Cruzeiro Esporte Clube

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Mago Presto
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Cruzeiro Esporte Clube

#1 Mensagem por Mago Presto » 29 Mai 2008, 14:47

História do Clube

Palestra Itália

O Cruzeiro Esporte Clube surgiu de um antigo sonho da colônia italiana de Belo Horizonte de fundar uma associação esportiva que a representasse. Em dezembro de 1920, aproveitando a presença do cônsul da Itália em Belo Horizonte, vários desportistas da colônia resolveram levar a idéia da criação de um clube de futebol. No dia 2 de janeiro de 1921, foi fundado oficialmente a Societá Sportiva Palestra Italia.

As cores adotadas pelo Palestra foram as mesmas da bandeira italiana. O primeiro uniforme do Clube foi camisa verde, calção branco e meias vermelhas, com detalhes em branco e verde.

O primeiro jogo do Palestra aconteceu no dia 3 de abril de 1921, no estádio do Prado Mineiro. O Palestra venceu por 2 a 0 um combinado formado por jogadores de dois times de Nova Lima ( Villa Nova e Palmeiras). Porém, a primeira apresentação oficial da nova equipe ao público foi em um jogo contra o Atlético-MG. Vitória Palestrina por 3 a 0. A equipe era composta por Nullo, Henriqueto e Polenta; Grande, Gallo e Checchino; Pederzoli, Parizi, Nani, Attílio e Armandinho.

Em 1925, ocorreu a extinção da cláusula do estatuto que impedia a participação de atletas de outras nacionalidades no time do Palestra. Outra modificação feita foi o aportuguesamento do nome do Clube que passou a se chamar Sociedade Sportiva Palestra Itália.

Em 30 de janeiro de 1942, em plena 2ª Guerra Mundial, o governo brasileiro, através de um decreto lei, proibiu do uso de termos e denominações referentes às nações inimigas. Neste dia, o Palestra Itália passou a se chamar Palestra Mineiro.

Nasce o Cruzeiro Esporte Clube

A idéia de transformar a equipe em uma entidade totalmente brasileira só foi concretizada em 29 de setembro de 1942, quando a diretoria aprovou uma nova mudança no nome do Clube, que passou a se chamar Ypiranga. No entanto, o time atuou com este nome em apenas uma partida.

Finalmente, no dia 7 de outubro de 1942, em uma reunião entre sócios e dirigentes, foi aprovado o novo nome: Cruzeiro Esporte Clube. Uma homenagem ao símbolo maior da pátria, a constelação do Cruzeiro do Sul, o nome do maior time de futebol de Minas Gerais foi sugerido pelo ex-presidente do Clube, Oswaldo Pinto Coelho.

Relação dos Títulos Oficiais do Cruzeiro

TÍTULOS INTERNACIONAIS

CAMPEÃO
Copa Libertadores da América 1976, 1997
Supercopa dos Campeões da Libertadores da América 1991, 1992
Recopa Sul-Americana 1998
Copa Ouro 1995
Copa Master da Supercopa 1995

VICE-CAMPEÃO
Copa Intercontinental 1976, 1997
Copa Libertadores da América 1977
Supercopa dos Campeões da Libertadores da América 1988, 1996
Recopa Sul-Americana 1992, 1993
Copa Mercosul 1998
Copa Master da Supercopa 1992


TÍTULOS NACIONAIS

CAMPEÃO
Taca Brasil 1966
Campeonato Brasileiro 2003
Copa do Brasil 1993, 1996, 2000, 2003

VICE-CAMPEÃO
Campeonato Brasileiro 1974, 1975, 1998
Copa do Brasil 1998
Copa dos Campeões 2002

TÍTULOS INTERESTADUAIS

CAMPEÃO
Copa Sul-Minas 2001, 2002
Copa Centro-Oeste 1999

VICE-CAMPEÃO
Copa Sul-Minas 2000
Taça de Prata 1969


TÍTULOS ESTADUAIS

CAMPEÃO
Supercampeonato Mineiro 2002
Copa dos Campeões Mineiros 1991, 1999
Campeonato Mineiro 1926, 1928, 1929, 1930, 1940, 1943, 1944, 1945, 1956, 1959, 1960, 1961, 1965, 1966, 1967, 1968 ,1969, 1972, 1973, 1974, 1975, 1977, 1984, 1987, 1990, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2003, 2004, 2006, 2008
Taça Minas Gerais 1973, 1982, 1983, 1984, 1985
Copa Belo Horizonte 1960
Torneio Início 1926, 1927, 1929, 1938, 1940, 1941, 1943, 1944, 1948, 1966

VICE-CAMPEÃO
Campeonato Mineiro 1922, 1923, 1931, 1932, 1933, 1942, 1946, 1950, 1954, 1955, 1962, 1970, 1971, 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983, 1985, 1986, 1988, 1989, 2000, 2005, 2007
Taça Minas Gerais 1975, 1976, 1979
Copa Belo Horizonte 1959
Torneio Municipal 1951
Torneio Início 1921, 1926, 1930, 1931, 1933, 1934

