Karina - Autor: Dante-Rio

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Karina - Autor: Dante-Rio

#1 Mensagem por DANTE-RIO » 18 Nov 2006, 21:46

A Necessidade é a inspiração de todos os caminhos.

Estamos em 1994, novembro, havia alguns meses que eu saíra do emprego. A indenização precisava ser gerenciada, gastos cortados. No entanto, a libido continuava trabalhando e solicitando minha atenção. Era urgente fazer algo para saciar a sede de sexo sem levar fome à carteira, foi quando tive a tal idéia exótica.

Numa segunda-feira quente, enquanto eu lia o jornal, tive o impulso de passar a vista pelos Classificados, mais especificamente na seção de Termas e Massagens. Fui lendo, um a um, os anúncios das meninas. De repente, da nuvem espessa em que a escassez de dinheiro me prendia, meu cérebro estalou num espasmo criativo: talvez, houvesse uma saída...

Olhando todos aqueles nomes e telefones de mulheres inscritos na página do jornal, comecei a dar forma a um plano extravagante que a minha mente, embaçada pela aridez do meu bolso, quis acreditar que pudesse dar certo.

A estratégia esboçada se dividiria em quatro etapas: 1) De todos aqueles números, eu selecionaria somente os que eu percebesse que poderiam ser de meninas que trabalhassem por conta própria; 2) Feito isso, eu ligaria para cada um deles e pediria para chamar um nome qualquer (de preferência, um nome incomum); 3) Quando e menina respondesse que não havia ninguém com o tal nome naquele telefone, eu emendaria com um elogio a sua voz do tipo “nossa, você tem um jeito de falar que é lindo...” Tentaria todos os telefones até pescar alguma pela vaidade; 4) Quando uma delas aceitasse a isca eu engrenaria com alguma conversa e tentaria o golpe da sedução eletrônica.

A manhã passou caminhando por tentativas infrutíferas, ganhei muitos foras, adjetivos pejorativos e baques de telefones na cara.

A insistência é o maior patrimônio de um cara sem grana.

Fui almoçar e programei a continuação da empreitada para a tarde.

Trancado no escritório da minha casa, após o retorno de um pequeno banquete que eu me proporcionei no Bar Brasil, retomei as ligações. Eu já estava ultrapassando um pouco a metade da lista quando a mágica aconteceu...

- Alô! Eu gostaria de falar com a Sulamita? – Como disse, eu havia escolhido um nome que não fosse batido.

- Sulamita??!! Não tem ninguém com esse nome aqui. Tu te enganaste com o número. – Essa foi a resposta que veio carregando um forte sotaque gaúcho.

- Nossa! Que sotaque lindo, que voz linda que você tem! Desculpa dizer, mas seu jeito de falar é mesmo muito bonito, eu não podia deixar de lhe dizer.- Emendei rápido na fala da sulista.

- Obrigada, Piá! Mas não era com a Sulamita que tu querias falar?... – Essa interrogaçãpoveio acompanhada de um risinho malicioso que foi a deixa para prosseguir.

- Era com a Sulamita, sim. É minha prima. Mas gostei tanto do seu jeito de falar que fiquei com vontade de conhecer você. Posso? – Era o meu primeiro golpe.

- Ah, é?... – Expectativa... Será que ela vai desligar?

- Qual seu nome? – Lancei de supetão a pergunta para não deixá-la raciocinar

- Karina.- Karina era o nome usado por ela e será o que adotaremos aqui.

- Você não é do Rio, Karina. Acertei?

- Sou Gaúcha. – A resposta era tão óbvia que não me surpreendi.

- Gaúcha?! Perdida no Rio? – E o papo estava fluindo...

- Não. Estou trabalhando, vou ser sincera contigo, guri, estou sendo acompanhante aqui no Rio. Você procura alguma menina de programa? – Xeque, eu não esperava por uma resposta honesta, pensei que ela disfarçaria por pensar que eu tinha ligado errado.

- Programas??? – Soltei essa ridícula questão.

- Sabe o que é, né? – jogou rindo a Karina.

- Acho que sei... – Comecei a me sentir um idiota. – Mora onde aqui no Rio? – Não quis parar com as perguntas para evitar que ela pensasse.

- Copacabana...


