Literatura – HQ´s - História – Filosofia –

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VII - nas guerras externas

#76 Mensagem por General » 15 Mar 2006, 10:58

nos múltiplos embates do Decênio Heróico, de capitão da Guarda Nacional a general farrapo, aprendeu muito ao ponto de tornar-se um dos maiores líderes de Cavalaria.

Sua Academia Militar foi a das coxilhas no dizer de Moro Mariante, entre "para tatás de centauros, pontaços de lanças, tilin-tilins, de armas brancas e cargas de Cavalaria", ou na Arte Militar dos Pampas, tão exaltada por Garibaldi em suas Memórias escritas por Alexandre Dumas.

Segundo ainda Mariante em Farrapos - guerra à gaúcha (Porto Alegre, M. Livreiro, 1985), possuiu farda azul de pano fino, com bordados a ouro de general e divisa escarlate bordado a ouro com a inscrição EXÉRCITO REPUBLICANO RIO-GRANDENSE. O azul era a cor da república. No diário o traje de era um poncho branco, às vezes jaqueta de brim e chapéu de abas grandes . Característica de Simplicidade e Rusticidade.

Na guerra contra Oribe e Rosas 1851-1852, não participou, pois, segundo Wiedersphan, "vivia no Uruguai, suspeito e espiado pelo Império", para onde recolheu-se, embora signatário da Paz de Ponche Verde.

No entanto, nas guerras contra Aguirre do Uruguai (1865), e contra Solano Lopez do Paraguai (1865-1870), teve oportunidade de prestar relevantes serviços à Integridade e à Soberania do Brasil, bem como aos interesses da Colônia Brasileira no Uruguai, como líder natural da mesma, no comando de uma Brigada Ligeira de Cavalaria. Isto ao fazer a vanguarda do Exército, ao comando do marechal João Propício Mena Barreto, tendo destacada atuação em Paissandú, então como brigadeiro.

Na campanha contra o Paraguai, até 1866, fez a vanguarda das forças do Brasil, ao comando do General Osório, de Uruguaiana a Tuiuti.

Destacou-se no comando de sua Brigada Ligeira de Voluntários, que fazia a vanguarda de Osório na invasão do Paraguai em Passo da Pátria, em 16 de abril de 1866 e nos dias seguintes no estabelecimento da cabeça-de-margem no território adversário, para o prosseguimento das operações.

Em 24 de maio de 1866, em Tuiuti, a maior batalha campal da América do Sul, vencida pelo general Osório, nela, com seus esquadrões de cavalos amilhados, desempenharam relevante e muito importante papel em Potrero Pires, ao retardar a tentativa de envolvimento do flanco esquerdo do Exército Aliado, tentado por Barrios, até que Osório pudesse enviar reforços para anular a tentativa envolvente por aquele lado.
Editado pela última vez por General em 25 Jan 2008, 13:17, em um total de 1 vez.

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Tirrex
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#77 Mensagem por Tirrex » 16 Mar 2006, 00:22

Jactância = Ostentação, vaidade, vangloriar-se, orgulho, pose pretenciosa. Variante: jatância.

Jurassic Bop também é cultura.

Cultura inútil.

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VIII - A amizade antiga de com o General Osório

#78 Mensagem por General » 16 Mar 2006, 11:44

Já se passavam 30 anos do encontro, em 7 de abril de 1836, na barraca do general republicano Antônio , nas imediações da sitiada Caçapava do Dr. Sebastião - filho do brigadeiro Bento Manuel, com o Tenente do Exército Osório, com permissão de seu comandante superior. Encontro assistido por e Jacinto Guedes da Luz, no qual o Dr. Sebastião Ribeiro, citado, convidava Osório, em nome do pai, para passar para o lado republicano ao que este respondeu:

"Meu lugar, foi, é e será sempre nas fileiras da legalidade. Aí tenho combatido, aí hei de vencer ou morrer. Aí foi que eu comprometi a minha lealdade e nada haverá no mundo quem me fizesse abandoná-los. "

Perguntando se aquela era a última palavra Osório respondeu:

"- Uma e única. Costumo ter uma só palavra."