*A Recopa Sul-Americana de 1998 foi disputada em 1999.
*A Taça Minas Gerais de 1982 foi relativa ao título da 1ª fase do Campeonato Mineiro; a de 1983 ao título do 2º turno; e as de 1984 e 1985 ao título do 1º turno. Em 1984 o Cruzeiro ficou com a posse definitiva da Taça Minas Gerais (instituída pela Federação Mineira em 1973) por tê-la conquistado três vezes consecutivas.
*Em 1926 o Cruzeiro disputou dois Torneios Início promovidos por duas federações distintas sagrando-se campeão pela Associação Mineira de Esportes Geraes e vice pela Liga Mineira de Desportos Terrestres.

Hino oficial do Cruzeiro
Hino ao Campeão
Autor: Maestro Jadir Ambrósio

Existe um grande clube na cidade
Que mora dentro do meu coração
Eu vivo cheio de vaidade,
Pois na realidade é um grande campeão
Nos gramados de Minas Gerais
Temos páginas heróicas, imortais

Cruzeiro, Cruzeiro querido
Tão combatido, jamais vencido !

Fonte: site oficial do Cruzeiro. http://www.cruzeiro.com.br/
________________________________________________________________________

Fica aí aberto o espaço para comentários a respeito desse time q geralmente é candidado à título em qualquer competição q dispute.

Fui.

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Hot Sereno
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#2 Mensagem por Hot Sereno » 29 Mai 2008, 15:29

Caro Mago Presto,

Parabéns pela iniciativa do tópico. É surpreendente que houvesse um do Atlético-MG sem a presença de um do Cruzeiro. Agora a grandeza do futebol mineiro está equilibradamente representada.

Interessante é o que tópico foi aberto por um gremista. Grêmio e Cruzeiro tem currículos parecidos, duas vezes campeões da América, quatro vezes da Copa do Brasil e dois Brasileirões.
E ambos tem o azul como sua cor preferencial.

O time atual aparece como um dos canditados ao título desse ano, vamos ver se tem fôlego pra ir até o final nas primeiras colocações. E comandado pelo Adilson, que já foi ídolo do tricolor gaúcho...interessante essas coincidências de fatos entre Cruzeiro e Fluminense com o Grêmio....acho que o inconsciente do Mago Presto falou bem alto na hora de abrir os tópicos :D .

Abraço aos cruzeirenses!



Sereno, de um outro azul.

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Mago Presto
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#3 Mensagem por Mago Presto » 29 Mai 2008, 15:43

Hot Sereno escreveu:Caro Mago Presto,

Parabéns pela iniciativa do tópico. É surpreendente que houvesse um do Atlético-MG sem a presença de um do Cruzeiro. Agora a grandeza do futebol mineiro está equilibradamente representada.

Interessante é o que tópico foi aberto por um gremista. Grêmio e Cruzeiro tem currículos parecidos, duas vezes campeões da América, quatro vezes da Copa do Brasil e dois Brasileirões.
E ambos tem o azul como sua cor preferencial.

O time atual aparece como um dos canditados ao título desse ano, vamos ver se tem fôlego pra ir até o final nas primeiras colocações. E comandado pelo Adilson, que já foi ídolo do tricolor gaúcho...interessante essas coincidências de fatos entre Cruzeiro e Fluminense com o Grêmio....acho que o inconsciente do Mago Presto falou bem alto na hora de abrir os tópicos :D .

Abraço aos cruzeirenses!

Sereno, de um outro azul.
Feliz coincidência, não? :lol: Obrigado pelas palavras e creio q o nobre gremista está correto. Meu inconsciente trabalhou direitinho.

Falando especificamente do time, achei uma pena o Cruzeiro ter vendido o Marcelo Moreno para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, por 9 milhões de euros ou aproximadamente de R$ 23,5 milhões. Este camarada era um forte candidato a ser artilheiro e craque do campeonato.

Resta saber se o restante do elenco será forte o suficiente para manter o time no topo da tabela.

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CARTEIRADOR BANIDO
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#4 Mensagem por CARTEIRADOR BANIDO » 29 Mai 2008, 16:38

Não gosto do Cruzeiro* :!:

E se o Mago quiser abrir tópicos de todos os times de Futebol do Brasil ou do Mundo que comece pelo grandioso ABC de Natal. :?

*Acho que pela Copa do Brasil o finado Ênio Andrade com três jogadores expulsos e sem poder fazer mais substituições mandou alguns jogadores simularem contusões até a partida ser encerrada antecipadamente por falta de jogadores (acho que são 6 na linha) temendo levar uma goleada. Esse jogo terminou 1x0 para o São Paulo (não tenho certeza).

No 2º jogo no Mineirão o Cruzeiro levou a classificação.

