correlações entre entre o cotidiano e a economia ...

Me lembro de um estudo que a princípio foi considerado comico mas que se provou verdadeiro, foi feito na fábrica da Volks em São Bernardo há uns 15 anos atrás, onde correlacionaram a produtividade e o índice de defeitos dos carros as vitórias e derrotas do Corinthians ...

Não duvido que até os fatores economicos como o anuncio da queda do PIB não produza um efeito psicológico nos putanheiros, que diminuem o ritmo ao menor sinal de queda da atividade economica :lol: :lol: :lol:

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MOREL
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#4 Mensagem por MOREL » 17 Dez 2005, 15:10

Estava pretendendo escrever aqui após ler o livro. Mas não arranjo tempo :evil: .

De fato essas correlações são interessantíssimas.

Depois de explicadas parecem óbvias, e vc fica se dizendo " Porra, como eu nunca prestei atenção nisso antes?".

É uma forma desapaixonada de explicar ou estudar fenômenos sociais, um alívio diante da barulheira da mídia, religiões, partidos políticos, que mais embaralham o raciocínio do que ajudam a entender as coisas.

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Capitalismo e Prostituição: O extermínio da essência feminina.

#5 Mensagem por Alexander Dimitrov » 19 Mar 2006, 14:25

Prezados camaradas do GPguia,


Ainda lembro-me daquelas frias, porém alegres, manhãs moscovitas dos anos 80; todos os dias acordava e lia orgulhosamente todas as fantásticas matérias do jornal "Pravda". Notícias sobre a exploração científica do universo, a emancipação de operários e camponeses, a luta contra a opressão mundial, casos de espionagem, etc... Mas, particularmente, sempre me fixava detalhadamente nos altos índices de prostituição nos degenerados países capitalistas.


Obviamente, também existiam prostitutas no bloco Oriental. Era comúm ver algumas prostitutas deambularem pelo centro de Moscou a partir da era Brejnev, ou então, até hoje, podemos ver uma enorme quantidade de prostitutas nas principais cidades cubanas. Porém, com a chegada dos tempos modernos, a prostituição adotou uma outra concepção; a prostituta já não é mais aquela garota miserável que, ao não conseguir satisfazer suas necessidades primárias, é obrigada a prostituir-se. As prostitutas modernas, pelo contrário, são escravas do capital que foram contaminadas pela cruel "cultura do consumismo". Na modernidade, muitas delas se prostituem com o objetivo de comprar uma série de mercadorias de luxo, viver em lugares burgueses, etc... Sim, até mesmo certas mulheres do bloco socialista foram envenenadas com esta corrente ocidental, desde que os novos governantes soviéticos começaram a se corromper, abandonando os velhos princípios da "Revolução Cultural" e abandonando o eficaz costume didático das "Instituições Correccionais de Comportamento". Uma burocracia começou a crescer rapidamente para satisfazer os privilégios de uma já existente burocracia em expansão.


Mas mesmo durante a burocratização e grave crise econômica soviética (os anos terminais da URSS), o índice de prostituição jamais se comparou aos altos índices dos países capitalistas. Anos mais tarde, após alguns degenerados bebedores de Coca-Cola terem derrubado o muro de Berlim, já era possível ver uma enorme quantidade de prostitutas. Com a chegada do Capitalismo, a explosão da prostituição por toda a Europa Oriental surpreende a todos que transpõem a antiga "Cortina de Ferro". Para aqueles que, por terra, viajam da Alemanha unificada para a República Tcheca, por exemplo, a longa fila de prostitutas que oferecem seus serviços ao longo dos dois lados da estrada que se abre a partir da fronteira oriental da Comunidade Européia é a constatação mais impactante de que novos tempos chegaram, não necessariamente melhores no seu conjunto. Processos semelhantes acometem países como a Polônia, nos quais o turismo sexual explode como modernidade.