Após pedir licença despediu-se com um aperto de mão dos presentes, Dr. Sebastião e dos farrapos e Guedes que haviam em silêncio assistido à entrevista e lhe estendido a mão. Montou em seu cavalo e a seguir dirigiu-lhe a palavra:

"- Adeus bravo patrício, breve haveremos de vê-lo rendido. O sítio há de ser rigoroso!"

E o tenente Osório respondeu-lhe:

"- Será o que Deus querer!"

No dia seguinte Osório em companhia do irmão José e mais 39 soldados de Cavalaria, com auxílio de um escravo que abria picada através do mato, a machado, conseguiu escapar ao sítio indo apresentar-se a Rio Pardo, ao comandante Cel Gabriel Belo Lisboa, pouco depois, conforme referimos, morto em ação em Triunfo, de modo heróico em defesa do local, até então essencial ao abastecimento de charque da sitiada Porto Alegre.

e Osório foram companheiros de mocidade em Bagé antes da Revolução e nutriam admiração recíproca. Agora juntos no início da guerra, Brigadeiro Imperial e Osório Marechal-de-Campo do Exército Imperial e seu comandante em operações contra o Paraguai, escreveram as mais belas páginas de nossa História Militar - Marcha até Corrientes, Travessia do Passo da Pátria e Batalha de Tuiuti.

Osório e foram dois expoentes da Cavalaria e do gaúcho brasileiro histórico e cultores das virtudes de Firmeza e Doçura que aqui referimos e simbolizados nos amores-perfeitos do brasão da Republica Rio Grandense elaborado pelo Cel José Mariano de Mattos.
Editado pela última vez por General em 25 Jan 2008, 13:28, em um total de 2 vezes.

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xana-town
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borocohô??????

#79 Mensagem por xana-town » 16 Mar 2006, 17:29

Quem pode me ajudar?

Recebi um email de minha melhor amiga (uma paraibana de João Pessoa que mora em Montreal) e ela escreve isso:

xxxx que nao gosta de te ver doente e borocochô.

Que significa «borocochô»??????????

(Não estou «doente» mas ontem, quando eu jantei com ela, tive um dor no joelho....argggh reumatismo!)

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Carnage
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Re: borocohô??????

#80 Mensagem por Carnage » 16 Mar 2006, 17:33

xana-town escreveu:Que significa «borocochô»??????????
borocochô é desanimado, cabisbaixo, amuado.

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X - Retorno ao pago para o sono eterno

#81 Mensagem por General » 17 Mar 2006, 09:11

Quando o Coronel Estigarribia e sua coluna, a mando do ditador Solano Lopes, invadiram o Rio Grande em 1865, vinte anos após o começo da Revolução, aos 62 anos reuniu 1.500 rio-grandenses que viviam no Uruguai e no Rio Grande para formar, novamente, a Brigada Ligeira , a lendária Brigada Ligeira do General farroupilha , que sempre vinha na vanguarda das tropas brasileiras e, na sua última batalha, no maior confronto militar já ocorrido na América do Sul, na Batalha do Tuiuti, envolvendo 21 mil homens das forças aliadas e 24 mil das forças paraguaias, foi novamente valoroso.

E logo depois dessa batalha, aos 63 anos que este grande campeador da Liberdade e da República foi ferido a bala e mandado para um hospital em Corrientes, Argentina. Veio a morrer no hospital, em 2 de julho de 1866 vítima da febre e assim imolado em defesa da Soberania e Integridade do Brasil.

Em 1966, no ano do centenário de sua morte, Neto foi exumado em Corrientes. Um avião da FAB aterrou em Bagé transportando os restos de um dos mais destacados líderes de Cavalaria do Brasil. Restos endereçados à Chefia do Estado-Maior do III Exército. Em meio à tocante cerimônia, o general comandante da 2ª Divisão de Cavalaria, em Bagé, Gen de Brigada Fritz Azevedo Manso introduziu a urna do grande cavalariano farrapo e depois imperial e vanguardeiro de Osório, até Tuiuti, na defesa da Integridade e da Soberania do Brasil, num mausoléu de mármore branco com o seguinte epitáfio:

"Aqui descansam os restos mortais do Brigadeiro Antônio de Souza , falecido na cidade de Corrientes, em 1º de julho de 1866."