Muita Palhaçadinha :!:

Fui

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O Pastor
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#5 Mensagem por O Pastor » 29 Mai 2008, 17:57

Ninguém Liga escreveu:Não gosto do Cruzeiro* :!:

E se o Mago quiser abrir tópicos de todos os times de Futebol do Brasil ou do Mundo que comece pelo grandioso ABC de Natal. :?

*Acho que pela Copa do Brasil o finado Ênio Andrade com três jogadores expulsos e sem poder fazer mais substituições mandou alguns jogadores simularem contusões até a partida ser encerrada antecipadamente por falta de jogadores (acho que são 6 na linha) temendo levar uma goleada. Esse jogo terminou 1x0 para o São Paulo (não tenho certeza).

No 2º jogo no Mineirão o Cruzeiro levou a classificação.

Muita Palhaçadinha :!:

Fui
:lol: :lol:

Levando em consideracao que nao existem cruzeirenses no Forum, nao tenho duvidas de que o destin deste topico e'....a proxima pagina :lol: :lol: .

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Agassi
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#6 Mensagem por Agassi » 30 Mai 2008, 01:36

Boa iniciativa, mas no histórico do clube não havia a necessidade de citar os vice-campeonatos, isso é direito adquirido do Vasco da Gama, ou VICE DA GAMA como queira. :lol: :lol: :lol:

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Caifás
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#7 Mensagem por Caifás » 30 Mai 2008, 11:33

Agassi escreveu:Boa iniciativa, mas no histórico do clube não havia a necessidade de citar os vice-campeonatos, isso é direito adquirido do Vasco da Gama, ou VICE DA GAMA como queira. :lol: :lol: :lol:


:lol: :lol: :lol:

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j,j
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#8 Mensagem por j,j » 30 Mai 2008, 11:44

Dalai Lama escreveu:
Agassi escreveu:Boa iniciativa, mas no histórico do clube não havia a necessidade de citar os vice-campeonatos, isso é direito adquirido do Vasco da Gama, ou VICE DA GAMA como queira. :lol: :lol: :lol:


:lol: :lol: :lol:
Mas acho que o Cruzeiro depois dessa, tá brigando feio com o Vasco.

:lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol: :lol:

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Ice Fox
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Cruzeirense na área

#9 Mensagem por Ice Fox » 03 Jun 2008, 10:10

Vi que um amigo de putaria disse que não havia Cruzeirenses foristas, eu sinceramente nunca tinha vindo nessa área de esportes desse nosso guia, vou tentar participar com mais frequencia, assustei em ver que nosso clube de tantas tradições teve seu tópico aberto somente recentemente, enquanto vejo clubes de segunda com seus tópicos abertos a mais tempo, o manda bala pelo visto São Paulino não contou a historia direito desse celebre jogo Cruzeiro x São Paulo que inclusive valeu a copa ouro em 1995 e era classificatoria da extinta supercopa, segue a história:


A Velha Raposa, Ênio Andrade.
Cruzeiro 1 x 0 São Paulo-SP

02/11/95


No ano de 1995, o Cruzeiro disputou um jogo jogo que valeu por dois. Por dificuldades de agendamento, significavam, simultâneamente, pelo título da Copa Ouro e pela classificação para a próxima fase da Supercopa Dos Campeões da Libertadores.

O adversário foi o timaço do São Paulo, que era bicampeão Mundial e da Libertadores, comandado pelo brilhante técnico mineiro Telê Santana, que disputou o título com total favoritismo.

O Cruzeiro era treinado, na época, por uma velha raposa do futebol nacional, Ênio Andrade, que, pelo time celeste, tinha conquistado o título da Supercopa em 91.

O primeiro jogo aconteceu em Belo Horizonte, e o Cruzeiro jogou desfalcado do ponta Roberto Gaúcho, que tinha sido expulso no confronto anterior contra o Colo-Colo. A batalha dos dois mestres, no Mineirão, foi histórica: o time mineiro entrou muito nervoso e, logo no começo do jogo, Dida falhou e Palhinha marcou 1 a 0 para o São Paulo.

No final do primeiro tempo, o zagueiro Rogério sofreu violenta falta de seu xará são-paulino e revidou; inexplicavelmente, o árbitro pernambucano Wilson de Souza Mendonça expulsou somente o cruzeirense.

O outro zagueiro celeste, Vanderci, tomou as dores do companheiro e deu uma peitada no juiz – foi expulso na mesma hora.

Em seguida, meu macho e Marcelo reclamaram e também foram expulsos. A polícia precisou entrar em campo para proteger o árbitro da ira cruzeirense. A torcida, revoltada com a truculência, gritava sem parar:
“Ah... ah... ah... se roubar vai apanhar!”.

Percebendo que jogar o segundo tempo todo com apenas sete jogadores seria um massacre, Ênio Andrade substituiu rapidamente meio time: saíram Alberto, Dinei e Paulinho, e entraram Luis Fernando Flores, Luis Fernando Gomes e Serginho. Na volta do intervalo, Luis Fernando Gomes simulou uma contusão e saiu de maca; como já haviam sido feitas todas as substituições e, pela regra, nenhum time pode jogar com menos de sete atletas, o árbitro não teve outra opção senão determinar o fim da partida.