E a conversa engrenou. Ela me contou uma daquelas famosas histórias tristes. Disse que tinha vindo pro Rio para trabalhar num Hotel, mas que nada funcionou e, como ela não queria voltar pro Sul, resolveu morar de aluguel num quarto em Copa. Por sugestão da colega de apartamento e pressionada pelas economias que começavam a minguar, decidiu se arriscar nos programas com clientes que eram indicados pela amiga que já era velha de guerra.

Quando completava quatro meses no Rio, chegando ao apartamento após uma viagem com um cliente, descobriu que tudo o que era seu havia sumido: roupas, dinheiro, objetos, tudo. Ficou desesperada, estava só com a roupa do corpo e um pouco dinheiro no banco. Descobriu que sua parceira de quarto havia desaparecido e levado todos os seus pertences com ela. Pior do que isso, a tal menina também havia entregado o apartamento. Ela teria que sair.

Encurralada, com medo de denunciar o furto, teve o reflexo de pedir ajuda a um cliente, um japonês que passava uma temporada na cidade e que gostava dela.

O Japa a hospedou em sua quitinete alugada, passaram um mês juntos com ele a bancando e, quando voltou para o Japão, deixou pago dois meses de aluguel para que ela pudesse tentar se restabelecer.

Eu chegava nesse ponto da sua história.

- Posso continuar ligando pra você? Queria conhecê-la mais. – Eu queria ter o consentimento dela.

Foram duas semanas ligando para a Karina, duas semanas tentando ganhar sua confiança. Fiquei pensando se não teria sido mais fácil eu ir para uma boate tentar a sorte, mas agora eu estava obcecado, precisava viver o resultado do meu plano.

Ela me dizia ser formada em Letras, que sua última moradia no Brasil foi em Florianópolis. Passou uma temporada na Inglaterra de onde foi deportada como ilegal e, desse imprevisto, veio parar no Rio.
Até que num fim de tarde, durante a semana, ela me avisou que estaria no Méier e perguntou se eu não queria aproveitar para buscá-la e dar uma carona até o seu prédio. Não hesitei, marcamos no início da noite.

O local de encontro era a C&A na Dias da Cruz, cheguei um pouco antes e fiquei plantado, ali, esperando. Ao longe, começo a ver se aproximar uma loira alta vestida num macacão justo e preto, cabelos escorridos e compridos, um corpo descomunal. Ela vinha olhando em minha direção, eu comecei a sentir uma paralisia enquanto a loirassa vinha chegando.

Não vou mentir, fui acometido de uma inesperada tremedeira frenética ao desconfiar que aquela loirona que se aproximava era a gaúcha.

Os músculos do meu rosto, da minha boca, pareciam ter assumido independência, tremiam e repuxavam numa espécie de cacoete histérico. Travou-se uma luta violenta pelo controle dos nervos antes que a Karina se aproximasse demais. A minha vitória foi parcial, meus lábios continuaram rebeldes e repuxando contra a minha vontade, mas o rosto se acomodou.

A beleza da mulher me intimidou.

Quando ela chegou na minha frente, eu já tinha virado estátua, meu único sinal de vida era uma respiração descompassada e os lábios trêmulos.

A moça não era bonita, era uma aberração da estética tal a sua perfeição. A beleza, quando ultrapassa certo estágio, é uma deformação física. Assusta!

Eu me mantinha estático e ela me contava que estava vindo de um evento (também trabalhava como modelo em feiras, exposições, etc.).

Fomos em direção ao meu carro e eu reparando que a loira causava um arrastão de olhares durante o caminho. Eu ainda não estava certo se tinha dado muita sorte ou azar.

Em Copacabana, o prédio dela ficava na Barata Ribeiro, quase na esquina da Siqueira Campos, de frente para um Supermercado. Estacionei na Siqueira.

Surpresa, ela me convidou pra subir. Eu aceitei. O apê se resumia a um quarto e sala minúsculo. Ela foi se trocar e fiquei aguardando na saleta.

De volta, numa camisetinha conjugada com um shortinho jeans que deixava escapar a polpa do bumbum, ela se senta ao meu lado.

Eu continuava meio embasbacado diante dos olhos azuis da loira que me embalava na sua conversa cheia de tu, ti, tri, bah e outras expressões dos pampas.

Reagindo a pasmaceira que havia me possuído, avancei para tentar um beijo, ela permitiu.