Entre os discursos pronunciados recolhi estas pérolas:

"O Brigadeiro Antônio , também foi representativo do torrão continentino e do maior quilate, figura espartana de soldado e modelo de lealdade."

O historiador Tarcísio Taborda ligado à família de Silva Tavares, por parentesco, assim falou em discurso no cemitério em seus trechos mais expressivos:

"Os manes do herói voltam à Pátria. E voltam à frente da Cavalaria Rio-Grandense. Foi de Bagé que ele saiu à frente do Exército Brasileiro para lutar no Paraguai...

Seus restos aqui vem se juntar aos de seu adversário constante - Silva Tavares, Visconde de Cerro Alegre. Unidos como durante o período em que lutaram contra nossos vizinhos em defesa da Integridade do Brasil. Unidos, na morte, como unidos estiveram na glória, dois ilustres rio-grandense e heróis do Brasil."

E completaríamos dois grandes, valorosos e autênticos soldados do Brasil, no Rio Grande do Sul exemplares e coerentes, na luta pelas suas verdades à República e à Monarquia na Revolução Farroupilha, mas unidos numa verdade comum - à defesa da Integridade e da Honra do Brasil.

Os registros do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul trazem interessantes subsídios sobre .

(Aqui finalizo este apanhado histórico)
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Dom Braz
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#82 Mensagem por Dom Braz » 17 Mar 2006, 11:12

Esse livro do Eduardo Bueno é muito bom. Viagem do Descobrimento.
O Brasil já comecou mesmo na putaria, tem outra parte que fala que em alguns bairros de Lisboa havia batedores de bolsa e ladroezinhos de todo tipo. Uma lei alguns anos depois do descobrimentos do Brasil desterrava esses marginais pra cá. As mulheres dos proprietários das Capitânias hereditárias acreditem eram as putas indesejadas em lisboa.


O Roger do ultraje é que está certo.
No Brasil é tudo filho da puta

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Maestro Alex
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#83 Mensagem por Maestro Alex » 17 Mar 2006, 19:55

De La literatura y el Puterío


Morir - El Inicio de una Puta...Por: Leonel Giacometto

Levanta el arma y me mira. Ahora, mi destino es más incierto. Debo hacerlo. Debe hacerlo. Él o cualquiera. Todos los objetos que observo a su alrededor son el arma con la cual me apunta. Él es mi asesino y el arma con la que me apunta es enormemente amenazante (con el tiempo pensaré lo contrario), increíblemente certera (veremos) y extrañamente atractiva (con el tiempo, también pensaré lo contrario). No me mira a los ojos, sino donde apunta. Tiemblo. Tiembla. Jadeo. Jadea. Siento el primer disparo, cierro automáticamente los ojos y me muerdo el labio inferior. Dolorosamente, sonrío. Después, sobre la sábana, la mítica sangre del fin de mi virginidad.

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Tricampeão
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#84 Mensagem por Tricampeão » 17 Mar 2006, 20:34

maestroalex escreveu:De La literatura y el Puterío


Morir - El Inicio de una Puta...Por: Leonel Giacometto

Levanta el arma y me mira. Ahora, mi destino es más incierto. Debo hacerlo. Debe hacerlo. Él o cualquiera. Todos los objetos que observo a su alrededor son el arma con la cual me apunta. Él es mi asesino y el arma con la que me apunta es enormemente amenazante (con el tiempo pensaré lo contrario), increíblemente certera (veremos) y extrañamente atractiva (con el tiempo, también pensaré lo contrario). No me mira a los ojos, sino donde apunta. Tiemblo. Tiembla. Jadeo. Jadea. Siento el primer disparo, cierro automáticamente los ojos y me muerdo el labio inferior. Dolorosamente, sonrío. Después, sobre la sábana, la mítica sangre del fin de mi virginidad.
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#85 Mensagem por Maestro Alex » 17 Mar 2006, 21:31

Lembrando dos 80´s (tô ficando velho... :D )

Falei de Benedetti em París

e comi uma Uruguaia.

Falei de Lorca em Brasil

e comi uma Espanhola.