Alguns dias depois de eu ter chegado em terras Tupiniquins, não apenas compreendi que o jornal "Pravda" estava repleto de razão, como também percebi que no sistema capitalista todas as mulheres são prostitutas, o problema é que algumas se corrompem mais facilmente que outras. Reparei que aquelas mulheres Tupiniquins não apreciavam as verdadeiras virtudes masculinas de um europeu oriental (honestidade, laboriosidade, força, disciplina e organização). Todas elas, pelo contrário, apenas pensavam no capital, algo que eu não podia oferecer. Assim sendo, em nome do capital, estas pobres mulheres capitalistas foram cruelmente obrigadas a violentarem à si próprias, através da negação e do sacrifício da condição feminina.

Apesar da prostituição ser uma instituição anterior ao capitalismo, ela assumiu características próprias nesse novo contexto social, tomando proporções diferentes, principalmente se for levada em conta a vida na cidade.

Numa hipotética sociedade pré-capitalista (portanto, sem a existência de um "patrão"), as prostitutas tinham condições de vida e de trabalho diferenciadas: exerciam o seu ofício de forma independente, moravam nas suas próprias casas, podiam escolher com quem ter relações sexuais e, como tudo que ganham lhes pertence, recebem menor número de homens. Com o surgimento de um Capitalismo primitivo, surge o papel do "patrão" e das "prostibuladas". As prostibuladas eram obrigadas a receber aqueles que freqüentavam o bordel e os donos do local não lhes concedem repouso, existindo um excesso de trabalho. Com o passar do tempo, a prostituição criou um mercado especial, o tráfico de mulheres, que no final do XIX e no início do século XX, foi reprimido de forma constante pelo aparelho de Estado, alegando-se um volume muito grande de estrangeiras entre as prostitutas.

Pobre daqueles homens que jamais tiveram a oportunidade de conhecer uma mulher soviética, livre de qualquer ambição materialista e apenas desejando ser possuída pelo rude falo proletário. Pobre daqueles homens que jamais tiveram a oportunidade de conhecer uma mulher nascida numa radiante sociedade socialista, conservando seus mais íntimos instintos femininos!

Desde que comecei a viver num sistema capitalista, notei claramente a diferença comportamental de seus cidadãos, constatando o enorme poder que um determinado modo de produção exerce nos costumes da população. Para provar tal afirmação, farei um breve resumo de diferentes modos de produção, relacionando-os com a atitude sexual de seus integrantes, enfocando principalmente a análise materialista da história, que Marx, falecido em 1883, não pudera terminar.

Segundo a teoria marxista, na concepção materialista, o fator culminante da história é a produção e a reprodução da vida imediata. Mas essa produção e essa reprodução são de dois tipos: por um lado, a produção dos meios de subsistência, por outro lado, a produção do homem próprio, a continuação da espécie.

Numa determinada sociedade primitiva, os seres humanos viviam em promiscuidade sexual. Com esse tipo de relacionamento não era possível estabelecer, de forma exata, a paternidade, a não ser pela linha feminina, segundo o direito materno. Isso ocorria com todos os povos. Em razão disso, as mulheres eram os únicos progenitores conhecidos da nova geração, merecedoras de grande respeito e apreço, alcançando o domínio absoluto. Isso prova a superioridade das uniões por grupos, nas quais todas as mulheres podiam pertencer a todos os homens. Em conseqüência, os bens produzidos também eram compartilhados por todos, enquanto as mulheres recebiam grande consideração e respeito, por serem as únicas reconhecidas como geradoras da prole.

Mas com o passar do tempo, a sociedade passou a adotar a monogamia, em que a mulher se relacionava com apenas um homem. Com os desenvolvimento da agricultura e da ganaderia, os povos passaram a uma vida sedentária, pastoreando seus rebanhos e cultivando terras, abandonando assim, a vida de nómadas. Com esta nova situação, a enorme produção agrícola e de bens dotados de certa durabilidade e riqueza, representada pelos rebanhos, a quem pertenceria? Num primeiro instante, não há dúvidas que toda esta riqueza pertencia à comunidade. Porém, cedo deve ter-se desenvolvido a propriedade privada dos rebanhos, a qual, segundo os relatos históricos, era atribuída aos chefes de família. A transformação dessas riquezas em propriedade particular das famílias representou um golpe no matrimônio e na comunidade baseada no matriarcado. Assim sendo, as leis foram bruscamente mudadas, pertencendo, a partir deste mesmo instante, todos os bens ao sexo masculino. Segundo as palavras de Engels: "o desmoronamento do direito materno foi a grande derrota histórica do sexo feminino em todo o mundo. o homem apoderou-se também da direção da casa; a mulher viu-se degradada, convertida em servidora, em escrava da luxúria do homem, em simples instrumento de reprodução".