A torcida cruzeirense vibrou como se o time tivesse feito um gol. A semana que se seguiu pareceu uma inquisição: a imprensa paulista, a mais parcial do país, passou a semana toda criticando a jogada de Ênio Andrade. Alguns falavam que a manobra não fazia jus à gloriosa história do Cruzeiro; outros alegavam que a jogada foi antidesportiva, apesar de nada constar nas regras do jogo. O jornalista Juca Kfouri, em seu programa Cartão Verde, da Rede Cultura de São Paulo, considerou o jogo como a maior vergonha da história do Cruzeiro Esporte Clube; Djalminha, jogador do Palmeiras, que não tinha nada a ver com a história, declarou que, se o técnico o mandasse cair, ele não cairia. Esqueceram eles de comentar a péssima arbitragem do juiz da partida, que expulsara em um único lance quatro jogadores.

O Cruzeiro foi jogar a final no estádio do Pacaembu sem os seus cinco titulares, e a imprensa paulista esperava uma goleada que colocasse aquele time mineiro no seu devido lugar. Não se lembraram de que aquele time era o Cruzeiro Esporte Clube, acostumado a conquistar títulos em todos os estádios do Brasil e do mundo, e de que não ganhariam o jogo no grito.

Os deuses do futebol já pareciam sinalizar o que iria acontecer, pois o dia do jogo coincidia com o aniversário de 29 anos da brilhante conquista da Taça do Brasil, o primeiro título nacional do Cruzeiro, ali mesmo no Pacaembu. Supersticioso, Ênio Andrade não quis viajar no dia do jogo, porque era Dia de Finados; assim então a delegação partiu um dia antes.

O Cruzeiro teve que jogar muito improvisado, colocando o lateral Nonato na lateral direita para que Serginho jogasse pela esquerda – tudo porque o Cruzeiro estava com o elenco muito reduzido.

A torcida são-paulina veio conferir o massacre e assistir à conquista de mais um caneco, mas a história não seria bem assim. Os dois times entraram em campo e a expressão na cara dos jogadores celestes era de que aquele não era um simples jogo, era uma batalha.

O São Paulo, como era esperado, começou melhor e atacando muito. Aos 9 minutos, Amarildo recebeu na lateral e cruzou para trás; Denílson bateu na corrida, mas por cima do travessão. Logo depois, Caio teve bela chance, mas, quando estava na cara do gol, foi desarmado por Ademir, que era um leão em campo. Apenas aos 20 minutos o Cruzeiro começou a equilibrar a partida e a sair do sufoco, com bons ataques de Paulinho e de Dinei. Mas o primeiro tempo acabou com nítida vantagem para o São Paulo, para o qual o empate daria o título.

O segundo tempo começou e o Cruzeiro surpreendeu: aos 14 minutos, Dinei recebeu e tabelou com Roberto Gaúcho. O ponta levantou a cabeça e, de pé direito, cruzou rasteiro na área para o próprio Dinei, que entrou como um azougue, chutando rasteiro no canto de Zetti. O Cruzeiro, para surpresa geral, abria o marcador e silenciava o Pacaembu.

Telê Santana trocou Denílson por Palhinha e foi vaiado pela torcida, que queria a saída de Amarildo. O São Paulo partiu desesperado para o ataque, mas o gol não saía, pois todos os ataques acabavam nas mãos de Dida, e nos contra-ataques, o Cruzeiro levava uma pressão terrível com a velocidade de Roberto Gaúcho e de Dinei.

No final do jogo, Dinei foi à linha de fundo e cruzou para Paulinho marcar um golaço de calcanhar. Seria o gol do título, não fosse o árbitro anular o gol, alegando que a bola tinha saído antes do cruzamento. No replay da televisão, ficou claro que a bola não tinha saído por pelo menos um metro. Agora, nem a imprensa paulista poderia reclamar de o São Paulo ter sido prejudicado.

O jogo acabou e o título seria decidido nas cobranças de penalidades. Na primeira cobrança do Cruzeiro, Nonato ignorou as vaias e bateu com categoria, marcando o primeiro. O veterano Alemão se preparou para cobrar o segundo, enquanto a torcida são-paulina cantava seu hino – “Oh tricolor... Ô... Ô... Ô... clube bem amado...”. O veterano jogador bateu forte, mas Dida voou como um gato no canto certo e defendeu, calando mais uma vez o Pacaembu. Paulinho Maclaren bateu com tranqüilidade e também converteu; o zagueiro Bordon correu e soltou uma bomba, mas a bola estourou na trave e saiu. O Cruzeiro agora tinha a vantagem de duas cobranças e o meio-de-campo Alberto também bateu e converteu. Se o são-paulino André errasse, o jogo acabaria, mas ele bateu bem e marcou, ficando a decisão para o zagueiro Gelson Baresi. O zagueirão correu e bateu forte no canto esquerdo. O goleiro Zetti pulou para o canto errado, a bola entrou e o Cruzeiro novamente era campeão.