Falei de Brecht en Bangkok

e comi uma Alemã.

E a linda Anita, minha vizinha,

naquela época...

não comi...

POR QUE ERA ANALFABETA!

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#86 Mensagem por Maestro Alex » 18 Mar 2006, 10:22

qué importa el tiempo sucesivo
si hubo una plenitud, un éxtasis, una tarde.
J.L Borges

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BOCAGE

#87 Mensagem por General » 20 Mar 2006, 15:34

(...)

Mas quando ferrugenta enxada idosa
Sepulcro me cavar em ermo outeiro,
Lavre-me este epitáfio mão piedosa:

"Aqui dorme Bocage, o putanheiro;
Passou vida folgada, e milagrosa;
Comeu, bebeu, fodeu sem ter dinheiro".

(...)

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#88 Mensagem por Maestro Alex » 20 Mar 2006, 23:16

PRA QUEM GOSTA DE COMICS...


Enviado por Telio Navega - 20/3/2006 - 15:05
Os 50 melhores de 2005 segundo o The Comics Reporter



Tom Spurgeon, do site The Comics Reporter, fez a sua lista de 50 melhores quadrinhos publicados no ano passado. Entre coleções com personagens clássicos ("The Complete Peanuts", "Little Nemo in Slumberland", "Krazy + Ignatz: The Second Decade 1925-1934" e "The Complete Calvin and Hobbes") e relançamentos ("Ultimate Watchmen" e "Batman: Year One Deluxe Edition"), o que chama a atenção é a quase que total ausência de super-heróis ou de grandes editoras como Marvel e DC e a predominância de quadrinhos de autor e alternativos. Ainda bem. Isto só prova que o universo de supers é apenas a beira da sopa, a parte fria. O melhor está no meio. Não dá mais para lermos só as bordas. É preciso atentar para o poder dos quadrinhos como forma de linguagem.

Destes melhores, saiu por aqui (além de "Batman: ano I" e "Watchmen", claro) a série "Budha", de Osamu Tezuka, pela Conrad e "O gato do rabino", de Joann Sfar, pela Jorge Zahar Editor. E só, infelizmente. Sfar, aliás, aparece com outro livro entre os 50: "Dungeon", feito em parceria com Lewis Trondheim. E para não dizer que não tem "supers", aparece um volume de Top Ten, a série de Alan Moore. Além de "O gato do rabino", comentado aqui no Gibizada na semana passada, aparece também "Night Fisher", de R. Kikuo Johnson, outro livro já comentado neste espaço. Outras unanimidades como Joe Sacco, Chris Ware, Daniel Clowes, Peter Bagge, Charles Burns, Robert Crumb e Lorenzo Mattotti também estão na lista.

Senti falta de "WE3", de Grant Morrison e Frank Quitely; "Goon", de Eric Powell; "Ex Machina" ou "Y: The Last Man", ambos de Brian K. Vaughan; "Concreto", de Paul Chadwick; "Plastic Man", de Kyle Baker; do Demolidor de Brian Michael Bendis e Alex Maleev; e de mais quadrinhos não americanos, claro.

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Percival Farquhar

#89 Mensagem por General » 21 Mar 2006, 15:37

Depois do clássico e jurássico discorrer sobre o Antonio de Souza , o general farrapo, resolvi publicar um outro apanhado histórico neste tópico que muito vos ilumina o caminho.
Escreverei umas breves palavras sobre Percival Farquhar, um outro putanheiro jurássico, aliás putanheiro magnata que foi muito importante no desenvolvimento da infra-estrutura brasileira no início do século passado.

Apreciem...Percival Farquhar.

Aliás, que boa sugestão de nick, se eu já não tivesse o meu.
Editado pela última vez por General em 25 Jan 2008, 12:54, em um total de 1 vez.

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O MAGNATA QUE PERDEU UM IMPÉRIO (Percival Farquhar)

#90 Mensagem por General » 21 Mar 2006, 15:39

Filho de pais milionários, o norte-americano Percival Farquhar nasceu na Pensilvânia, dia 19 de outubro de 1864. Engenheiro civil, formado pela Universidade de Yale, EUA, desfrutava de grande prestígio em Wall Street, na Bolsa de Valores de Nova York. Foi graças a esse prestígio que se tornou vice-presidente da Atlantic Coast Elétrica Railway Company e da Staten Island Eletric Railway, que controlavam o serviço e bondes na cidade de Nova York.