Segundo Engels, a monogamia teria sido "a primeira forma de família que não se baseava em condições naturais, mas econômicas e, em concreto, no triunfo da propriedade privada sobre a propriedade comum primitiva, originada espontaneamente. Os gregos proclamavam abertamente que os únicos objetivos da monogamia eram a preponderância do homem na família e a procriação de filhos que só pudessem ser seus para dele herdarem".

Concluindo, a mulher, ao passar a ser completamente subordinada aos interesses econômicos masculinos, tornou-se historicamente uma dependente do capital ou, em outras palavras, escrava do capital; passou a ter como única saida relacionar-se com um homem adinheirado, prostuindo a sua natureza feminina. Como já disse inúmeras vezes, o grande problema destas mulheres é que, como apenas aspiram a relacionar-se com um homem adinheirado (ou seja, um burguês pomposo de gestos afeminados), jamais terão a oportunidade de conhecer um homem de verdade, ou seja, um proletário. Desta forma, durante o capitalismo, surgiu uma espécie de apartheid social onde as mulheres burguesas foram cruelmente obrigadas a sacrificar a sua condição feminina, relacionando-se apenas com homens do mesmo patamar social (homens de heterossexualidade duvidosa).


Alexander Dimitrov

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Dionisio_rs
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Re: Capitalismo e Prostituição: O extermínio da essência feminina.

#6 Mensagem por Dionisio_rs » 19 Mar 2006, 19:07

Interessante análise, esta do camarada Dimitrov....porém há alguns vícios marxista-ortodoxos....que devem ser postos em cheque.
Alexander Dimitrov escreveu:... As prostitutas modernas, pelo contrário, são escravas do capital que foram contaminadas pela cruel "cultura do consumismo
Não só as prostitutas....todos nós somos impelidos a consumir além de nossas necessidades...e no momento que todas as necessidades forem saciadas...criam-se novos desejos...
Criação de novos desejos...essa é a mola propulsora da sociedade de consumo....e não vejo nada de errado nisso a não ser pela forma cruel e desigualitária que é feita, ou seja, se para um único indivíduo chegar a determinado patamar é necessário que muitos padeçam na miséria... assim é feito....é permitido....e é estimulado, inclusive!
Alexander Dimitrov escreveu:...também percebi que no sistema capitalista todas as mulheres são prostitutas...
Também já havia chegado a essa conclusão....e o mais paradoxal de tudo isso é que o sexo pago tornou-se hoje a alternativa mais barata para nós, homens realizarmos nossos desejos sexuais...boa parte da culpa disso, são das próprias mulheres...que põe a realização sexual em último plano, priorizando a ascensão financeira na sociedade de consumo...a maioria morre tentando...pois a gênese básica do modo capitalista é: “tem para alguns...não tem para todos”...uma minoria que consegue são executivas balzaquianas mal-comidas que gastam metade do que conquistaram com psicólogos...quando uma simples piroca dura, anos antes.... teria resolvido o problema...é patético...mas é a dura realidade....
Alexander Dimitrov escreveu:...Segundo a teoria marxista, na concepção materialista, o fator culminante da história é a produção e a reprodução da vida imediata. Mas essa produção e essa reprodução são de dois tipos: por um lado, a produção dos meios de subsistência, por outro lado, a produção do homem próprio, a continuação da espécie. ...
Muito bom...só que Marx...”esqueceu” (e algumas questões é melhor esquecê-las do que tentar resolvê-las...) que o homem é um dos poucos animais que o coito não é só feito para reprodução e continuação da espécie....Pois o macaquinho do polegar antecessor deseja o coito pelo prazer que ele proporciona, pela diversão daquilo tudo e em último caso estará ele pensando na continuação da espécie.....aliás...quando estoura o preservativo e a continuação da espécie está consumada....ele pensa...”mi fudi ”....