Os jogadores corriam e se abraçavam. Depois de 29 anos, o Cruzeiro conquistava mais um título no Pacaembu, relembrando a prepotente imprensa paulista que aquele não era qualquer adversário, aquele era o Cruzeiro, campeão mais uma vez. Ênio Andrade, como de costume, saiu calado de campo, sem perder a classe; havia ganhado o duelo contra Telê, mostrando a todos o porquê de o mascote do Cruzeiro ser a raposa. Mesmo com a vitória, o velho mestre ignorou os medíocres e mesquinhos jornalistas, que esperavam uma resposta mal-educada ao massacre de críticas que tinha sofrido. Mas Ênio era bom demais e estava acima disso tudo – afinal, tinha levado a melhor, com o regulamento debaixo do braço.

Aos cronistas paulistas que tanto falaram durante a semana coube apenas o silêncio dos derrotados. O Cruzeiro, mesmo prejudicado pela arbitragem, foi campeão na raça, enchendo de orgulho todos os torcedores e provando mais uma vez a alegria de ser cruzeirense.

Se a maior vergonha da história do Cruzeiro é ganhar um título continental, imaginem as maiores glórias.

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#10 Mensagem por Hot Sereno » 03 Jun 2008, 12:29

Boas vindas à area, caro Ice Fox,

É bom mesmo que participes, pois a inexistência prévia do tópico do Cruzeiro e a ausência de seus torcedores por aqui, não condiz com grande clube que é e com a grande torcida que tem. O Cruzeiro não é o ABC nem o Ipatinga, nem o Riograndense de Santa Maria (meu outro time do coração), é um dos maiores clubes e um dos com mais títulos importantes do país.

Quanto à história por ti descrita, faz parte do futebol, ninguém aqui pode dizer que um dia o seu time não fez ou pensou em fazer algo em nome da "malandragem" e da "estratégia" num jogo de futebol, ninguém é santo dentro do campo....bem, o Kaka talvez seja :D ...

E sobre o Enio Andrade, trata-se, segundo especialistas, jogadores, admiradores e historiadores do futebol, de um dos maiores técnicos estrategistas que já existiram no Brasil. Aqui no sul, treinou o Grêmio e o Inter, foi campeão em quase todos os times por onde passou e, se perguntarem a todos os jogadores que o conheceram, a grande maioria vai dizer que foi o melhor técnico com quem trabalharam. Isso não é minha opinião, é história e informação.


Sereno, de um outro azul (tá, já disse isso antes....)!

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Re: Cruzeirense na área

#11 Mensagem por Fortimbrás » 03 Jun 2008, 12:54

Boas, Ice. Já era tempo de termos por aqui um cruzeirense para participar das nosssas conversas e discussões.

O legal do futebol ( e das putas ) é exatamente isso, a forma como ele pode aglutinar tantas pessoas que não teriam nada em comum a não ser a paixão pelo esporte.

Sobre a imprensa paulista, eu concordo contigo .

A grande maioria dos cronistas que falam de futebol e esportes em geral na impresna paulista é composta por bufões, palhaços e camelôs.

Quase nada se aproveita, a não ser nos canais fechados.

Ainda.

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#12 Mensagem por Ice Fox » 03 Jun 2008, 23:22

Agradeço as boas vindas, vou tentar me tornar mais frenquente nessa parte do fórum, afinal sou lider do Brasileirão 8) . E a imprensa paulista é foda, pior é a panelinha Rio-São Paulo, assistir programas esportivos na Band e Record é triste, apesar de ter melhorado um pouco nesses últimos anos. Um exemplo é que sei tanto das atualidades do meu time quanto dos times de São Paulo e Rio. Quanto a times do Rio Grande do Sul e Paraná que tambem são escolas importantes do futebol, mal recebo noticias deles.

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O maior baile que Pelé levou na vida

#13 Mensagem por Ice Fox » 18 Jun 2008, 11:06

Continuando contando a saga do time 5 estrelas, vai uma historia da década de sessenta, que está no livro jogos imortais.

Cruzeiro 6 x 2 Santos-SP


30/11/66


Chovia torrencialmente em Belo Horizonte naquela semana. A cidade vivia a emoção da disputa de um campeonato de expressão nacional, pela primeira vez, no Mineirão. O presidente do Cruzeiro, Felício Brandi, tentava não demonstrar, mas estava preocupadíssimo com a possibilidade de aquele time de toque de bola rápido e refinado jogar em um campo muito pesado, o que provavelmente favoreceria o Santos, adversário temido por todos os times do mundo e muito mais experiente do que os meninos do Barro Preto.