Ao raiar do século XX, Percival Farquhar já era diretor da Companhia de Eletricidade de Cuba e vice-presidente da Guatemala Railway, e lançou-se à construção de seu grande sonho: controlar todo o sistema ferroviário da América-Latina. A partir de 1904, começou a construir seu império brasileiro, quando, ainda sem conhecer o Brasil, comprou a Rio de Janeiro Light & Power Company e as concessões da Societé Anonyme du Gaz. No ano seguinte, comprou, na Alemanha, a Brasilianische Elektriztatsgesellshft, empresa que deu origem à Companhia Telefônica Brasileira. Em 1905, organizou a Bahia Tramway Ligth & Power Companhy e obteve a concessão das obras do porto de Belém do Pará. No ano seguinte, ganhou a licitação para a construção da estrada de ferro São Paulo / Rio Grande do Sul, comprou vinte e sete por cento das ações da ferrovia Mogiana e trinta e oito por cento das da Paulista, ambas em São Paulo. Em seguida, constituiu as empresas Companhia de Navegação do Amazonas, Amazon Development Company, e Amazon Land & Colonization Company.

Em 1907 fundou a empresa The Madeira-Mamoré Railway Company e adquiriu do brasileiro Joaquim Catramby, os direitos de construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré, na qual aplicou, inicialmente, onze milhões de dólares. Empreendedor decidido, o “Último Titã”, como era chamado pela imprensa norte-americana, além de comandar a épica construção da ferrovia Madeira-Mamoré foi o responsável pelo surgimento da cidade de Porto Velho, na madeira em que, naquele ano autorizou à empreiteira May, jeckyll & Randolph a transferir a estação inicial da estrada de ferro Madeira-Mamoré, do povoado de Santo Antônio, pertencente ao mato Grosso, para o local situado a sete quilômetros cachoeira abaixo, em terras do Amazonas. Com essa decisão, ele não apenas alterou a rota e a distância dos pontos extremos da ferrovia, como proporcionou o surgimento de Porto Velho como núcleo habitacional. Para isto, contratou, em Belém, mais de uma centena de trabalhadores para o desmatamento da área onde seriam implantados o centro administrativo, a estação inicial da ferrovia, as oficinas e as casas para técnicos e operários. Em 1908, ordenou que fossem traçadas ruas e avenidas com a finalidade de organizar a cidade que ele imaginava surgir. No entanto, o criador de Porto Velho jamais esteve na região. Baseava-se exclusivamente em Belém, de onde comandava seu império amazônico.

Percival Farquhar continuou ampliando seus domínios no Brasil. Em 1911, fundou a Southerm Brazil Lumber & Colonization, com o objetivo de explorar madeira em larga escala no Paraná. Para construir a estrada de ferro São Paulo / Rio Grande do Sul, recebeu do governo federal uma faixa de terra de trinta quilômetros de largura, equivalente a 180 mil hectares, que atravessava quatro Estados, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grandes do Sul, onde instalou dezenas de serrarias e explorava o comércio de madeira.

A partir de então, gerou-se um problema de graves proporções. A Southern Brazil Lumber & Colonization, subsidária da Brazil Railway Company, também de propriedade de Farquhar, utilizou em exército de jagunços e expulsou os posseiros da região para, mais tarde, vender as terras a colonos portugueses e alemães. Além disso, essa empresa contratou milhares de homens no Rio de Janeiro e em Pernambuco, para trabalharem nas obras da ferrovia São Paulo / Rio Grande do Sul e na exploração da madeira. No final das obras, demitiu oito mil operários e não os reconduziu aos seus Estados de origem. Formou-se assim, uma massa de desempregados, humilhados e arruinados que reacenderam a velha questão do Contestado, uma briga de limites entre Santa Catarina e o Paraná, iniciada em 1747, de caráter religioso, que haja sido ganha pacificamente por Santa Catarina, em 1904.