Nessa noite, entendi o conceito de Platão sobre o Amor, deixei de ser uma intercessão solitária pra me transformar num único conjunto com aquela beldade nórdica. Nunca mais alcancei uma altitude tão elevada na escala do Prazer. Nunca mais eu iria esquecer aqueles momentos capturados num acaso forçado.

No dia seguinte, mandei flores e ela se emocionou.

Ainda ficamos nos vendo por umas duas semanas, eu estava apaixonado. Íamos a praia, ao cinema, restaurantes. Levei-a até para conhecer minha família. Esqueci de ser prudente com minhas economias e vivi.

Logo, veio a notícia que é a marca da tragédia dos grandes amores: A separação. Ela iria voltar para a Europa antes do Natal, não queria continuar no Brasil, não acreditava num futuro aqui. Convidou-me para acompanhá-la, mas eu, pelo oposto, nunca acreditei num futuro fora do Brasil.

Está entre as minhas maiores perdas o dia que eu a acompanhei até o Galeão, ela entrando na área de embarque e, com rosto triste, me acenou um adeus.

Foi como ver o Diabo levar a minha alma depois de me permitir brincar no paraíso.

Ainda nos correspondemos por algum tempo, até que ela conseguiu voltar pra Londres (seu sonho) e terminou casada com um inglês que lhe deu um filho. A correspondência cessou, nunca mais a vi, nunca mais tive notícias.

Nunca soube se tudo o que me falava sobre ela era verdade. Há alguns anos, percorrendo o Rio Grande do Sul, fiz uma parada na cidade que ela dizia ser o lar de sua família e onde residiu por 19 anos. Deixei uma carta pra ela num endereço que eu tinha, mas nunca soube se a recebeu.

Nem sei por que estou narrando essas lembranças, talvez seja pela falta de um TD mais inspirador; talvez, seja por conta de uma chuva persistente que assolou o Rio por esses dias; talvez, tenha sido o vento gelado que entrou pela janela trazendo uma nostalgia londrina... Talvez...


DANTE

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#2 Mensagem por BetoPuc » 29 Nov 2006, 19:27

Por momentos sai da realidade e viajei na sua cronica...

A outra eu to sem saco para ler mas tarde eu leio.. :-´

Parabens
BetoPuc

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#3 Mensagem por Mr hyde » 29 Nov 2006, 23:28

Beto Puc, escreveu:
Por momentos sai da realidade e viajei na sua cronica...
Eu tambem.

Mas que correste um risco ,correste.

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crônica

#4 Mensagem por DANTE-RIO » 30 Nov 2006, 11:43

Pessoal,

É obrigação minha agradecer a leitura da galera gente fina do GPGUIA.

Valeu mesmo, rapaziada!

Abração,

DANTE

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#5 Mensagem por GPDIRETORIA » 05 Jan 2007, 23:18

::choro:: ::choro:: ::choro:: =D> e EU QUERO A KARINA :cry: :cry: :cry: :cry: :cry: :cry: VOU PARA EUROPA .... :razz:

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#6 Mensagem por Elektro » 22 Jan 2007, 13:29

QUANTO SERÁ QUE CUSTA A KARINA?

ÓTIMA ESTÓRIA!!!!!!!

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#7 Mensagem por DANTE-RIO » 23 Jan 2007, 12:09

Elektro escreveu:ÓTIMA ESTÓRIA!!!!!!!
Obrigado, Elektro! Valeu pela leitura e pelo seu cordial comentário. Foi um grande incentivo.

Abs.

DANTE

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Re: KARINA

#8 Mensagem por General » 23 Jan 2007, 14:29

Muto boa esta frase...
DANTE-RIO escreveu:A insistência é o maior patrimônio de um cara sem grana.
De resto veja que a Karina volta a atacar:
http://www.gp-guia.net/phpbb/phpbb2/view ... 60&start=0

Lamentável!
Editado pela última vez por General em 30 Jan 2008, 09:58, em um total de 1 vez.

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Re: KARINA

#9 Mensagem por DANTE-RIO » 01 Mar 2007, 09:53

General escreveu:Muto boa esta frase...
DANTE-RIO escreveu:A insistência é o maior patrimônio de um cara sem grana.
General,

Agradeço pela leitura e pelo sempre cordial incentivo.

Abs,

DANTE

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#10 Mensagem por DANTE-RIO » 22 Mar 2007, 22:59

Olhando hoje o número de visualizações desta crônica, percebi que é a minha recordista.

Obrigado, GPGUIA!

Abração,

DANTE

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