O Santos de Pelé era uma máquina de ganhar títulos. Nos cinco anos anteriores, ganhara as cinco Taças do Brasil, duas Copas Libertadores da América e dois Campeonatos Mundiais Interclubes. Ninguém na imprensa bairrista paulistana conseguia imaginar que um time de garotos, saído de um Estado sem tradição de revelar grandes times podia fazer frente à esquadra comandada pelo "Rei do Futebol". Já em Minas Gerais, a expectativa era bem diferente. Havia mais de um ano e meio que aqueles garotos vinham encantando com apresentações maravilhosas, enchendo a todos de esperanças de trazer para Minas aquele título inédito.

No dia 30 de novembro de 1966 um sol maravilhoso nasceu na Serra do Curral, espantando as nuvens cinzentas que teimavam em escurecer o famoso horizonte mineiro. Para os supersticiosos, até São Pedro queria ver aquele espetáculo sem nada que obstruísse a sua visão. A drenagem do Mineirão era outro orgulho da engenharia de Minas Gerais, pois, na hora do jogo, o gramado do gigante da Pampulha estava em perfeitas condições.

Felício Brandi mostrava por que o Cruzeiro era a Raposa: antes de ir para o estádio, prometera um prêmio recorde pela vitória, além de colocar duzentos ônibus à disposição da torcida cruzeirense. No caminho para o estádio, duas cenas impressionantes: o comércio fechou mais cedo, e mais de 97 mil pessoas pagaram para ver o espetáculo, batendo o recorde de público brasileiro, estabelecido três anos antes em um Fla x Flu. Todos se perguntavam como aquele time, até então inexpressivo no cenário nacional, podia encher um estádio com torcedores vestidos de azul e branco daquela forma.

O jogo começou e a bola foi lançada na ponta-esquerda do ataque do Cruzeiro. Hilton Oliveira recebeu e driblou o jovem lateral-direito Carlos Alberto, que mais tarde seria capitão da Seleção Brasileira. Na lateral, Hilton levantou a cabeça e cruzou na área; desesperado, o santista Zé Carlos entrou, na tentativa de cortar a bola, e empurrou para dentro, das próprias redes! O Mineirão explodiu, quase 100 mil pessoas pulando e socando o ar enquanto Zito, capitão da esquadra santista, devolvia a bola para o meio-de-campo.

O Santos tentou cadenciar a partida após o recomeço e recuou a bola para a sua própria intermediária em toques lentos. Como que à espreita da presa, o Cruzeiro adiantou a marcação, sufocando a defesa santista. Nesse momento, um dos muitos lances mágicos da partida: Pelé recuou até o meio-de-campo e pediu a bola, com o braço direito levantado. O "deus de ébano" do futebol recebeu a bola no mesmo instante, sentindo o marcador se aproximar por trás. O Rei gingou o corpo em um drible que, durante sua carreira, deixou 98% dos seus marcadores humilhados. Pelé mal conseguiu ver o vulto azul que passou sem praticamente tocá-lo, levando consigo a bola e puxando o contra-ataque. Sua majestade ficou parada, olhando Piazza se distanciar, sem ao menos tentar acompanhá-lo, tal era a surpresa de encontrar um marcador limpo, que jogava na bola. Piazza deixou o Rei para trás e passou para Dirceu Lopes, um baixinho camisa 10 que tinha as canelas tão finas que os zagueiros salivavam ao vê-las; mal sabiam eles que nunca conseguiriam acertá-las. Dirceu Lopes dominou a tabela em velocidade com Evaldo, terminando a linha de passe com a bola nos pés de Natal, que, de frente para Gilmar, apenas escolheu o canto para balançar as redes. A torcida, que nem tinha acabado de comemorar o primeiro gol, pulou com entusiasmo. Em apenas 5 minutos, aqueles garotos desmantelaram o maior time do mundo, e o espetáculo estava só começando.

Aos 20 minutos, a defesa santista estava enlouquecida: se tentavam parar Tostão, a bola procurava Dirceu; se corriam atrás de Dirceu, ela teimava em procurar Natal, na ponta; se congestionavam a ponta, Tostão, já livre, pedia a bola. Nas poucas vezes em que o Santos conseguia a posse da bola, lá estava Piazza, parando o ataque mais temido do mundo. Em uma tabela rápida, Dirceu, que a esta altura já era chamado de Príncipe da Bola, recebeu de frente para o gol e, com um drible seco e um chute forte, ampliou! Cruzeiro 3 a 0.

Pouco tempo depois, outro lance histórico: o capitão do esquadrão santista era o Zito, naquela época, já bicampeão do mundo pela Seleção Brasileira, que, como de costume, assumiu a responsabilidade de parar o jovem Dirceu. Num lance espetacular, Dirceu recebeu novamente de frente para o gol e deu dois cortes rápidos e desconcertantes no capitão santista, um para a direita e outro para a esquerda, acertando uma bomba na gaveta do também bicampeão Gilmar que, no pulo desesperado para tentar a defesa, acertou a sua própria trave, caindo dentro do próprio gol.




Cruzeiro 4 a 0, fora o baile!