Pra piorar a vida do Sr. Marx....não somos abelhas....e o macaquinho “evoluído” tem uma puta de uma individualidade fortíssima...que o frustra quando não é ilusoriamente realizada....
Imagine a frustração do engenheiro nuclear da Alemanha Oriental extremamente inteligente e disciplinado dirigindo o seu belíssimo Lada Laika quando viu, por um instante... do outro lado do muro seu conhecido Ocidental dez vezes menos capaz do que ele dirigindo uma Mercedes Benz...mal sabe ele que para o executivo ocidental pilotar o seu carrão milhares de latino-americanos tem que morar numa favela...mas efim..o certo é que não foram degenerados bebedores de coca-cola que derrubaram o muro de Berlim...

Agora, a prostituição sempre foi a pedra no sapato da tentativa socialista a ponto de em alguns países do bloco pregarem abertamente a sua proibição...pois ela aborda diretamente a questão do desejo pela beleza física....característica esta naturalmente desigual nos seres humanos....Diferente da propriedade intelectual, que pode ser aprimorada...(pode-se culpar a preguiça por não tê-la), a beleza é uma característica nata..As pessoas providas de beleza, sempre tiveram privilégios aqui...na Europa...na URSS...na China e na Albânia Socialista dos anos 80...um verdadeiro soco no estômago na tentativa socialista mais radical e utópica...e não houve “Instituição Correcional de Comportamento” que pudesse mudar tal fato...

No entanto...se o socialismo falhou porquê não conseguiu realizar individualmente a macacada...o capitalismo também falhou pois não consegue prover satisfação igualmente a todos...e se sustenta na ilusão que você irá conseguir...e se conseguir vc precisa de algo mais...

Alguém aqui ainda acha que a esperança é uma virtude ???

E ERA ISSO!

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#7 Mensagem por Gabrielle » 19 Mar 2006, 20:16

Vocês dois estão profundos demais...

Beijos confusos
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#8 Mensagem por Maestro Alex » 19 Mar 2006, 20:20

não deu pra ler... muito denso pra domingão regado a Blue Label...

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#9 Mensagem por David Gilmour » 19 Mar 2006, 21:05

maestroalex escreveu:não deu pra ler... muito denso pra domingão regado a Blue Label...
kraio maestro! Blue Label ?!! eu estou num jon daniels (como diria o coronel Frank Slade) e olha lá...
quando for beber me convida! hehe
Tb não li com calma, mas o extermínio da alma feminina a que ele se refere não seria, na verdade, a confirmação da alma feminina?
consumismo é uma caracteristica essencialmente feminina...basta ir num supermercado e ver as idiotices que as mulheres compram só por comprar...
Abraços,
DG

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Re: Capitalismo e Prostituição: O extermínio da essência feminina.

#10 Mensagem por Alexander Dimitrov » 19 Mar 2006, 21:19

Dionisio_rs escreveu:Interessante análise, esta do camarada Dimitrov....porém há alguns vícios marxista-ortodoxos....que devem ser postos em cheque.
Alexander Dimitrov escreveu:... As prostitutas modernas, pelo contrário, são escravas do capital que foram contaminadas pela cruel "cultura do consumismo
Não só as prostitutas....todos nós somos impelidos a consumir além de nossas necessidades...e no momento que todas as necessidades forem saciadas...criam-se novos desejos...
Criação de novos desejos...essa é a mola propulsora da sociedade de consumo....e não vejo nada de errado nisso a não ser pela forma cruel e desigualitária que é feita, ou seja, se para um único indivíduo chegar a determinado patamar é necessário que muitos padeçam na miséria... assim é feito....é permitido....e é estimulado, inclusive!
Alexander Dimitrov escreveu:...também percebi que no sistema capitalista todas as mulheres são prostitutas...
Também já havia chegado a essa conclusão....e o mais paradoxal de tudo isso é que o sexo pago tornou-se hoje a alternativa mais barata para nós, homens realizarmos nossos desejos sexuais...boa parte da culpa disso, são das próprias mulheres...que põe a realização sexual em último plano, priorizando a ascensão financeira na sociedade de consumo...a maioria morre tentando...pois a gênese básica do modo capitalista é: “tem para alguns...não tem para todos”...uma minoria que consegue são executivas balzaquianas mal-comidas que gastam metade do que conquistaram com psicólogos...quando uma simples piroca dura, anos antes.... teria resolvido o problema...é patético...mas é a dura realidade....
Alexander Dimitrov escreveu:...Segundo a teoria marxista, na concepção materialista, o fator culminante da história é a produção e a reprodução da vida imediata. Mas essa produção e essa reprodução são de dois tipos: por um lado, a produção dos meios de subsistência, por outro lado, a produção do homem próprio, a continuação da espécie. ...
Muito bom...só que Marx...”esqueceu” (e algumas questões é melhor esquecê-las do que tentar resolvê-las...) que o homem é um dos poucos animais que o coito não é só feito para reprodução e continuação da espécie....Pois o macaquinho do polegar antecessor deseja o coito pelo prazer que ele proporciona, pela diversão daquilo tudo e em último caso estará ele pensando na continuação da espécie.....aliás...quando estoura o preservativo e a continuação da espécie está consumada....ele pensa...”mi fudi ”....