Percival Farquhar, na ânsia de dominar tudo, foi um dos principais responsáveis pela reativação da guerra civil do Contestado, que custou ao Brasil três mil contos de réis, uma verdadeira fortuna na época, cinco anos de luta e vinte mil homens mortos.

Visando ampliar seus domínios nas terras rondonienses e dinamizar as ações da empresa The Madeira-Mamoré Railway Company, ele comprou dois grandes seringais: o Seringal Júlio Muller State, que se estendia do rio Mutum-Paraná até Guajará-Mirim, e o Seringal Guaporé Rubber State, cuja área abrangia de Guajará-Mirim à localidade de Príncipe da Beira. Também comprou em 1912, a Fazenda do Descalvado com cem mil reses, no sertão dos Parecis, adquirida do sindicato belga “Produtis Cibilis”.

Percival Farquhar lançou a base para o início de inúmeros serviços públicos, como gás e iluminação, Telefonia, Hotelaria, Madeireiras e Empresas e sistemas aduaneiros, havendo construído inúmeras obras de grande vulto, como cais de portos, ferrovias, etc., sendo digno de reconhecimento por parte do Brasil, que deve ter, com esse empresário, uma dívida de gratidão, como pode ser verificado pela análise do patrimônio de Percival Farquhar no início do século e pela percepção de que muitas dessas companhias (ou suas sucessoras após o fim da "Era-Farquhar") prestaram e ainda prestam serviços valiosíssimos ao País:
38% das ações da Cia Paulista de Estradas de ferro;
27% das ações da Cia Mogiana de Estradas de Ferro;
A Estrada de Ferro Sorocabana, de 1910 a 1920;
As ferrovias do Rio Grande do Sul (2.100 km);
A Estrada de Ferro Paraná;
A Estrada de Ferro Norte do Paraná;
A Estrada de ferro Dª Tereza Cristina, em Santa Catarina;
A Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande;
A Companhie Auxiliaire des Chémins de Fer au Brésil (R.S.);
Serviço de bondes de Salvador.;

Havia incorporado:
Rio de Janeiro Light and Power Co.;
São Paulo Tranway Light and Power Co.;
Brasilianische Elektrizitätsgesellschaft (Cia Telefônica Brasileira);
Bahia Gás Co.;
Bahia Tranway Light and Power Co.;
Cia Française du Port de Rio Grande do Sul;

E mais:
Concessão das obras do Porto de Belém;
Concessão para as obras da Estrada de Ferro Madeira Mamoré;
Companhoa de Navegação do Amazonas;
Direitos da E. F. Vitória a Minas;
A "Compagnie du Port de Rio de Janeiro";
A "Southern Lumber and Colonization Co.", possuidora da maior serraria da América do sul na época e fato gerador da "Guerra do Contestado", na região Sul do País;
A "Amazon Devellopment Co";
A "Amazon Land and ColonizationCo.";
67.000 alqueires de fazendas de gado em Descalvado (São Paulo) e no Pantanal;
Hotéis no Rio de Janeiro e São Paulo;
Loteamentos em Santa Catarina;
Indústrias de papel;
O primeiro frigorífico do Brasil (o atual Frigorífico wilson).

É inegável que ele desfrutava de imenso prestígio no Brasil. Em reconheciemnto por seus serviços, o governo brasileiro concedeu-lhe sessenta mil quilômetros quadrados de terras no extremo norte do país. Nada menos que todas as terras formadoras do Amapá. Mas, o azar de Percival Farquhar foi a bolsa de valores de Nova York. Em 1913, por dificuldades financeiras ou ambição, não se sabe ao certo, ele jogou todos os seus títulos e perdeu tudo. Ficou arruinado, mas não se afastou do Brasil. Seis anos depois, fundou a Itabira Iron Ore Company e, como última investida, criou a Acesita.

No dia 04 de agosto de 1953, o ex-dono do Brasil e da Madeira-Mamoré, responsável pelo surgimento de Porto Velho como núcleo habitacional, faleceu em Nova York, aos 89 anos de idade, após uma cirurgia mal sucedida no cérebro, na simples condição de diretor assalariado de suas ex-empresas, que fundou e perdeu em Wall Street.

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