Nesse momento, já atordoados com aquele esquadrão, o Santos, numaa última tentativa de intimidar a jovem equipe celeste, começou a apelar para a violência. Isso complicou ainda mais sua situação, pois, após Natal praticar um carnaval na defesa santista, foi derrubado dentro da área – pênalti que Tostão bateu com uma categoria incrível, fechando o placar do primeiro tempo.


Cruzeiro 5 x 0 Santos. Sobre o imbatível Campeão Mundial Interclubes.


A torcida quase não tinha voz para gritar; os jogadores caminharam para o vestiário sob aplausos ensurdecedores. Na volta para o segundo tempo, logo nos primeiros minutos, mais uma vez o Rei pediu a bola. Quase que automaticamente, Piazza o desarmou, com incrível precisão. Já cansado de não conseguir fugir da marcação implacável de Piazza, pois não estava acostumado a ser marcado de forma limpa, o Rei, descontrolado, desceu do seu pedestal. Em um lance desleal, que não era de seu feitio, Pelé acertou Piazza, que ficou no gramado se contorcendo de dor. Vendo aquilo, o xerifão Procópio foi até o meio-de-campo e acertou uma peitada no Rei, para proteger o colega. Naquele momento, se escrevia mais um lance histórico: Procópio provou que, se eles não podiam vencer aquele time na bola, com certeza não iriam ganhar no grito, afinal, como todo o continente constataria mais tarde, ninguém nunca ganharia do Cruzeiro no grito.


Com Pelé e Procópio expulsos, o Santos esboçou uma reação, marcando dois gols em três minutos, com Toninho, mas isso não preocupou a torcida celeste. O Cruzeiro começou a tocar a bola e, num lançamento em profundidade, Evaldo dividiu com Gilmar e a bola saiu, como se procurasse os pés de alguém para parar.


Como diz o velho ditado do futebol, a bola procura quem a trata bem. Nesse momento, provando a verdade do ditado, ela parou manca nos pés do príncipe Dirceu Lopes, que, com o gol escancarado, só empurrou para as redes, selando o placar do embate! Cruzeiro 6 x 2 Santos.


O Cruzeiro Esporte Clube nascia para o Brasil, e nunca mais pararia de crescer, nem de encantar os apaixonados pelo esporte mais popular do mundo.


Cruzeiro: Raul, Pedro Paulo, Willian, Procópio e Neco, Piazza e Dirceu Lopes, Natal, Eraldo, Tostão e Hilton.

Santos: Pelé, Gilmar, Mauro, Carlos Alberto, Zito, Lima, Mengalvo e Pepe, Zé Carlos, Durval Oberdian e Toninho.

Está em boas mãos!

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Ice Fox
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#14 Mensagem por Ice Fox » 25 Jun 2008, 13:31

Gostaria de pedir pra que retirassem os vice campeonatos no primeiro post, alias são poucos times que tem tantos títulos como nós, é informação sem necessidade.

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O PRIMEIRO CLASSICO NO MINEIRÃO; CRUZEIRO x Atletico

#15 Mensagem por Ice Fox » 25 Jun 2008, 13:42

Pasmem, no primeiro clássico do Mineirão, o rival fugiu. :lol:


Na década de 60, o futebol mineiro mudaria: num gesto de ousadia, o governo do Estado construíra o que, na época, seria o segundo maior estádio coberto do mundo, o Gigante da Pampulha, Estádio Governardor Magalhães Pinto ou, simplesmente, Mineirão.

Parecia um capricho dos deuses do futebol, já que aquele grande palco do esporte ficara pronto bem a tempo de ver a formação dos artistas da primeira academia celeste, o maior time de futebol que Minas Gerais veria jogar: o grande Cruzeiro da década de 60.

Na cidade, a torcida cruzeirense ainda era pequena, e tinha que engolir a maioria esmagadora de atleticanos. Mas em campo esta superioridade estava mudando. Um grupo de meninos pincelados de vários lugares pelo presidente Felício Brandi vinha demonstrando que, no Barro Preto, um grande time vinha se formando. Aquele clube de imigrantes italianos que, na época da Segunda Guerra Mundial, fora perseguido e obrigado a mudar de nome, estava se tornando uma verdadeira máquina de jogar futebol, um time que faria as crianças da cidade se recusarem a torcer pelo Atlético-MG, pois queriam ser felizes e comemorar as vitórias daqueles garotos; um time que faria aqueles italianos esquecerem o esquadrão palestrino do final da década de 20.

A expectativa em Belo Horizonte era muito grande para o primeiro clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, no Mineirão. Esta seria a real inauguração do estádio: os times rivais se enfrentariam pela primeira vez, numa partida que marcaria a história do futebol mineiro. A maioria atleticana, mesmo cega em relação à superioridade técnica celeste, acreditava que escreveria na história do estádio as páginas da primeira vitória em um clássico; mal sabia ela que sua vitória em um clássico demoraria alguns longos anos.