Pra piorar a vida do Sr. Marx....não somos abelhas....e o macaquinho “evoluído” tem uma puta de uma individualidade fortíssima...que o frustra quando não é ilusoriamente realizada....
Imagine a frustração do engenheiro nuclear da Alemanha Oriental extremamente inteligente e disciplinado dirigindo o seu belíssimo Lada Laika quando viu, por um instante... do outro lado do muro seu conhecido Ocidental dez vezes menos capaz do que ele dirigindo uma Mercedes Benz...mal sabe ele que para o executivo ocidental pilotar o seu carrão milhares de latino-americanos tem que morar numa favela...mas efim..o certo é que não foram degenerados bebedores de coca-cola que derrubaram o muro de Berlim...

Agora, a prostituição sempre foi a pedra no sapato da tentativa socialista a ponto de em alguns países do bloco pregarem abertamente a sua proibição...pois ela aborda diretamente a questão do desejo pela beleza física....característica esta naturalmente desigual nos seres humanos....Diferente da propriedade intelectual, que pode ser aprimorada...(pode-se culpar a preguiça por não tê-la), a beleza é uma característica nata..As pessoas providas de beleza, sempre tiveram privilégios aqui...na Europa...na URSS...na China e na Albânia Socialista dos anos 80...um verdadeiro soco no estômago na tentativa socialista mais radical e utópica...e não houve “Instituição Correcional de Comportamento” que pudesse mudar tal fato...

No entanto...se o socialismo falhou porquê não conseguiu realizar individualmente a macacada...o capitalismo também falhou pois não consegue prover satisfação igualmente a todos...e se sustenta na ilusão que você irá conseguir...e se conseguir vc precisa de algo mais...

Alguém aqui ainda acha que a esperança é uma virtude ???

E ERA ISSO!

Parabéns, uma análise realmente fantástica!!! Só de ter lido a sua sensata opinião, já recompensou o tempo que passei escrevendo.


Alexander Dimitrov

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#11 Mensagem por Carnage » 19 Mar 2006, 23:33

Putz, cês tão dimais...

Outra hora eu vejo se consigo ler isso... Acho que vou imprimir pra tentar ler no metrô!

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Re: Capitalismo e Prostituição: O extermínio da essência feminina.

#12 Mensagem por Trankera » 20 Mar 2006, 02:17

Alexander Dimitrov escreveu: Concluindo, a mulher, ao passar a ser completamente subordinada aos interesses econômicos masculinos, tornou-se historicamente uma dependente do capital
Mas há esperança :-´

http://www.redpattys.rg.com.br

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#13 Mensagem por General » 20 Mar 2006, 11:46

É...mais uma vez...lamentável!

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#14 Mensagem por ElPatrio » 20 Mar 2006, 13:24

Excelente!!!!!!!


É o Dimitrov voltando a forma.


Dimitrov, antídoto contra a nonsense na internet.

Parabéns camaradas!!!!

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#15 Mensagem por Maestro Alex » 20 Mar 2006, 15:45

GeneralNetto escreveu:É...mais uma vez...lamentável!
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