O Cruzeiro liderava o Campeonato Mineiro, mostrando um futebol vistoso. Seu meio-de-campo era comandado por dois gênios, Tostão e Dirceu Lopes, e, na ponta-esquerda, o habilidoso Hílton Oliveira vinha infernizando as defesas adversárias. As mais de 60 mil pessoas que foram ver o clássico viram o jogo começar como esperaria qualquer pessoa que entendesse de futebol: com o domínio do melhor time, ou seja, o domínio cruzeirense.

Com Ílton Chaves jogando plantado, lançando seu xará Hílton Oliveira na ponta-esquerda aos 7 minutos do primeiro tempo, o time começava a mostrar suas armas. Hílton Oliveira driblou vários atacantes e só parou devido a um pontapé desleal e desesperado do atleticano Buglê. O ponta celeste demorou quase três minutos para ser atendido em campo.

O jogo estava muito nervoso e, aos 19 minutos, Pedro Paulo e Viladonega se desentenderam e trocaram agressões. Era clara a tentativa dos atleticanos, mais experientes, de usar a artimanha da intimidação contra os garotos cruzeirenses. Mas estes não abaixaram a cabeça e, no campo, a partida quase descambara para a violência.

O Cruzeiro dominou o primeiro tempo e, apesar da violência, tomou conta da partida, muito organizado dentro de campo, com ótima atuação de meio-de-campo formado por Tostão, Hilton Chaves e Dirceu Lopes. O goleiro celeste Tonho era um reles coadjuvante, já que não tivera nenhum trabalho com o ataque rival, que não mostrava nenhuma objetividade. Hilton Oliveira continuava aprontando das suas e, aos 41 minutos, João Batista atingira o ponta sem bola – era o único recurso que faltava à defesa alvinegra.

No segundo tempo, o técnico atleticano, notando que Buião já não conseguia vencer a marcação rígida do lateral celeste Neco, mandou que o Atlético atacasse pelo lado de Noêmio, mas também não conseguiu um bom resultado porque Pedro Paulo anulou completamente as investidas pelo lado direito. Aos 17 minutos, o estádio comemorou um gol que não tinha acontecido: Marco Antônio, em bonita jogada, fintou vários jogadores e atirou forte. A bola, rasteira, ficou presa à rede pelo lado de fora, enganando a torcida celeste, que comemorara o gol.

Aos 25 minutos, Tostão fez tabelinha com Hilton e este cruzou. Wilson, que fechava pela ponta-direita, saltou e chutou de sem-pulo. A bola passou por Perez e foi se chocar contra o poste direito – a pressão celeste era terrível! Foi então que o jovem príncipe Dirceu Lopes carregou a bola na intermediária, levantou a cabeça e lançou em profundidade Hilton Oliveira, que foi à linha de fundo e cruzou para Marco Antônio, que se encontrava fora da área. O atacante dominou e, vendo a movimentação de Tostão, deu o passe. O craque veio na corrida e chutou forte, sem defesa para o goleiro atleticano: acontecia ali o primeiro gol em um Cruzeiro e Atlético no estádio do Mineirão.

Na arquibancada, a alegria era da torcida azul, e o time atleticano se desesperava, afinal, uma semana de preparativos para a vitória no primeiro clássico tinha iludido a todos. As agressões aos jogadores celestes aumentaram, e a torcida celeste não segurava mais os gritos de olés. Foi então que o vexame ocorreu: aos 34 minutos do segundo tempo, surgiu um pênalti de Décio Teixeira em Wilson Almeida. O juiz Juan de La Passion marcou com convicção e foi agredido várias vezes pelos jogadores do Atlético, inclusive pelo técnico Marão. Os policiais entraram em campo e se desentenderam com os “atletas” atleticanos. Alguns diretores do rival invadiram o campo, gritando que a falta tinha sido em cima da linha. Esqueceram-se de um pequeno detalhe: falta sobre a linha da grande área é pênalti! Desesperados e mostrando total covardia, o time atleticano abandonou o campo antes que o Cruzeiro cobrasse o pênalti. Mesmo depois de ser agredido o árbitro ainda esperou 25 minutos em campo, cercado por dirigentes, para que o pênalti pudesse ser cobrado. Como não foi possível fazer isso, ele foi obrigado a encerrar a partida e decretar o Cruzeiro vencedor.

Em 40 anos de estádio, ambos os times venceram vários clássicos, mas apenas uma vez um time fugiu de campo, envergonhando a sua história. O Cruzeiro fez sua parte: ganhou a partida no campo! Ao rival, coube a vergonha da fuga no primeiro clássico do Mineirão. (Belo texto, retirado do livro Jogos Imortais)



Escalação:

Cruzeiro: Tonho, Pedro Paulo, Willian, Vavá, Neco, Hilton Chaves, Tostão, Dirceu Lopes, Wilson Almeida, Marco Antônio e Hilton


Atlético: Luis Peres, João Batista, Vander, Bueno, Décio Teixeira, Bougleux, Viladonega, Buião, Toninho, Roberto Mauro, Noêmio

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